Cruzeiro goleia mistão do Galo, carimba faixa e ainda assume liderança

Nem parecia um clássico, um dos que tem maior rivalidade no país. A semana não respirou o tradicional Cruzeiro e Atlético-MG, nem mesmo o domingo amanheceu com aquele ar tenso reservado aos dias em que uma cidade se divide.

A conquista da Taça Libertadores pelo Atlético, ainda tão recente, na quarta-feira, tirou do Galo qualquer responsabilidade ou necessidade de mostrar bom futebol diante do arquirrival Cruzeiro. Até as arquibancadas estavam neste clima, sobretudo pelo lado Alvinegro, que tiveram acesso a apenas 10% dos ingressos.

Por isso, um dos grandes clássicos do Brasil ficou restrito em importância e responsabilidade a apenas um lado, apesar dos discursos de ambos de que vencer sempre é preciso. Com o time praticamente completo, o Cruzeiro entrou em campo com a missão, quase obrigatória, de vencer o rival, e como satisfação a seu torcedor, carimbar a faixa rival.

Missão dada é missão cumprida, como diria o protagonista dos filmes Tropa de Elite, o capitão Nascimento. Mais motivado, mais interessado e com um time melhor, o Cruzeiro até levou um susto, mas se recuperou com tranquilidade e não deu chances ao rival Atlético, disparando goleada por 4 a 1. Alecsandro abriu o placar, em cobrança de pênalti, mas a virada, com direito a goleada, veio dos pés de Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart (duas vezes) e Nilton.

Com o resultado e com os placares consolidados até o momento, de quebra o time de Marcelo Oliveira assumiu a liderança do Brasileirão, com 18 pontos, enquanto o Galo caiu para 13º, com dez. Na próxima rodada, a Raposa encara o Fluminense, no Maracanã, quarta, às 19h30m (de Brasília). Já o Galo volta ao horto, para, no mesmo horário, enfrentar o Atlético-PR.
 
Ressaca só de um lado

Em campo, as ações foram comandadas pela parte azul. Sem entrosamento, a orientação de Cuca a seus comandados foi a de tentar usar o contragolpe. O comando deu certo, já que na primeira chegada ao ataque o Galo conseguiu marcar. Marcos Rocha driblou Dedé na área e espertamente deixou o pé para ser tocado pelo rival. Na batida, Alecsandro repetiu a cobrança perfeita que havia feito contra o Olimpia e mandou no ângulo direito de Fábio, que nada pôde fazer, aos 18.

O gol não refletia o que ocorria em campo e ele só serviu para que a pressão do Cruzeiro se tornasse maior, praticamente irresistível. E o empate veio numa jogada pela esquerda, não com Egídio que vinha se destacando, mas depois de uma gracinha malsucedida do autor do gol da partida.

Alecsandro tentou um chapéu cheio de estilo, Egídio cortou e a bola sobrou com Gilberto Silva. O zagueiro tentou tirar, mas com o peito Luan ganhou a jogada e cruzou no pé de Éverton Ribeiro. Ele cortou Gilberto Silva e bateu cruzado para empatar, aos 31. Festa da maioria presente ao estádio e pedido de silêncio aos poucos atleticanos, que sem se importar muito, ainda comemoravam a conquista da Libertadores.

O ímpeto da Raposa não diminuiu e de tanto pressionar chegou à virada ainda na etapa inicial, aos 42. Depois de escanteio cobrado por Egídio, a bola sobrou com Vinícius Araújo que bateu cruzado e encontrou o pé direito de Ricardo Goulart para virar o marcador e fazer justiça ao que foi apresentado nos primeiros 45 minutos.
 
Jogo de um time só

Com o time em desvantagem no placar e também no futebol, Cuca até tentou fazer alguma coisa ao sacar Richarlyson e Rosinei, para as entradas de Jemerson e Leleu, respectivamente. Mas não deu resultado e logo veio o terceiro gol. Aos sete, Nilton se antecipou a Giovanni e de carrinho mandou para as redes. O avassalador ataque celeste transformou a vitória em goleada cinco minutos depois, quando Éverton Ribeiro deu belo passe para Ricardo Goulart marcar seu segundo no jogo.

A partir daí, de forma irônica, a torcida do cruzeiro usou o mantra atleticano pedindo o repeteco do 6 a 1 de 2011. Gritando “Eu acredito”, os cruzeirenses tentavam estimular seus jogadores em busca de mais dois gols.

Apesar do incentivo e do amplo domínio o resultado permaneceu o mesmo até o final do jogo. O clássico ainda marcou a estreia do atacante Willian, discreta, é verdade, no novo clube após ser envolvido numa troca com Diego Souza.

Mas o fato curioso é que mesmo com goleada no plcar desfavorável, a torcida do Galo terminou o jogo gritando "é campeão", em referência ao título da competição continental. Em resposta, a torcida do cruzeiro comemorou os três pontos e devolveu a provocação com o grito de bicampeão, em referência ao fato de terem duas Libertadores no currículo.

==> Fonte: Globoesporte

==> Foto: Daniel Oliveira / Agência Estado

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