Futebol tem dessas coisas. O Atlético-PR parecia soberano na partida ao
marcar o segundo gol sobre o Flamengo, na Arena Joinville, aos 26
minutos do segundo tempo. O Rubro-Negro carioca tentava uma reação
desesperada. Tudo parecia perdido. Até que a história se repetiu para o
Furacão, que contra o Cruzeiro chegou a fazer 2 a 0 mas desperdiçou a
vantagem. Dessa vez, com duas falhas de sua defesa em jogadas aéreas,
permitiu o empate do adversário neste sábado, em Santa Catarina.
Ederson marcou os gols do Atlético-PR, e Marcelo Moreno e Renato Abreu
fizeram os da reação do Flamengo em três minutos - aos 32 e 35 do
segundo tempo. O resultado, para a tabela, não foi bom para os dois
times, que continuam sem vencer no Campeonato Brasileiro e somam apenas
dois pontos. Como saldo positivo para cada um, fica a boa atuação dos
atleticanos na primeira etapa, quando envolveram o Flamengo com boa
marcação e velocidade. No lado da equipe carioca, vale ressaltar o
espírito de reação, especialmente com a entrada de Renato Abreu, Rafinha
e depois Hernane, inicialmente sacados pelo técnico Jorginho.
Na próxima rodada, quarta-feira, o Atlético-PR vai ao Moisés Lucarelli
encarar a Ponte Preta. O Flamengo, sem estádio no Rio para jogar,
enfrenta no mesmo dia o Náutico no Orlando Scarpelli, em Florianópolis.
Na saída do estádio, o meia Renato Abreu, que na derrota para a Ponte
Preta fora vaiado ao perder um pênalti e acabou sacado pelo técnico
Jorginho neste sábado, fez um desabafo.
- Às vezes somos julgados de uma forma que não entendemos. Aqui nós
somos seres humanos, estamos sujeitos a acertar e errar. Não erramos
porque queremos, erramos porque tentamos fazer o certo. Essa torcida de
hoje é a torcida do Flamengo, que nos incentiva e merece o nosso
esforço.
O zagueiro Manoel, artilheiro da equipe junto com Ederson com dois
gols, reclamou do novo cochilo - o time desperdiçou quatro pontos nas
duas últimas partidas com boa vantagem no marcador.
- Está faltando atenção. Quando fazemos 2 a 0, temos bobeado lá atrás.
Foi assim no jogo contra o Cruzeiro também. Jogamos bem, mas
infelizmente estamos pecando em alguns detalhes.
Furacão superior
Um time sem brilho nas conclusões, mas com vibração em campo e marcação
eficiente. Foi assim que o Atlético-PR mostrou-se superior na primeira
etapa e construiu a vitória parcial de 1 a 0. Um time lento,
displicente, desorganizado taticamente. Foi assim que o Flamengo
mostrou-se infinitamente inferior ao adversário e viu sua parcial
derrota ser construída no primeiro tempo. O duelo rubro-negro ficou
longe de ser empolgante tecnicamente. Para se ter uma ideia, em 22
minutos de jogo na Arena Joinville, havia 32 passes errados das equipes
rubro-negras.
Mas a marcação por pressão do Furacão desde o começo acabou decisiva
para a vantagem dos paranaenses. Deivid, que saiu contundido para a
entrada de Jorginho, e João Paulo faziam bem o serviço no meio-campo,
deixando Felipe, Everton e Ederson mais soltos para encostar em Marcão. O
Flamengo reagia mal à postura tática do rival: errava demasiadamente a
saída de bola, especialmente Léo Moura. A zaga era lenta e displicente, e
o meio-campo e o ataque, mexidos por Jorginho - Carlos Eduardo e
Paulinho substituíram Rafinha e Renato Abreu -, mostravam que bastava ao
Furacão acertar o último passe para abrir o placar.
O primeiro chute com perigo foi com Pedro Botelho, aos 30, cruzado, que
Felipe espalmou - na sequência, Marcão por pouco não mandou para a
rede, por cobertura. Dois minutos depois, aos 32, a jogada decisiva que
mostrou a diferença entre as duas equipes: Num lateral cobrado por
Jonas, González cochilou. Ederson acreditou, chegou na frente de Renato
Santos, que ficou parado, esperando a bola, e tocou por baixo de Felipe:
1 a 0 justíssimo para um time que teve 11 conclusões, contra três do
Flamengo.
Reação do Fla
Para o segundo tempo, Jorginho, mais uma vez, mexeu. Trocou Carlos
Eduardo, que ainda não estreou, por Renato Abreu. Tirou Léo Moura e pôs
Rafinha, deslocando Paulinho para a lateral. A defesa até tomou um susto
no vaivém de chutes que terminou em um de bico de Everton, destaque do
Furacão, rente à trave. Depois, o Flamengo aprontou pela primeira vez,
com duas boas defesas de Weverton, em chutes seguidos de Renato Abreu e
Rafinha.
E até que o Flamengo deu uma melhorada. Não só na movimentação. O time
conseguia criar mais. Como no centro que Gabriel se esticou para escorar
e só não balançou as redes porque Weverton se esticou e fez outra
grande defesa. Pouco depois, brilhou novamente num chute de Hernane, que
acabara de entrar no lugar de Gabriel.
A reação do Flamengo, no entanto, ocorria sem a menor organização
tática. A defesa estava cheia de buracos. Bem postado taticamente, o
Furacão saía na hora certa. E em centro pela direita, Ederson pegou de
voleio, meio desequilibrado, para aumentar o placar, aos 26. E só não
marcou o terceiro em seguida porque Felipe fez grande defesa. Mas num
centro de Rafinha, Marcelo Moreno, até então nulo, diminuiu de cabeça
aos 32. Três minutos depois, em outra bola pelo alto, a zaga do Furacão
se complicou, e Renato Abreu empatou, tocando livre. Os dois times ainda
tiveram chances de vencer em cobranças de falta - João Paulo obrigou
Felipe a defesa elástica, e Renato Abreu mandou na trave. Mas os times
seguiram sem os três pontos no Brasileirão. Pelo menos, o fim da partida
foi emocionante.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Heuler Andrey / Agência Estado
0 comments:
Postar um comentário