“Dirceu era admirado por Millôr, Jaguar e Henfil, que se inspirou nele
para criar o personagem Ubaldo, o paranoico”, conta o escritor Zuenir
Ventura, sobre o jornalista, escritor e cartunista mineiro Dirceu
Ferreira, que lança agora pela Editora Gutenberg o livro
Máximas do Dirceu, uma coletânea de frases bem
humoradas e ácidas. Polêmicas e inteligentes, as opiniões curtas do autor
fazem críticas à sociedade atual de forma provocativa e descontraída. As
centenas de hilariantes frases são acompanhadas de desenhos do cartunista
Nani.
No livro, é possível encontrar frases, charges e alguns fac-símiles de
cartas e bilhetes de figuras importantes do cenário cultural brasileiro
que influenciaram Dirceu e ao mesmo tempo foram influenciadas por seu
trabalho, como Carlos Drummond de Andrade, Ziraldo, Henfil, Zuenir Ventura
e até mesmo o jogador de futebol Tostão, que assina o prefácio da
obra.
Começou sua carreira de humor no Correio de Araxá e foi
lançado nacionalmente no Pasquim, por Ziraldo, que relata:
“Dirceu faz mais de cem frases por dia. Como qualquer ser humano normal.
Todas engraçadas, eis a diferença”. Foi também colaborador regular no
Estado de Minas e na Folha de S.Paulo.
Na visão do filósofo Mário Sérgio Cortella, “as frases do Dirceu são
humoradas e inteligentemente percucientes, bem afiadas e, como diz Ariano
Suassuna, com memória de cachorro vingativo”.
As críticas do jornalista têm a capacidade de provocar e despertar a admiração de leitores das mais variadas idades e gostos. Ao relatar cenas do cotidiano brasileiro com maestria, consegue promover ao mesmo tempo uma reflexão e uma risada, pois, como afirma Zuenir Ventura, “seus trocadilhos não são meros jogos de palavras”.
O próprio autorretrato do escritor já revela sua faceta humorística:
“Meu nome é Dirceu Alves Ferreira. Nasci em Araxá, Minas Gerais (e os
leitores vão me perdoar a dupla esnobação), em 1941. Quanto à minha
velhice em si, embora alguns a vejam como uma fase bela, juro que jamais
sentirei saudades dela. Por causa da minha faixa etária, inclusive, um
geriatra amigo meu me garantiu que, se eu continuar envelhecendo como
estou, inevitavelmente sofrerei distúrbios fisiológicos que me levarão à
morte. Ainda vivo por pura rejeição do lado de lá (rejeição dele, não
minha). Politicamente, sou de esquerda, embora a direita diga que
ela não existe. Acho o capitalismo selvagem um pleonasmo. Amante da
liberdade, esse foi um segredo que guardei durante toda a época da
ditadura. A respeito do aquecimento global, entendo que em breve só
existirá ovo frito e meu entusiasmo pela flora e pela fauna se justifica
porque sou saudosista. Considero-me um feminista mais convicto que
qualquer mulher, sendo por isso chamado de machista. Confesso que não sou
dono da verdade, apenas a alugo. Afinal, confiando que o fim do mundo é
pura invenção de realistas, garanto que sou muito otimista em relação ao
passado.” Ao longo das páginas de Máximas do Dirceu, a diversão é
garantida.
Título: Máximas do Dirceu
Autor: Dirceu Ferreira
Número de páginas: 128
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 24,90
ISBN: 978-85-8235-091-1
Autor: Dirceu Ferreira
Número de páginas: 128
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 24,90
ISBN: 978-85-8235-091-1
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