Últimos shows em homenagem a Jackson do Pandeiro, no CCBB Brasília

Compositor e instrumentista de habilidade surpreendente, Jackson do Pandeiro transitava com facilidade por todos os ritmos que animam festas populares brasileiras até os dias de hoje. Gêneros musicais que vão do xote ao xaxado, passando pelo coco e o baião, a quadrilha e o arrasta-pé, até as marchinhas de carnaval e o frevo. Levadas aceleradas e ritmadas, que não deixam ninguém parado, serão bem interpretadas pelos convidados a participarem do projeto, que foi idealizado por Andrea Alves e tem produção da Sarau Agência de Cultura Brasileira.

Chico César, Pedro Luís, Marcos Suzano e Thais Macedo, acompanhados de banda formada por virtuosos instrumentistas, sob a direção artística de Luís Felipe de Lima, se apresentam no dia 29, em palco montando próximo ao Pavilhão II. Nas duas noites, dos dias 16 e 23, em palco montado próximo ao Bistrô Bom Demais, o projeto Terreirada Cearense, com direção musical de Beto Lemos, convida Silvério Pessoa (16), e Herbert Lucena (23). Serão três dias de festa, para reverenciar e celebrar a arte e a criatividade musical deixada pelo, como disse Alceu Valença, Garrincha de Música em suas mais de 400 composições.

José Gomes Filho, de batismo; Zé Jack, Zé, por respeito à mãe, e Jack, por ser fã do cinema mudo americano; e depois de Recife, quando cantava em rádios, Jackson do Pandeiro - Estourou quando gravou o coco Sebastiana (a-e-i-o-u, Ypsilone), de Rosil Cavalcanti, em 1953, que ficou entre as mais pedidas por 27 semanas. Depois vieram sucessos como o rojão "Forró em Limoeiro" (1953), e o coco "Um x Um" (1954), de Edgar Ferreira; “O canto da Ema” (1956), de João do Valle, Aires Viana e Alventino Cavalcanti; o samba “Chiclete com Banana” (1960), de Gordurinha e Jackson; o "Frevo do bi" (1962), de Braz Marquez e Diógenes Bezerra; e o samba “Capoeira mata um” (1966), de Álvaro Castilho e De Castro.

A programação começa com o repertório dançante da banda do projeto Terreirada Cearense, interpretando o que há de tradicional na musicalidade do nordeste brasileiro com leitura moderna, arranjos sofisticados e improvisos de tirar o fôlego. Comandado por Geraldo Junior e Beto Lemos, acompanhados de banda formada por cinco músicos-cantores, o projeto vem, há mais de oito anos, divulgando e celebrando a cultura tradicional nordestina por todas as regiões do Brasil e, há cinco anos, é festa semanal no Rio de Janeiro, agitando a noite carioca num festivo arrasta-pé.

O Terreirada tem como tradição convidar músicos de vários lugares do Brasil e do mundo. Em Brasília, abrindo da série de shows do “O Brasil de Jackson do Pandeiro”, segunda-feira (16), Geraldo e Beto recebem Silvério Pessoa, cantor e compositor natural de Carpina/PE, que logo no início de sua carreira profissional, mostrou que seria um dos principais representantes da música regional ao receber o Prêmio Sharp de Música 1999 na categoria Música Regional, com a banda Cascabulho, formada em 94.

O caruaruense Herbert Lucena é o músico que se apresenta ao lado da banda do Terreirada no dia 23 (segunda-feira). Depois de passear pelo rock, Lucena assumiu o coco, o forró e a ciranda como sua música e foi com essas levadas aceleradas de compassos curtos e frases longas que arrebatou três prêmios Sharp com o CD "Não Me Peçam Jamais Que Eu Dê De Graça Tudo Aquilo Que Eu Tenho Pra Vender". Segundo de sua carreira e que exibe um diálogo poético entre pandeiros, pífanos e zabumbas e um piano, violino e violoncelo.

Para o encerramento de “O Brasil de Jackson do Pandeiro”, dia 29 (domingo), um grande arraial será montado no 2º Platô, próximo ao Pavilhão II, cercado de barracas, servindo bebidas e pratos típicos do nordeste, onde se apresentarão, a partir das 16h, duas Quadrilhas Juninas e, em um grande palco montado bem à frente, o pesquisador de música brasileira Cacai Nunes com seu projeto Forró de Vitrola. Neste mesmo palco, às 19h, sobe a banda do Terreirada Cearense.

Fechando a noite, com direção artística de Luís Filipe de Lima, grande show com Chico César, conterrâneo de Jackson, o multiartista e produtor musical Pedro Luís, o pandeirista, que faz escola mundo a fora, Marcos Suzano, o talento e a promessa jovem do samba Thais Macedo. Os artistas deste segundo show da noite, que começa às 20h30, serão acompanhados por Luís Filipe de Lima, no violão, Luís Barcelos, no cavaquinho e bandolim, Kiko Horta, no acordeom, Ivan Machado, no baixo, Thiago da Serrinha, na percussão, e Cassius Theperson, na bateria.


FICHA TÉCNICA:
Produção: Sarau Agência de Cultura Brasileira.
Idealização e direção de produção: Andréa Alves.
Direção artística: Luís Filipe de Lima.
Direção musical e arranjos: Beto Lemos.


SERVIÇO:      “O Brasil de Jackson do Pandeiro”
CCBB Brasília (SCES Trecho 2 – Brasília/DF)

29/06:
Às 16h: Cacai Nunes e duas Quadrilhas Juninas
Às 19h: Beto Lemos, Geraldo Junior e Terreirada Cearense.
Às 20h30: Chico César, Pedro Luís, Marcos Suzano e Thais Macedo.
Local: Área externa – 2º Platô.
Ingresso: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
Os ingressos começam a ser vendidos dois domingos anteriores às sessões da semana, e podem ser adquiridos na bilheteria do CCBB de quarta a segunda, das 9h às 21h, pelo site www.ingressomais.com.br, ou pelo televendas 4003-2330, das 9h às 21h de segunda a segunda.

Classificação: Livre para todos os públicos.
Informações: 61 3108-7600 ou bb.com.br/cultura

==> Foto: Marcos Hermes

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