Múltipla
em suas etnias, em suas crenças, em suas línguas e manifestações, a Índia se
diferencia social e culturalmente de todo o resto do mundo. O cinema indiano é
um universo a parte e, sem dúvida, reflete a pluralidade de um país exuberante
em sua essência. A mostra Cem Anos Cinema Indiano é uma homenagem à produção
autoral da Índia e um presente aos brasilienses.
Em
cartaz no Museu Nacional dos Correios de 5 a 18 de maio, a exposição apresenta obras que
influenciaram e ainda influenciam a trajetória da produção cinematográfica da
Índia, a maior do mundo em quantidade de filmes produzidos anualmente. Com
curadoria do casal Ananda Jyothi e Carina Bini, pesquisadores das expressões
artísticas brasileiras e indianas, a mostra contempla uma seleção de 13 filmes de
longa-metragem, gênero ficção.
Cem
Anos Cinema Indiano faz um recorte sob a ótica do cinema autoral, suas
linguagens e vertentes, apresentando o Cinema Paralelo Indiano, representado
nesta mostra pelos consagrados diretores Adoor Gopalakrishnan, Girish
Kasaravalli e Shyam Benegal. “O Cinema Paralelo é um estilo relevante que deu
seus primeiros passos nos anos de 1960, marcou história por trazer para as
telas um olhar transformador e realista da sociedade, em contraponto à grande
indústria, principalmente a de Bollywood com suas fórmulas melodramáticas e
musicais. Podemos compará-lo ao neorrealismo italiano”, avalia Ananda Jyothi.
Nascido
na Índia, Jyothi pondera, entretanto, que o neorealismo indiano diferencia-se
do italiano por trazer o humanismo lírico em seu estilo, inspirado na
literatura e folclore milenares. “Porém há similaridades como a sátira, pessoas
comuns e do povo atuando como personagens das tramas, tudo à moda indiana, com
bastante ênfase aos detalhes, à trilha sonora, aos objetos de cena e às
pequenas ações”, observa.
Os
curadores acrescentam que ao longo dos últimos anos, surgiram novas tendências,
explícitas na obra de diretores que buscaram um novo caminho entre o Cinema
Paralelo e a grande indústria. “Um bom exemplo, é o trabalho do premiado
diretor Shyam Benegal, representado na mostra pelo filme Mandi, uma bela
comédia inspiradora”, relata Jyothi.
A grande surpresa
Em
parceria com o International Film Festival of India ( IFFI), o principal
festival do país, Carina e Jyothi selecionaram obras inéditas de 2013 e 2014,
que participaram da mostra competitiva Indian Panorama de 2013 do IFFI, a
première mais importante do cinema indiano.
Para
a surpresa da dupla, os filmes selecionados foram os grandes premiados pelo
National Film Awards 2014, o principal prêmio do cinema indiano, divulgado em
16 de abril. A obra Navio de Teseu levou
o prêmio de melhor filme do ano; Fabricante de Caixões ficou com o de melhor
filme produzido na língua inglesa; Água arrematou o de melhores efeitos especiais;
e Assim Seja ganhou o prêmio de melhor roteiro/diálogo.
Carina
Bini lembra ainda que esses filmes revelam nuances do cinema indiano
contemporâneo e suas variadas vertentes. “A mostra exibe uma safra de diretores
que busca estabelecer em sua cinematografia uma nova linguagem, culturalmente
enraizada e ao mesmo tempo universal”, celebra.
Cem
Anos Cinema Indiano terá entrada franca e exibição digital. A mostra conta com
o apoio do governo indiano, por meio do DFF (Directorate of Film Festivals), órgão
principal do cinema indiano.
Serviço:
Mostra Cem anos Cinema Indiano
Entrada
Gratuita (As senhas são distribuídas uma hora antes de cada sessão, de acordo
com a lotação do auditório).
Data:
de 5 a 18
de maio
Local: Museu Nacional dos Correios
Endereço: Setor Comercial Sul, quadra 4, bloco A, n° 256, ed. Apolo,
Asa Sul. Brasília - DF
Telefone: (61) 3213-5076
Site da Mostra: www.cinemaindiano.com.br==> Foto: Recyclewala Films
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