Quem cansou de reclamar que Goiânia não fazia parte da rota das turnês de grandes ícones internacionais não tem mais motivos para falar. Depois do show de Sir Paul Mccartney em maio do ano passado, a lenda do rock mundial, o cantor, compositor, pianista inglês (e também Sir) Elton John, 66 anos, aterrissou pela primeira vez na capital goiana para sua apresentação, ontem, no Goiânia Arena. O artista trouxe o show da turnê mundial Follow The Yellow Brick Road, que aqui no Brasil já passou pelo Rio de Janeiro, Salvador, Goiânia, e se encerra em Fortaleza, na próxima quarta (26/02). 

O Cantor 

Elton John, que recebeu o título de Cavaleiro da Coroa Britânica em 1998, da Rainha Elizabeth II, por serviços à música e à caridade, vendeu mais de 200 milhões de álbuns em sua carreira que passa de quatro décadas, e contabiliza 35 discos de ouro e 25 de platina. Durante sua trajetória, passou pelos mais diferentes momentos: o auge, a crise e a superação. Nos primeiros anos de carreira, se destacou como superstar com shows históricos, grandes hits e uma parceria de longa data com o letrista Bernie Taupin.

A partir da década de 1970 viveu momentos de turbulência com o vício em drogas, o que refletiu na sua música. Mas soube se reerguer e reencontrou sua essência a partir do final da década de 1980, com o fim da dependência de drogas e com os trabalhos como ativista em causas humanitárias.

Foi o primeiro ícone pop a assumir publicamente uma união civil homossexual, quando se casou com David Furnish, em 2005. Hoje, Elton John é pai de dois meninos: Zachary, de 3 anos, e Elijah, de 1 ano. “Tudo que eu achei que seria chato sobre ter filhos, como os gritos, as birras, não é chato. Eu acho encantador”, revelou ano passado. 

O Show 

Das 27 músicas apresentadas em duas horas e meia de show, pelo menos 16 foram hits nas paradas do mundo inteiro. E sete vieram do disco "Goodbye yellow brick road", o mais vendido da carreira do astro (são 31 milhões de cópias e contando), que vai ter seus 40 anos celebrados em março, com um relançamento em versão remasterizada, incluindo também novas interpretações feitas por Fall Out Boy, Miguel, Emily Sandé e Ed Sheeran, entre outros. No jogo dos tronos do pop, Sir Elton, aos 66 anos, ainda detém o seu reinado. 

Foi justamente a dobradinha "Funeral for a friend/Love lies bleeding", a épica abertura de "Goodbye yellow brick road", com sua levada progressiva, que iniciou o show, às 21h7m, com 7 minutos de atraso, enquanto os fãs ainda tentavam vencer o engarrafamento intensificado pela chuva nas proximidades para chegar ao local. No palco, o quinteto do astro - com destaque para os veteranos Nigel Olsson (bateria) e Davey Johnstone (guitarra) - usava roupas em preto e branco, enquanto ele brilhava em um coat marron cintilante, que trazia nas costas suas iniciais, óculos de lentes pink, camisa pink e sapatos rosa cintilantes. 

"Bennie and the jets", "Candle in the wind" e "Grey seal" selaram o pacote inicial de "Goodbye yellow brick road". "Tiny dancer", renascida na célebre cena do filme "Quase famosos", veio acompanhada de um solo de Johnstone em uma guitarra de dois braços, outro ícone do rock setentista, enquanto "Holiday Inn", de "Madman across the water", teve seu título justificado pelo autor. "Foi uma homenagem ao hotel em que sempre ficávamos quando íamos aos Estados Unidos", disse Elton, relembrando tempos mais inocentes do rock. 

Em "Hey ha", Elton saudou o antigo parceiro, Leon Russel, puxando um r&b pontuado por um solo de piano no qual deixa clara a influência do boogie-woogie em seu modo de tocar. Na parte final, o show esquentou, com "Bitch", "Your sister can't twist (But she can rock`n`roll)" e "Saturday night's alright for fighting". A doce "Your song" e "Crocodile rock" finalizaram a maratona de sucessos dessa ainda exuberante majestade pop, que foi confirmada  como atração do festival Bonaroo, nos EUA, ao lado de jovens estrelas, como Skrillex e Frank Ocean, que poderiam ser seus netos. 

A velocidade com que desliza pelas teclas do piano ainda impressiona, fazendo com que a plateia fosse ao delírio. Delírio, aliás, que atingiu o auge quando ele subiu ao piano , para agradecer o carinho do público.  Incansável, levantava-se a cada música para agitar os fãs, mostrando que ainda está em plena forma com sua voz potente e afinada. Mais do que isso, esbanjou profunda simpatia e humildade em todos os momentos, e, principalmente ao dedicar um pequeno intervalo do show para autografar discos e camisetas da platéia. Atitude digna da mais pura nobreza da música internacional de todos os tempos.

Enfim, um verdadeiro espetáculo que só temos que agradecer aos organizadores que puderam incluir Goiânia (pela primeira vez) na turnê deste grande Astro Pop - em especial a Palavra Comunicação (Assessoria local) - bem como, a oportunidade de nosso site poder realizar esta cobertura.

==> Matéria: Demóstenes Júnior / EsporteCultura

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