A Coleção Escritos de Marilena Chaui ganha seu terceiro volume com a
publicação de A
ideologia da competência, pela Autêntica Editora, em
coedição com a Editora Fundação Perseu Abramo. Organizado por André
Menezes Rocha, este livro reúne textos em que a filósofa constrói a
crítica da ideologia da competência, interrogando sua gênese e seu sentido
desde o momento da regulação fordista ao momento neoliberal,
concentrando-se na análise de duas instituições: a universidade e a
indústria cultural.
O livro abre com a entrevista “bombástica” concedida à revista Caros Amigos, em 1999, em que Marilena conta sua trajetória de vida e política, além de expor as razões de sua crítica à orientação neoliberal do governo de FHC. No ensaio “A ideologia da competência”, publicado originalmente no antológico livro de 1981 O que é ideologia, a autora investiga a história da ideologia burguesa e interroga sobre as peculiaridades de seu funcionamento. Em “Ventos do progresso: a universidade administrada”, Chaui analisa o sentido da reforma universitária feita à sombra do AI-5. A reflexão sobre a infiltração da ideologia da competência na organização das escolas e universidades encontra-se também no ensaio “Ideologia neoliberal e universidade”. Já em “Contra o discurso competente”, a filósofa analisa a cobertura midiática da morte de Elis Regina e, e em “O pacote competente” o foco é o discurso economicista dos “políticos” e administradores competentes que passaram o pacote econômico em junho de 1983 sob pressão cerrada do FMI.
O ensaio “Simulacro e poder: uma análise da mídia” consiste numa análise minuciosa dos processos pelos quais o neoliberalismo, nas últimas décadas, logrou colonizar os desejos e a subjetividade de telespectadores e internautas para estabelecer sua hegemonia em âmbito internacional. Nesta versão, revista e ampliada, foram incluídas análises mais detalhadas sobre os aparelhos digitais, a cultura cibernética e os processos sociais que resultaram da destruição sistemática da esfera pública e da transformação dos sujeitos sociais e políticos em consumidores de cultura cibernética, assuntos aprofundados no ensaio “Cibercultura e o mundo virtual”. Entre as novas reflexões, há considerações sobre a chamada “Primavera Árabe” e sobre as manifestações de junho de 2013 no Brasil. Na “Carta aos estudantes”, de 2005, ela denuncia que a grande mídia brasileira, naquele momento, orquestrava o “golpe branco” contra o governo Lula.
Pela Coleção Escritos de Marilena Chaui, já foram publicados os livros Contra a servidão voluntária (v. 1, organizado por Homero Santiago) e Manifestações ideológicas do autoritarismo brasileiro (v. 2, organizado por André Rocha).
Sobre a autora - Filósofa pela USP, da qual é professora aposentada e onde coordena o Grupo de Pesquisa de Estudos Espinosanos, dedicou seus estudos à História da Filosofia Moderna e à Filosofia Política, produzindo importantes obras sobre Espinosa e Merleau-Ponty e sobre as questões da democracia e da crítica da ideologia. Ministrou cursos nas universidades de Paris, Pisa, Bolonha, Córdoba (Argentina), Stanford e Columbia. Foi Secretária Municipal de Cultura de São Paulo (1989-1992) e membro do Conselho Nacional de Educação (2002-2006). Recebeu vários prêmios, como APCA, Jabuti e Sérgio Buarque de Holanda.
Sobre o organizador - Doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo, realiza pesquisas em ética e filosofia política sobre o tema da democracia.
Título: A ideologia da competência
Autora: Marilena Chaui
Organizador: André Menezes Rocha
Coleção: Escritos de Marilena Chaui
Editoras: Autêntica e Fundação Perseu Abramo
Número de páginas: 296
Formato: 15,5 x 22,5 cm
Preço: R$ 41,00
ISBN: Autêntica: 978-85-8217-131-8 | Fundação Perseu Abramo: 978-85-7643-157-2
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