Foi do jeito que a Taça Libertadores da América costuma ser. Com
pressão, catimba, sofrimento... À maneira que o torcedor do Parque São
Jorge gosta e ficou acostumado no título do ano passado. O Corinthians
venceu o Millonarios por 1 a 0 no El Campín, em Bogotá, assumiu a
liderança do Grupo 5 e assegurou a classificação à próxima fase da
competição continental.
As atuações consistentes da equipe do técnico Tite passaram longe do
que se viu no primeiro tempo. Completamente perdido, o Timão foi
dominado do início ao fim pelos colombianos. Somente na etapa
complementar, com as trocas de Pato por Jorge Henrique e depois de
Romarinho por Edenilson, e também com a frieza de Danilo, os alvinegros
encontraram o caminho do gol e também da primeira vitória fora de casa
nesta Libertadores.
Com o triunfo, o Corinthians chegou aos 10 pontos ganhos - mesma pontuação do Tijuana, do México, que horas antes empatou com o San José, na Bolívia
- e alcançou a ponta da chave por ter melhor saldo de gols que o
principal rival do grupo. Na última rodada, na próxima quarta-feira, o
Timão pega o San José, no Pacaembu. Para garantir a primeira colocação,
basta vencer por uma diferença de gols igual ou inferior em um gol a uma
possível vitória do Tijuana sobre o Millonarios, no México - assim, o
clube paulista manteria a vantagem no saldo de gols sobre os mexicanos.
Em situação mais tranquila, o Corinthians agora volta as atenções para o
Campeonato Paulista. No próximo domingo, a equipe recebe o São Bernardo
no Pacaembu, às 16h (horário de Brasília).
Bandeirão empurra Millonarios; Timão se segura
São mais de 600 metros de largura por 40 de altura, cor
predominantemente branca, mas com faixas em azul, amarelo e vermelho,
cores da bandeira da Colômbia. Foi com o proclamado “maior bandeirão do mundo”
que a torcida do Millonarios recebeu seu time para enfrentar os atuais
campeões do planeta. Em campo, os donos da casa não decepcionaram e
seguiram o calor de sua massa.
O lotado El Campín viu um Corinthians retraído, apenas esperando a pressão colombiana. Ela veio com a capacidade técnica de Rentería, a velocidade de Montero e a experiência de Mayer Candelo, camisa 10 e grande condutor do Millonarios. Envolvente, o time treinado por Hernán Torres criou chance atrás de chance, a melhor delas com Montero, em chute de canhota bem defendido por Cássio.
O lotado El Campín viu um Corinthians retraído, apenas esperando a pressão colombiana. Ela veio com a capacidade técnica de Rentería, a velocidade de Montero e a experiência de Mayer Candelo, camisa 10 e grande condutor do Millonarios. Envolvente, o time treinado por Hernán Torres criou chance atrás de chance, a melhor delas com Montero, em chute de canhota bem defendido por Cássio.
O Corinthians não parecia Corinthians. Isolado no ataque, Alexandre
Pato não conseguiu aparecer no meio dos bons zagueiros Pedro Franco e
Román Torres. Os erros de passes irritaram Tite, que se esgoelava à
beira do gramado para tentar acertar o posicionamento da equipe.
Perdido, Romarinho mal tocou na bola. E ele deveria ser o articulador
entre defesa e ataque...
Dessa forma, as poucas chances alvinegras vieram com a famosa “ligação direta”. Até os 35 minutos, o goleiro Zapata só havia trabalhado em um chute de Emerson Sheik – a bola foi lançada por Cássio, na grande área oposta. Na única troca de passes que lembrou o estado normal do Timão, Danilo deixou Pato na cara do gol: outra defesa de Zapata.
Dessa forma, as poucas chances alvinegras vieram com a famosa “ligação direta”. Até os 35 minutos, o goleiro Zapata só havia trabalhado em um chute de Emerson Sheik – a bola foi lançada por Cássio, na grande área oposta. Na única troca de passes que lembrou o estado normal do Timão, Danilo deixou Pato na cara do gol: outra defesa de Zapata.
Tite tentou mudar o que pôde, levando o mesmo Danilo para o meio e
deslocando Romarinho para a ponta. As variações deram resultado, e
Danilo quase marcou gol idêntico ao da vitória por 2 a 1 sobre o São
Paulo, domingo passado. Mesmo assim, o Millonarios foi melhor e só não
foi para o intervalo com a vitória porque seus atacantes fizeram tudo,
menos finalizar com precisão.
Alteração e frieza de Danilo resolvem
Foi na Colômbia que o Corinthians viveu um dos piores capítulos de sua
história: a queda na fase preliminar da Libertadores de 2011, para o
desconhecido Deportes Tolima, na pequena cidade de Ibagué. Campeão
invicto da competição continental do ano seguinte, o Timão parecia
reviver os momentos de mau futebol no El Campín. Pressionada, a equipe
do técnico Tite não encontrava meios de superar a marcação dos
colombianos.
Um lance com apenas quatro minutos de bola rolando no segundo tempo
simbolizou a situação ruim dos alvinegros: Fredy Montero disparou chute
da intermediária e encontrou Cássio completamente adiantado. No susto, o
goleiro tentou desviar, não conseguiu, e a bola explodiu no travessão.
Gritos de lamento ecoaram das arquibancadas. Os "Millos" não se
conformavam em ver tamanho domínio e nenhum gol.
Mas uma alteração de Tite mudaria o jogo. Inconformado com a falta de
efetividade do Corinthians no campo de ataque, o comandante sacou
Alexandre Pato para a entrada de Jorge Henrique. Em seu primeiro lance,
ele tabelou com Alessandro e recuou a bola para Danilo. O "Homem de
Gelo" do Timão teve paciência para chutar rasteiro, preciso, no canto
esquerdo. Gol da liderança do grupo.
O Millonarios continuou consciente de que o ambiente estava a todo o
seu favor e que, se não revertesse o placar, estaria eliminado da Taça
Libertadores da América. Apoiado por sua barulhenta torcida, o time
colombiano não se entregou. Fez com que o Corinthians se acuasse para o
campo de defesa, e passou a atacar com todas as armas à sua disposição.
Perlaza entrou no lugar de Ortiz, para que os donos da casa partissem
para cima. Edenílson substituiu Romarinho, para segurar as pontas no
Timão.
Visitante, o time de Tite soube se portar como o atual campeão da
América. Fez da grande área o coração da equipe, e o protegeu até o
apito final. Esqueceu a classe e a técnica, dando lugar aos chutões dos
zagueiros e aos saltos desajeitados de Cássio, afastando a bola da trave
alvinegra. A busca pelo bi continuará na fase de mata-mata.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: AFP
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