Uma semana para o Barcelona esquecer. E para o Real Madrid
guardar na memória. Quatro dias depois de perder por 3 a 1 para o
arquirrival e ser eliminado da Copa do Rei no Camp Nou, o clube catalão
amargou neste sábado outra derrota, desta vez por 2 a 1 e válida pela
26ª rodada do Campeonato Espanhol.
Benzema e Sergio Ramos marcaram para os merengues, que chegaram a 55
pontos e estão a 13 do líder Barça. Se não mudou muito a situação no
torneio nacional, o triunfo no estádio Santiago Bernabéu deu moral ao
time de José Mourinho para o duelo contra o Manchester United,
terça-feira, pela Liga dos Campeões. Pelo lado culé, Messi descontou e alcançou a marca de Di Stéfano como maior artilheiro da história do clássico com 18 gols.
Como não poderia deixar de ser, o clássico teve polêmica. Nos
acréscimos do segundo tempo, quando o Real vencia por 2 a 1, o
brasileiro Adriano caiu na área após um lance com Ramos. Os jogadores do
Barça pediram pênalti, mas o árbitro ignorou o lance. Após o apito
final, revolta de Iniesta, Messi e, especialmente, do goleiro Victor
Valdés que acabou expulso e teve de ser contido por membros da comissão
técnica.
Barrados e poupados
Pensando no duelo contra o United na próxima terça, na Inglaterra, pela
volta das oitavas de final da Liga dos Campeões (na ida, empate por 1 a
1), o técnico José Mourinho, como era esperado, começou a partida com
alguns titulares no banco, entre eles, o craque Cristiano Ronaldo.
Melhor para Kaká
que, após sequer ser aproveitado no triunfo pela Copa do Rei no início
da semana, começou a partida como titular na vaga de Özil. Além do
atacante português e do meia alemão, Mou também poupou Khedira e Di
María. O lateral-esquerdo brasileiro Marcelo, por sua vez, não foi nem
relacionado, mostrando que segue em litígio com o treinador português.
Pelo lado do Barcelona, Jordi Roura, auxiliar que comanda o time
enquanto o técnico Tito Vilanova segue se tratando de um tumor nos EUA,
barrou Fábregas e Puyol, colocando em seus lugares David Villa e
Mascherano, respectivamente. Outra novidade na equipe foi a presença de
Thiago Alcântara, filho do tetracampeão Mazinho, na vaga de Xavi que se
recupera de lesão.
Real avassalador
Debaixo de sol, algo raro no superclássico (o duelo começou às 16 horas
locais), o Real Madrid começou avassalador e logo aos cinco minutos
abriu o placar. O jovem Morata, substituto de Cristiano Ronaldo,
encarnou o português, fez bela jogada pela ponta esquerda e cruzou na
medida para Benzema, bem colocado e aproveitando uma cochilada de
Mascherano que estava na sua marcação, escorar.
Com a vantagem precoce, o Real se trancou atrás, marcando com firmeza e
explorando os contra-ataques. O Barcelona, por sua vez, não acusou o
golpe e, na base do tradicional toque de bola, partiu em busca do
empate.
Messi iguala marca de Di Stéfano
E o empate veio aos 18 minutos. Daniel Alves deu passe primoroso para
Lionel Messi no meio da zaga. O camisa 10 evoluiu com velocidade e, já
dentro da área, bateu no canto. Festa do Barça e mais uma marca
alcançada pelo argentino. Com o gol, Messi chegou a 18 no clássico e
igualou Di Stéfano, maior ídolo do Real Madrid e que atuou pelo clube
nas décadas de 50 e 60, como maior artilheiro na história do confronto.
Na comemoração, o lateral-esquerdo Jordi Alba exagerou na dose mostrou o dedo médio na direção da torcida do Real.
Aos 31, Messi, que se tornou o estrangeiro que mais vezes disputou o
“El Clasico” (25 vezes, uma a mais que o pentacampeão Roberto Carlos),
teve a chance de virar o placar, mas acabou parando nas mãos de Diego
López, titular do gol merengue enquanto Casillas se recupera de uma
fratura na mão esquerda. A resposta do Real veio aos 37, com Morata
cabeceando na rede pelo lado de fora e arrancando o grito de gol dos fãs
em alguns setores da arquibancada.
Clássico da paz? Só no primeiro tempo...
Além do equilíbrio no marcador, o clássico foi para o intervalo com um
número raro: nenhum cartão amarelo foi dado no primeiro tempo.
Obviamente, no segundo tempo, a coisa mudou de figura e, com pouco menos
de 20 minutos, seis já tinham sido distribuídos.
Um deles para Piqué em falta sobre Cristiano Ronaldo, que entrara aos
12 no lugar de Kaká. O meia brasileiro teve atuação apagada e pouco fez
enquanto esteve em campo.
E o craque português, aos 21, quase voltou a colocar o Real na frente
após cobrança de falta cheia de efeito. Valdés espalmou para escanteio.
Morata perde gol feito, mas Sergio Ramos resolve
Aos 30, o luso-brasileiro Pepe, que atuou como volante, deu um belo
passe para Morata. O jovem atacante, de apenas 20 anos, entretanto,
mesmo cara a cara com Valdés, acabou chutando em cima do goleiro culé.
Mas, aos 26, o Real acabou marcando. Modric cobrou escanteio, Sergio
Ramos subiu mais alto que Piqué e, de cabeça, colocou no fundo da rede.
Nos minutos finais, o Barcelona pressionou (embora quase levou o
terceiro em uma batida de falta de CR7 que carimbou o travessão), mas em
vão. Para piorar, o time ainda reclamou de um pênalti não marcado de
Sergio Ramos no lateral brasileiro Adriano nos acréscimos. A revolta foi
tanta que, após o apito final, Valdés foi expulso.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Agência Reuters
0 comments:
Postar um comentário