BRASÍLIA (3/5/14) – Aos 15 anos, o menino "gordinho e
atrapalhado", como Diego Almeida se descreve, conheceu o jiu jitsu. O
atleta, hoje com 19 anos e que começou a lutar sem nenhuma pretensão,
conta que tinha dificuldades para realizar os movimentos e golpes,
apanhou muito e treinou mais ainda. A brincadeira virou paixão e, a cada
dia, a dedicação e vontade de aprender cresciam e, assim, o jovem
começou a colecionar medalhas. A mais recente e também mais importante
veio no mês passado, quando se tornou vice-campeão mundial da
modalidade, em Abu Dhabi.
Para conquistar o título, o lutador teve apoio do "Compete Brasília".
O programa do GDF fornece transporte, aéreo ou terrestre, para que os
atletas representem a capital federal no Brasil e no mundo.
"A vida de atleta é difícil. Se não fosse o programa, que ofereceu as
passagens, eu não teria ido para Abu Dhabi, porque o custo é muito
alto. Com o valor que gastaria na passagem, eu investi na hospedagem e
no transporte na cidade", ressaltou o atleta faixa azul, da categoria
peso médio adulto.
Após ganhar a medalha de prata no Campeonato Mundial, Diego subiu ao
pódio e mostrou o Brasil para o mundo. "Foi uma sensação muito legal.
Quando chamaram meu nome, falaram Diego Almeida do Brasil, subi ao pódio
com uma bandeira do Brasil. Desceram algumas lágrimas e pensei: o
menino gordinho que entrou outro dia no jiu jitsu está representando o
país entre os três melhores do mundo, em um campeonato muito disputado",
enfatizou, emocionado, à Agência Brasília.
Sem descanso, o atleta seguiu para mais uma disputa, também com o
apoio do "Compete Brasília". Foi em busca do ouro no Campeonato
Brasileiro em Barueri, no interior de São Paulo, realizado nesta
quinta-feira (1º). "Vim confiante, mas sem subestimar ninguém. Cheguei
para fazer o meu trabalho e dar o meu melhor", afirmou Diego, que
representou Brasília no pódio como vice campeão brasileiro.
O atleta, que hoje treina na academia CEI Jiu Jitsu, pelo projeto
social Indo à Luta, relembrou, com emoção, o início da sua carreira.
"Quando entrei na academia era um moleque gordinho que só queria saber
de comer besteira. Entrei por entrar, depois que um amigo meu me chamou
para treinar em uma academia no Recanto das Emas, com o professor
Baudoc. Fazia judô na escola e achei que ia me dar bem no jiu jitsu.
Cheguei ao primeiro treino e levei uma porrada, mas gostei demais e
estou até hoje", afirmou.
Se engana quem pensa que a vida de um lutador é fácil. Diego treina
em média nove horas por dia, precisa fazer uma alimentação balanceada e
tem que abrir mão de feriados, finais de semana e festas. "A preparação é
muito intensa. Treino muito para conquistar esses títulos, com
preparação física e de jiu jitsu. Não tive Natal, ano novo e nem finais
de semana", contou, ao lembrar que o esforço vale a pena.
Vaneska Freire, da Agência Brasília
==> Foto: Mary Leal
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