O menor país da região
andina é ilimitado quando o assunto é cultura. O Equador extrapola fronteiras
com seu artesanato, seus sons, cheiros e manifestações culturais que derivam de
uma fantástica diversidade de raças. Gigante em sua história - herança de
espanhóis, indígenas e africanos - o Equador é o país homenageado da 17ª edição
do Sarau Chatô. A festa, que também celebra o estado do Amapá, será no dia 13
de junho (sexta-feira), a partir das 19h, no Hípica Hall. O evento é promovido pela Fundação Assis
Chateaubriand, que em 2014 celebra seus 25 anos de história, e tem o patrocínio
da Petrobras.
O 17º Sarau Chatô traz a
Brasília, traços de uma nação e de um estado que sabem preservar suas raízes. “Quito,
a capital do Equador foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em
1970, por ter o centro histórico mais bem preservado e menos alterado da
América Latina”, lembra Márcio Cotrim, diretor cultural da Fundação Assis
Chateaubriand. Ele observa que como o Equador, o Amapá também herdou
influências indígenas e africanas. “Os amapaenses absorveram, ao longo do tempo,
um conjunto de tradições, lendas, crenças e costumes expressados por meio de
uma cultura rica em folclore, culinária, dança e arte”, relata o diretor
cultural.
Festa
de ritmos
O palco do Sarau Chatô
abrirá espaço ao Marabaixo, uma das
mais vivas e belas manifestações culturais deixadas pelos negros africanos que
aportaram no Brasil. A dança tem uma coreografia que imita escravos com os pés
presos por correntes, cadenciado e marcado por tambores chamados de
"caixas". O canto lembra o lamento dos quem viviam na senzala e
cultivavam a esperança de voltar à terra de origem. Durante as rodas de Marabaixo, as mulheres se vestem com
saias rodadas, floridas, camisas brancas e colares. Em geral os homens tocam as
caixas enquanto elas cantam os versos improvisados chamados de “ladrões”.
O Amapá também traz para a
festa multicultural, o cantor e compositor José Miguel Cyrillo, considerado uma
das principais vozes da região Norte do Brasil. O trabalho do artista é marcado
por belas reflexões, já que Cyrillo revela em suas letras e canções os encantos
da Amazônia, remetendo, ao mesmo tempo, a um aspecto de responsabilidade socioambiental.
Artesanato,
música e beleza feminina
O artesanato de Equador e
Amapá não poderia ficar de fora. Trabalhos de artesãos das duas localidades
estarão expostos ao público que prestigiar a festa. Os equatorianos reverenciam
o Sarau com o chapéu Panamá. Sim, embora conhecido mundialmente com o nome do
país da América Central, o acessório trançado com “paja toquilla” é tradicionalmente
feito à mão por artesãos do Equador. A produção é recolhida por fábricas da
cidade andina de Cuenca, que fica a 440 km ao sul de Quito, para receber um
toque final. Em Cuenca também são produzidas bolsas e outros produtos a partir
da palha toquilla, uma importante fonte de renda para inúmeras famílias da
região.
A noite também reserva um
show especial de Reco do Bandolim com clássicos do choro e temas autorais. Em
tempo de Copa, a presença do baiano mais apaixonado por Brasília no palco do
Sarau tem uma boa justificativa. É que Pixinguinha
compôs o delicioso chorinho “1 x 0”, em 1919, depois da final do Campeonato Sul-Americano,
disputada no estádio do Fluminense, nas Laranjeiras. “O Brasil ganhou por 1 x
0, com um espetacular gol de nosso atleta Arthur Friendereich. Sabedor dessa
história, nosso querido Reco aceitou participar da festa e executar a famosa
música do repertório popular brasileiro”, explica Márcio Cotrim. Reco é presidente
do Clube do Choro de Brasília, tem um estilo refinado, com interpretações
elaboradas, emotivas e sensíveis. “Sou discípulo confesso de Jacob do Bandolim
e trago a brasilidade em meu trabalho. Estamos na Copa! Com o Grupo Choro Livre,
apresentarei ao público obras que exaltam o Brasil”, diz o mestre do choro em
Brasília.
Quem também encanta o 17º
Sarau é Emília Monteiro. Filha de amapaenses, a cantora considera ser a
representante da sonoridade do Norte na capital do País. “O show terá ritmos como
o Marabaixo, e o Batuque. Cantarei o Amapá, apresentando as músicas do meu CD,
um trabalho que carrega as minhas referências, minha vivência com a cultura
amazônica brasileira”, promete a artista.
Para celebrar a beleza
amapaense, Neyelle Vales, professora de balé e passista da escola de samba Piratas da Batucada, mostra aos
brasilienses o que as amapaenses têm. Eleita a Musa do Carnaval 2014 no Amapá,
ela estará ao lado de Regyana Ramos, a “Mais Bela Negra do Amapá”.
Cheiros,
cores e sabores
Se você é daqueles que, ao conhecer
diferentes culturas, não dispensa apetitosos comes e bebes, pode marcar a noite
do dia 13 de junho na agenda. Em termos de gastronomia, o 17º Sarau terá delícias
equatorianas e amapaenses. Pratos típicos como o tacacá e o tucupi serão
trazidos pelos proprietários da sorveteria Saborella,
que são do Amapá. Um chef virá especialmente do Equador para apresentar a
culinária do país. Vale lembrar que a comida equatoriana tem como base sopas,
caldos, arroz, ovos e vegetais e que os frutos do mar são excepcionais, mesmo
fora do litoral. Entre as surpresas servidas pelo chef está um delicioso
ceviche.
O projeto - Iniciado em dezembro de 2011, o projeto do Sarau
Chatô consiste em uma série de eventos multiculturais gratuitos, realizada no
DF, reunindo no mesmo espaço as mais variadas manifestações artísticas, como
música, dança, teatro, artes plásticas e cinema. A cada edição, são homenageados
um estado brasileiro e um país com embaixada em Brasília. A realização é da
Fundação Assis Chateaubriand e o patrocínio, da Petrobras.
25 anos de história –
Instituída em fevereiro de 1989, a Fundação Assis Chateaubriand (FAC) é uma
fundação empresarial sem fins lucrativos que atua nas áreas de cultura,
educação, esporte, saúde e turismo. Seus programas, projetos e ações oferecem
oportunidades que utilizam o poder do conhecimento para contribuir com o
desenvolvimento social e humano de comunidades localizadas prioritariamente nas
regiões onde os Diários Associados estão presentes. Por acreditar que uma
sociedade melhor é feita com a participação de todos, a FAC trabalha em
parceria com organizações públicas, privadas e do terceiro setor.
SERVIÇO
17º Sarau Chatô
Data: 13 de junho
Horário: 19h
Local: Hípica Hall - Setor Hípico Sul, Área Especial, lote 8 (ao lado da Sociedade Hípica de
Brasília – próximo ao Zoológico de Brasília)
Entrada: Gratuita mediante doação de 1kg de
alimento não perecível.
Classificação indicativa: Livre
Informações: (61) 3214-1350, www.facbrasil.org.br e sarau@facbrasil.org.br==> Foto: Cleito Souza
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