“Corte Frágil” de Andrea Campos de Sá, até 8 de fevereiro

A exposição “Corte Frágil” apresenta obras inéditas da artista plástica Andrea Campos de Sá, advindas da produção relativa à sua pesquisa de doutorado em Poética Contemporâneas, em curso, na Universidade de Brasília. A curadoria é de Marília Panitz.

“A mostra Corte Frágil não nasceu nomeada. O título surgiu a posteriori, somente quando visualizei o conjunto das obras e o processo de construção de cada trabalho individualmente.” Conta Andrea Campos de Sá.

“O gancho para essa nomeação foi identificar o que havia em comum na série de trabalhos realizada em períodos distintos. A fotografia, a impressão por contato, a reprodutibilidade técnica se apresentaram como elementos comuns das obras. O que de certa forma traz a tona a origem da minha produção artística – a gravura. Nesse sentido, o corte faz referência tanto ao fio da lâmina do facão da instalação ‘Duas Caras’, relacionada à minha pesquisa atual com a fotografia, quanto ao corte da ferramenta que grava o símbolo Frágil estampado no objeto ‘Frágil, obra de 2009.” Completa Andrea.

A exposição apresenta uma instalação, três objetos e pequenos múltiplos em bronze. A mostra é composta de fotografias e marca o retorno da artista à produção gráfica, iniciada na década de 80 e interrompida em 2000, quando começa a utilizar a linguagem fotográfica em sua produção poética.

Na série de trabalhos que a Alfinete Galeria apresenta, o autorretrato fotográfico de caráter performático, na qual a artista encarna uma personagem – a freira pastora – e a figura do cordeiro marcam presença em todas as obras da mostra. Os pequenos objetos – carneiros fundidos em bronze – configuram-se como múltiplos idênticos, mas dispostos de modo a torná-los diferentes entre si.

“A fotografia, linguagem que suplantou a gravura como meio de reprodução mecânica, surge na instalação “Duas Caras” como impressões sobre a lâmina de metal, tal como os antigos daguerreótipos sutilmente revelados na superfície de sais de prata do suporte metálico.” Explica a artista.

“A fotografia se apresenta também nos dois estereoscópios, aparelho inventado no século XIX para simular a percepção tridimensional. Contudo, na mostra, eles comportam-se como falsos dispositivos 3D, feitos para confundir o olhar; embaralhar as duas imagens dispostas lado a lado.” Conclui Andrea.

Sobre a artista:

Andrea Campos de Sá (Rio Janeiro - 1964. Vive e trabalha em Brasília)

Mestre em Arte Contemporânea pela Universidade de Brasília. Iniciou seu itinerário artístico como gravadora na década de oitenta. Participou regularmente de exposições coletivas e salões onde obteve prêmios nessa categoria. Editou diversos álbuns de gravura pelo selo das Edições de Arte do Instituto de artes da Universidade de brasília e livros de artista. Em 1999 inicia pesquisa com a linguagem fotográfica desenvolvendo trabalhos de autorrepresentação de caráter performático. Desde 2001 realiza trabalhos em parceria com o artista plástico Walter Menon participando de exposições em instituições como Centro Cultural Banco do Brasil, Itaú Cultural (projeto Rumos), Caixa Cultural Brasília entre outras. Sua pesquisa atual, desenvolvida no doutorado em Poéticas Contemporâneas na Universidade de Brasília, dá contuidade a autorrepresentação no contexto da fotografia contemporânea, com enfase na construção de objetos como suporte da imagem. É professora do Instituto de Artes da Universidade de Brasília onde leciona  gravura.

Serviço:   
Corte Frágil, de Andrea Campos de Sá
Visitação:  Até 8 de fevereiro de 2014
Local: Alfinete Galeria   (CLN 116, Bloco B, nº 61)
Horário de funcionamento: De quarta a sexta de 15:00 às 17:30 – 18:30 às 21:00  Sábado de 15:00 às 20:00
Entrada Franca
Classificação Indicativa: Livre.

==> Foto: Dalton Camargos

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