A educação é, sem dúvida, o principal elemento de desenvolvimento
humano e social. Mas, de nada adiantam as grandes teorias pedagógicas, o
reconhecimento da importância da educação para a construção de uma
sociedade mais justa, o investimento público em escolas e equipamentos, se
os professores não forem devidamente valorizados e qualificados para suas
atividades.
Afinal, é na sala de aula que o ensinar e o aprender se encontram e
acontecem. E não só isso. Nesse processo, entram em jogo outras questões
ligadas ao crescimento humano dos alunos: além de lidarem com a vida
intelectual de seus estudantes, os professores os ensinam a serem mais
humanos.
E isso é uma arte que envolve acolher uma criança ou jovem e acompanhar
o seu desenvolvimento como ser humano. É conduzi-lo e nutri-lo. É
estimulá-lo a descobrir por si só o mundo, os outros e a si próprio. É
ajudar a conquistar a felicidade e a dignidade. É incentivá-lo para que se
torne uma pessoa comunicativa, livre, responsável, aberta, tolerante,
orgulhosa de sua herança cultural e conectada com seu tempo, com senso
crítico e moral.
É urgente investir na formação, remuneração e motivação de nossos docentes, para que se sintam prestigiados socialmente.
O educador norte-americano William Arthur Ward aponta a diferença entre
o bom professor e o mediano: este expõe e demonstra. Aquele explica e
inspira. Fica claro, portanto, que a tarefa do professor não é meramente
transmitir informações, mas, sobretudo, formar pessoas confiantes e
críticas, com vontade de aprender, engajadas na sociedade e compromissadas
com valores humanísticos, como respeito às diferenças, responsabilidade
social, cooperação, consciência global e solidariedade.
Por isso, cabe a todos nós, sociedade civil e poder público,
respeitarmos, admirarmos e valorizarmos nossos professores. Isso significa
que é urgente investir na formação, remuneração e motivação de nossos
docentes, para que se sintam prestigiados socialmente. Como explica o
filósofo e educador Gabriel Perissé, “a docência tem de se tornar uma
carreira promissora, e não uma carreira promissória... em que as promessas
redundam em novas dívidas que nunca se pagam”. Isso pressupõe salários
dignos, para que os professores possam exercer sua profissão com
dignidade. Essa deve ser nossa prioridade. Só assim estaremos mostrando de
fato às gerações mais novas o valor desse nobre ofício e o quanto aprender
é um bem valioso a todos nós.
Jean Gaspar, mestre em Filosofia pela PUC/SP, é
apresentador do programa Filosofia no Cotidiano (TV
Cantareira) e presidente da Liga do Desporto, entidade
que promove atividades físicas e desportivas como instrumento de educação
e formação da cidadania.
==> Foto: Divulgação
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