Pouco depois de o presidente da CBF, José Maria Marin, anunciar o corte de Diego Costa, do Atlético de Madrid, da seleção brasileira, o técnico Luiz Felipe Scolari se manifestou pelo site oficial da entidade. Contrariado com a decisão do jogador de defender a Espanha, o comandante canarinho foi duro ao comentar a atitude do atleta, que registrou em cartório a vontade de atuar pela Fúria.
- Um jogador brasileiro que se recusa a vestir a camisa da Seleção Brasileira e a disputar uma Copa do Mundo no seu país só pode estar automaticamente desconvocado. Ele está dando as costas para um sonho de milhões, o de representar a nossa seleção pentacampeã em uma Copa do Mundo no Brasil.
O jogador enviou um comunicado endereçado ao secretário-geral da CBF, Julio Avelleda. Com tal documento em mãos, Felipão tomou a decisão de desconvocar o atleta.
Diego Costa havia sido convocado com outros quatro jogadores para os amistosos de novembro: dia 16, contra Honduras, em Miami, nos Estados Unidos, e dia 19, contra o Chile, em Toronto, no Canadá. Daniel Alves, do Barcelona, Marquinhos, do Paris Saint-Germain, Lucas Leiva, do Liverpool, e Hulk, do Zenit, seguem convocados para as partidas.
A lista completa para os dois últimos compromissos de 2013 será divulgada na próxima quinta-feira, às 12h (de Brasília), no Hotel Sheraton, em São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A delegação da seleção brasileira vai seguir para os jogos no dia 10 de novembro.
Marin é o primeiro a falar da desconvocação de Diego Costa
Durante apresentação dos centros de treinamento que estarão disponíveis para serem utilizados na Copa do Mundo de 2014, o presidente José Maria Marin e o coordenador técnico Carlos Alberto Parreira mostraram posições contrárias no que diz respeito ao assunto. Mas no fim, os dois confirmaram o corte do atacante.
Antes da decisão do corte, Marin chegou
a ser confuso em sua resposta. Disse que a palavra final deve ser do jogador.
Porém, o atleta do Atlético já se posicionou e, mesmo assim, o
dirigente afirmou que a CBF lutará até o fim. Inclusive já comunicou isso à
Federação Espanhola.
- Iremos até
as últimas instâncias pela inscrição do jogador. Estivemos em contato direto
com o presidente da Federação Espanhola, com quem temos um relacionamento muito
bom. Dentro de toda diplomacia, falamos de nosso desejo e disposição de contar
com o jogador. Parece que ele já decidiu, mas isso não encerra o episódio - disse o dirigente
Marin
afirmou que vai consultar o departamento jurídico da CBF para saber
quais medidas serão tomadas. O dirigente não quer abrir precedente.
- Não podemos abrir a porteira.
Carlos Alberto Parreira já havia dito que o jogador seria cortado. Ao lado de
Marin no evento em São Paulo, ele descartou Diego Costa.
- Eu realmente
não o traria mais. A CBF não pode ser acusada de omissão, se esforçou pelo
jogador, até o convocou com antecedência, mas a partir do momento em que ele
optou por jogar pela Espanha, esse processo se esgotou.
Diego Costa
chegou a ser convocado no primeiro semestre por Luiz Felipe Scolari para a
disputa dos amistosos contra Itália e Rússia. Artilheiro do Campeonato
Espanhol, em ótima fase no Atlético, Diego passou a ser cogitado na seleção
espanhola. O regulamento da Fifa, agora, permite que um jogador possa defender
outro país mesmo já tendo sido escalado.
Como reação aos boatos, a CBF antecipou a convocação de cinco jogadores para os amistosos contra Honduras e Chile, nos dias 16 e 19 de novembro. Entre eles estava Diego Costa. A razão alegada foi a necessidade de visto para entrar nos Estados Unidos e no Canadá.
A novela:
Sem nunca ter jogado profissionalmente no Brasil, Diego Costa iniciou a carreira em Portugal e chegou à Espanha em 2007. De lá para cá, atuou por Celta de Vigo, Albacete, Valladollid e Rayo Vallecano. Na temporada passada, começou a fazer sucesso no Atlético de Madrid e chamou a atenção de Luiz Felipe Scolari, que o convocou para os amistosos contra Rússia e Itália, em março - quando o atacante ficou em campo por 21 minutos contra a Itália e 12 diante da Rússia.
Deixado de fora da Copa das Confederações, Diego voltou a roubar a cena na atual temporada, sendo o artilheiro do Campeonato Espanhol com 11 gols em 10 jogos. O técnico Vicente del Bosque, então, tornou pública sua vontade de convocá-lo para a seleção espanhola, que vem tendo dificuldades com suas opções ofensivas: Soldado, Negredo, Villa e Torres. O argumento da Roja é que o regulamento da Fifa só proíbe que um atleta jogue por uma segunda seleção na carreira se tiver participado de uma competição oficial anteriormente - o que não é o caso de Diego, que atuou apenas em amistosos.
Desde então, o atleta tem feito mistério sobre sua decisão, apesar de ter mostrado sua vontade de vestir a camisa espanhola. Luiz Felipe Scolari, convocou o atacante na semana passada, mostrando que deseja contar com ele - enquanto a Espanha trabalhava nos bastidores para ter certeza que poderia convocar o jogador, que precisava oficializar sua vontade junto à CBF e a Fifa.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Reprodução / Twitter


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