Criado pelo italiano naturalizado brasileiro Antônio Sergi em 1949, o
hino do Palmeiras retrata bem o que foi a noite desta terça-feira. Com
11 desfalques e ainda pressionado pela vexatória goleada sofrida para o
Mirassol no Campeonato Paulista, semana passada, o Verdão, mais do que
nunca, “ostentou a sua fibra”. Com a ajuda de uma “torcida que cantou e
vibrou” durante os 90 minutos, a equipe foi extremamente guerreira,
dominou o Tigre e mereceu amplamente a vitória por 2 a 0, num Pacaembu
cheio - o público pagante foi de 19.170 pessoas. Caio e Charles marcaram
os gols, um em cada tempo.
O resultado não só acalma os ânimos pelos lados do Palestra Itália como
deixa a equipe em boa situação na tabela de classificação da Taça
Libertadores da América. O Verdão assumiu a vice-liderança do Grupo 2,
com seis pontos, dois a menos que o líder Libertad, do Paraguai, e
depende apenas de si para se classificar.
Os dois times se enfrentam no dia 11, no Pacaembu. Se vencer os
paraguaios, o Palmeiras pula para a primeira colocação. Dois dias antes,
o Tigre, último colocado no grupo, com três pontos, recebe em Sarandí
os peruanos do Sporting Cristal, que têm cinco.
Pelo Paulistão, o Verdão, também lutando por classificação, encara a invicta Ponte Preta em Campinas, no domingo.
Verdão domina primeiro tempo, abre o placar e sai de campo aplaudido
Entre atletas machucados e que não estão inscritos na competição
sul-americana, o Palmeiras entrou em campo com 11 desfalques. Diante de
tamanha adversidade, a equipe acabou crescendo - na base da raça e com
ajuda da torcida, que recebeu os atletas com uma bela festa de bolas
verdes, brancas e vermelhas.
Gilson Kleina foi obrigado a improvisar na zaga, onde Marcelo Oliveira
foi escalado como parceiro de Maurício Ramos. No meio, o treinador
apostou em Ronny como homem de criação, tendo no apoio dos laterais
Ayrton e Juninho a esperança de municiar Caio, o único atacante de
ofício.
Com problemas de entrosamento, ficou nítido desde o início que a raça
seria o forte da equipe. Com uma vontade fora do comum, o time começou a
partida a todo vapor, marcando forte no campo do adversário e buscando
jogar com velocidade. Aos quatro, após jogada individual, Patrick Vieira
desperdiçou uma chance. O Tigre, que entrou com Castaño na vaga de
Penalba (suspenso), só tentava chegar ao ataque na jogada aérea.
Aos 16, novo problema médico para o Verdão. Com uma lesão na coxa
esquerda, Patrick Vieira deixou o gramado para a entrada de Vinícius. Na
sua segunda jogada, aos 20, o atacante desceu pela esquerda e cruzou
para Caio, que desviou de pé direito, no canto esquerdo de García: 1 a 0
justíssimo e festa no estádio do Pacaembu. Aos 25, Vinícius recebeu de
Caio e quase fez o segundo.
Durante toda a etapa inicial, o Verdão foi melhor. Com combustível
extra vindo das arquibancadas, a equipe manteve a pegada, não deu chance
de reação ao rival e deixou o gramado sob aplausos, cena inimaginável
depois do que ocorreu na semana passada, quando o time perdeu por 6 a 2
para o Mirassol.
Verdão garante resultado no segundo tempo
Tímido na etapa inicial, o Tigre começou o segundo tempo com outra
postura. Mais ofensivo, o time argentino assustou aos quatro minutos, em
lance individual de Botta, que exigiu boa defesa de Fernando Prass. Mas
antes que os hermanos pudessem sonhar com o empate, o Verdão marcou o
segundo gol. Aos 7, Vinícius desceu pela esquerda e deu passe açucarado
para Charles, que bateu de fora da área, de pé direito, no canto direito
de García.
Com o jogo praticamente definido, o Palmeiras passou a mostrar outra
característica para manter o domínio: a calma para não cair nas
provocações dos argentinos. Os jogadores do Tigre passaram a bater
deliberadamente. Maggiolo, em lance com Maurício Ramos, deu uma cabeçada
no defensor. Em jogada na lateral, Ronny recebeu uma cotovelada de
Orban, que recebeu cartão amarelo. Na área, Caio era constantemente
provocado por Donatti, mas soube se controlar.
Com Perez Garcia na vaga de Cisterna, o Tigre subiu seu meio-campo e,
mesmo sem muita organização, conseguiu equilibrar o jogo. Aos 26,
Maggiolo chutou e Prass fez boa defesa. No minuto seguinte, Orban desceu
pela esquerda e cruzou para Maggiolo, que não alcançou. Gilson Kleina,
aos berros, pedia para o time não deixar o ritmo cair. Na sequência, o
técnico colocou Weldinho na vaga de Ronny, que saiu cansado. Com essa
alteração, a equipe ganhou novo gás em campo e soube esperar o tempo
passar para comemorar a importante vitória.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Marcos Ribolli
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