Os casos de queimaduras aumentam 40% entre maio e setembro, em
Brasília. Segundo o coordenador de Cirurgias Plásticas de Queimaduras da
SES/DF, José Adorno, isso ocorre porque as pessoas acabam passando mais
tempo dentro de casa, por conta do inverno. Além do frio, a seca e as
festas juninas também contribuem.
O especialista explica que o maior motivo das queimaduras é a
negligência. "A exposição ao álcool e a outros líquidos inflamáveis,
acidentes com redes elétricas (instalação de antenas e manutenção de
cabos) e queimaduras de sol são alguns dos problemas que podem ser
evitados", afirma.
Em época de festa junina, os rojões também são os vilões. "Todos
esses aparatos que causam explosões podem causar queimaduras sérias. O
recomendado é não soltar rojões com a mão e manter certa distância. Vale
lembrar que o 'chuvisco' que sai da explosão também queima", explica
Adorno.
Para aqueles que se queimam, o médico informa como proceder: "O certo
é aplicar água de torneira (temperatura ambiente) e limpar com panos
limpos o local. Não se deve aplicar pastas de dente, borra de café ou
outros produtos, pois podem entrar no organismo e até infeccionar o
local", esclarece.
O especialista ressalta, ainda que "se alguém estiver com contato
direto com o fogo, deve-se abafar a chama, usar água ou fazer a pessoa
rolar no chão. O tempo que a pessoa passa pegando fogo é que causa o
aumento no grau da queimadura".
LESÕES – As queimaduras podem ser de primeiro,
segundo e terceiro graus. O que diferencia uma da outra é a profundidade
da lesão. O médico informa que as de primeiro grau são superficiais e
geralmente cicatrizam rapidamente. As queimaduras de segundo grau causam
bolhas e são extremamente dolorosas. Já as de terceiro grau atingem
músculos e ossos e não causam dor por conta da queima das terminações
nervosas.
O que determina, porém, a internação do paciente é o tamanho da área
queimada e o local do corpo em que ela está, aponta o coordenador.
Segundo ele, em crianças, o percentual atingido deve ser superior a 10%,
e em adultos, 20%. Áreas como mãos e genitais também possuem maior
cuidado, por serem mais expostas e possuírem maior risco de infecção.
A procura de ajuda e o tratamento do problema previnem o agravamento
das queimaduras, alerta o médico. "Quando não tratada, elas podem se
desenvolver (passar de grau dois para grau três, por exemplo) e até
infeccionar, causando mais problemas ao paciente", complementa Adorno.
A Secretaria de Saúde possui, no Hospital Regional da Asa Norte
(Hran), estrutura adequada e equipe com cirurgiões plásticos, terapeutas
e psicólogos para realizar tratamentos modernos: uso de matrizes
dérmicas (para regeneração da pele), terapias de pressão negativa (que
favorecem a cicatrização) e curativos oclusivos.
O hospital atende, diariamente, de 30 a 50 pacientes com queixas de
queimadura. Esse número envolve tanto o pronto-socorro quanto o
ambulatório. Na ala de internação, existem 250 pacientes.
Da Agência Brasília, com informações da Secretaria de Saúde
==> Foto: Divulgação
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