Operários do Mané conquistam a tela grande

Quem passa pelo gigante Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, mais recente monumento da capital, não imagina o mosaico de histórias por trás de cada pilar ou arquibancada. Trajetórias de superação, com alegrias e percalços, estão em cada centímetro de concreto que dá forma à arena. No total, 14 mil operários ajudaram a erguer a estrutura que receberá sete jogos da Copa do Mundo da FIFA™.

Valdemiro Soares de Souza, 46 anos, mais conhecido como Vavá, foi um desses trabalhadores. “Construir um estádio como o nosso foi uma vitória. Ver cada tijolo e cada pilar sendo erguido foi algo extraordinário”, relembra. Mas o envolvimento de Vavá com a arena superou as tarefas profissionais. Ele foi o organizador da Copa Solidária Operários da Bola, que reuniu 800 operários e operárias em abril de 2013.

O torneio colocou em um campo de Copa do Mundo construtores como Filliphe Barros, ex-goleiro que perseguiu, por anos, o sonho de uma carreira profissional no esporte; e Manoel Oliveira, o “Bala”, que se inscreveu para o trabalho na esperança de trocar passes na arena.

Vavá, Filliphe, Bala e Brother são os protagonistas do documentário Operários da Bola que mostra, a partir desses quatro perfis, a riqueza e a diversidade de histórias dos construtores envolvidos no projeto.

Sonhos – O filme comprova a função do Mané Garrincha como vetor de desenvolvimento para o Distrito Federal. Além dos 14 mil profissionais da construção civil empregados na obra, estimativa da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) aponta a geração de 2 mil postos de trabalho por evento realizado no estádio.

O longa estreia hoje (15/5) em salas no Distrito Federal, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Nos próximos meses, deve circular por outras capitais brasileiras.

“É um filme sobre sonhadores. Um filme simples com gente nobre, de grandes sonhos. Eles amam o estádio que construíram porque amam essa matéria prima: o futebol”, comenta a diretora do documentário, Virna Smith.

Homenagem – O filme foi exibido pela primeira vez na semana passada, aqui em Brasília, em pré-estreia especial para convidados, equipe técnica e operários. Para as estrelas do documentário, era difícil conter a emoção antes do início da sessão.

“Espero que eu tenha ficado bonito na tela grande”, brincou o encarregado de obras Francisco Antônio Pereira, 39 anos. Ele não conseguiu marcar gols na Copa Solidária Operários da Bola, mas saiu da competição com uma marca histórica: “Fui o primeiro jogador a receber cartão vermelho no novo Mané!”, brincou.

Mateus Rodrigues, ComCopa

==> Foto: Mary Leal / GDF

0 comments:

Postar um comentário