Pato, Rogério Ceni, e um pênalti decisivo. Assim como no primeiro
clássico do ano entre São Paulo e Corinthians, na fase de classificação
do Paulistão, os dois craques ficaram frente a frente na disputa que
levou o Timão à decisão do estadual para enfrentar o Santos. Pato
precisou bater duas vezes para fazer 4 a 3 nas penalidades e classificar
os alvinegros – na primeira cobrança, Rogério Ceni se adiantou demais e
a arbitragem mandou voltar.
Na comemoração, Pato imitou um arqueiro, atirando flechas imaginárias
pelo ar. Ele explica que foi uma homenagem à namorada, Barbara
Berlusconi.
- São flechadas de amor...
O Corinthians agora pega o Santos na final, com o primeiro jogo no
Pacaembu, no próximo domingo, e o segundo com o mando do rival na Vila
Belmiro. Pelo sétimo ano consecutivo o São Paulo cai na semifinal
estadual.
Os principais craques do São Paulo erraram: Ganso chutou por cima, e
Luis Fabiano parou em Cássio, que só precisou de uma defesa para ajudar o
Corinthians a se classificar. Após a polêmica do último pênalti, os
tricolores dispararam em direção ao árbitro Antônio Rogério Batista do
Prado, muito mal durante toda a partida.
Rogério Ceni bateu o primeiro e ainda cumprimentou Cássio. Na
sequência, se esticou, mas não alcançou a cobrança perfeita de Douglas.
Em seguida, Rafael Toloi e Romarinho mantiveram o empate. Na terceira
bola, Ganso chutou alto, longe, sem chances de gol. Fábio Santos
desempatou, Jadson devolveu a igualdade, que permaneceu com um chute de
Alessandro na trave. Fabuloso errou, e Pato decidiu.
Independentemente do resultado, o fato é que os dois rivais precisam
melhorar demais se quiserem avançar na Libertadores. O Timão precisa
vencer o Boca Juniors no próximo dia 15 de maio, no Pacaembu, enquanto o
Tricolor necessita bater o Atlético-MG na próxima quarta-feira, no
Independência. Ninguém mostrou gana suficiente para um jogo tão decisivo
quanto o Majestoso deste domingo.
Muita tensão para pouco futebol
O clássico cercado de expectativas, com jogadores técnicos dos dois
lados, não passou de promessa no primeiro tempo. Um jogo muito mais
brigado do que jogado, e com enorme colaboração do árbitro Antonio
Rogério Batista do Prado, que conseguiu a façanha de irritar as duas
equipes. Um pisão de Romarinho em Wellington deu início ao clima tenso,
que continuou com entradas duras de Rafael Toloi, nervosismo de
Romarinho e reclamações de todos os lados.
Esses fatores emocionais são importantes no clássico, mas não
suficientes para vencê-lo. É por isso que não houve grandes chances de
gol. O São Paulo sempre um pouco melhor, é verdade, já que jogava em
casa e contava com um Luis Fabiano esfomeado para balançar as redes em
uma partida decisiva – o melhor chute do primeiro tempo foi dele, de
fora da área, rebatido por Cássio.
O Tricolor foi melhor até quando ficou sem Osvaldo, logo aos 10 do
primeiro tempo, por causa de uma pancada no quadril - Douglas entrou em
seu lugar. A dupla formada por Ganso e Jadson abriu espaços e tentou
sempre servir Luis Fabiano. O camisa 9 até fez seu gol, aos 36 minutos,
mas estava impedido e o lance foi anulado. O Corinthians, aliás, correu
riscos com sua tática defensiva de sempre tentar deixar o adversário na
“banheira”.
A equipe de Tite se segurou demais, apostou apenas nos contra-ataques e
não levou perigo a Rogério Ceni. Muito marcado, Guerrero travou duelo
particular com Rafael Toloi, que reclamou:
- Ele deixa o braço toda hora e eu que levo cartão.
- Muita luta, tem que deixar o braço, futebol tem que ser assim - rebateu Guerrero, na saída para o intervalo.
Retraído e esperando o São Paulo, o Corinthians teve dificuldades para
atacar. Emerson Sheik e Romarinho foram muito abaixo da média, aceitando
a marcação adversária. Ao menos, os alvinegros conseguiram empatar o
placar de gols anulados: Gil mandou a bola para as redes aos 41 minutos,
mas também estava impedido. O clássico pegou fogo pela tensão, e não
pelo futebol bem jogado.
Só pênaltis dão emoção
Guerrero estava mesmo em um conflito permanente com os zagueiros
são-paulinos, irritado com a falta de oportunidades. Por isso, ele
resolveu ajudar de outras formas, saindo da área, atuando até como meia e
puxando o melhor contra-ataque do Corinthians no jogo: passe perfeito
para Emerson Sheik, que chutou para a primeira defesa de Rogério Ceni no
clássico. Mesmo com a quase assistência, Guerrero foi substituído por
Alexandre Pato.
A intenção de Tite era dar mais velocidade ao contra-ataque, claro, mas
o São Paulo percebeu logo a tática corintiana e tratou de não deixar o
rival jogar. Ligeiramente melhor, o Tricolor comandou as ações no seu
ritmo e chegou perto do gol aos 21 minutos: falta de Jadson, quase
desvio de Paulo Miranda e ótima defesa de Cássio.
A qualidade técnica do clássico continuou decepcionante, longe de
agradar os quase 30 mil pagantes no Morumbi - público também abaixo do
esperado. A arbitragem fraca permitiu novas polêmicas, quase todas
envolvendo Emerson Sheik. Uma mão no rosto de Wellington e uma entrada
mais forte em Paulo Miranda causaram revolta dos são-paulinos, que
queriam a expulsão do adversário. Sheik só levou amarelo. Atento e
precavido, Tite o substituiu por Douglas.
O Majestoso estava tão sem graça que o árbitro não quis saber de
acréscimos: encerrou a partida com 45 minutos cravados. Com as
penalidades, enfim um pouco de emoção após o morno segundo tempo.
Nas cobranças, o Corinthians foi mais preciso. Converteu quatro de
cinco cobranças, enquanto o Tricolor desperdiçou duas. O Timão faz mais
uma final contra o Santos. A terceira em cinco anos - as outras duas
foram em 2009, com título da equipe do Parque São Jorge, e 2011, com
conquista santista.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte
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