Julio César, Daniel Alves e Thiago Silva. Isso é tudo que o Brasil
carrega da Copa do Mundo de 2010 para a Copa das Confederações, três
anos depois. Sobreviventes de uma renovação completa, que passou por
dois técnicos, dezenas de convocados, e resulta em uma condição bem
distinta dos demais favoritos ao título do torneio. A seleção brasileira
é, de longe, a que manteve menos jogadores. Só esses três, um abismo de
diferença para a Espanha, que preservou 18 dos 23 campeões mundiais, e o
Uruguai, com 17 caras repetidas.
A "geração Neymar" é composta por atletas que mal haviam surgido para o
futebol em 2010. O santista chegou a ser cogitado naquela Copa do
Mundo, mas outros eram ilustres desconhecidos. Casos de Lucas, que ainda
era chamado de Marcelinho no São Paulo, dos atuais campeões europeus,
Dante e Luiz Gustavo, e do volante Fernando.
Muitos estrearam na Seleção com Mano Menezes. O treinador assumiu logo
após a derrota para a Holanda no Mundial, que culminou na saída de
Dunga. Além de Julio César, Daniel Alves e Thiago Silva, o único jogador
brasileiro que estará na Copa das Confederações, e já disputou uma Copa
do Mundo, é o atacante Fred, convocado em 2006 por Carlos Alberto
Parreira.
O fato constata a queda de jogadores considerados fundamentais naquele
momento, casos de Maicon, Lúcio, Kaká, Robinho e Luis Fabiano. E Felipão
não se incomoda com a safra totalmente nova. Ao contrário. Abre as
portas da Seleção para que novatos possam entrar.
- Alguns jogadores terminaram o ciclo, outros não estão nas melhores
condições. Tinha de haver uma renovação dentro de um critério. Começou a
ser feita em 2010 e ainda continua. Até a última convocação pode haver
dois ou três jogadores novos - disse o técnico.
Cenário bem diferente da Espanha. Campeã na África do Sul, em 2010, ela
levará ao Brasil praticamente o mesmo time. Entre os titulares que
fizeram história há quatro anos, o zagueiro Puyol e o lateral-esquerdo Capdevila não fazem mais parte do grupo. Além deles, caíram Marchena,
Llorente e Xabi Alonso, esse último apenas por lesão. Em seus lugares,
são novidades Jordi Alba, Azpilicueta, Monreal, Cazorla e Soldado.
REMANESCENTES DE 2010 |
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BRASIL | Julio César, Daniel Alves e Thiago Silva |
ESPANHA | Casillas, Valdes, Reina, Sergio Ramos, Piqué, Albiol, Arbeloa, Busquets, Javi Martínez, Xavi, Iniesta, Fabregas, Navas, David Silva, Mata, Torres, Villa e Pedro |
URUGUAI | Muslera, Silva, Castillo, Máxi Pereira, Lugano, Godín, Scotti, Cáceres, Alvaro Pereira, Arévalo Rios, Diego Pérez, Gargano, Eguren, Lodeiro, Forlán, Cavani e Suárez |
ITÁLIA | Buffon, Marchetti, Bonucci, Chiellini, Maggio, De Rossi, Pirlo, Marchisio, Montolivo e Gilardino |
MÉXICO | Ochoa, Guardado, Torres Nilo, Salcido, Rodríguez, Moreno, Torrado, Giovani dos Santos, Hernández e Barrera |
JAPÃO | Kawashima, Konno, Nagatomo, Uchida, Endo, Nakamura, Hasebe, Honda e Okazaki |
NIGÉRIA | Enyeama, Ejide, Echiejilé e Ideye |
A estrutura do meio-campo, considerado setor mais poderoso dos líderes
do ranking da Fifa, está mantida com os quatro do Barcelona: Busquets,
Xavi, Iniesta e Fábregas, que tem atuado como atacante.
O Uruguai, que surpreendeu o mundo ao ser quarto colocado na África,
também tem praticamente o mesmo plantel: 17 de 23 foram mantidos. Entre
as ausências, destacam-se as de Loco Abreu e do lateral Fucile, que
defendeu o Santos e é o único titular de 2010 a ter perdido lugar na
Celeste.
Porém, ao contrário da Espanha, campeã da Eurocopa no ano passado, o
Uruguai não faz boa campanha nas eliminatórias e corre sério risco de
não ir à Copa do Mundo de 2014. Muitos criticam o envelhecimento da
equipe, cujo maior trunfo é o mesmo de anos atrás: o trio ofensivo
formado por Forlán, Suárez e Cavani.
Mesmo após o retumbante fracasso no Mundial, quando foi eliminada na
primeira fase, a Itália manteve dez jogadores em três anos. Número que
indica uma reformulação, só que mais contida que a do Brasil. Astros
como Buffon, De Rossi e Pirlo seguem na Azzurra, que ganha o reforço de
Balotelli, principal novidade.
Também são dez os remanescentes do México, que aposta na maturidade de
Giovani dos Santos e nos gols de Chicharito Hernández, dupla que entrou
em campo na África do Sul. Já o Japão, primeiro adversário brasileiro na
Copa das Confederações, dia 15, em Brasília, tem nove atletas que foram
convocados há três anos.
Só mesmo a Nigéria praticamente se equivale à seleção brasileira, com
quatro sobreviventes de 2010. O Taiti não entra na comparação porque não
participou do Mundial de 2010. Mesmo "na lanterna" nesse quesito, Luiz
Felipe Scolari confia em sua Seleção e avisa:
- O que importa é a qualidade.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Divulgação
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