Um jogo para se lamentar. Tecnicamente superior ao Tigre, o Palmeiras
não soube converter em gols as chances que teve - algumas incríveis,
como a de Kleber, aos 47 minutos do segundo tempo. O castigo foi duro.
Com um gol no último lance da partida, a equipe argentina venceu por 1 a
0, no estádio José Dellagiovanna, somou seus primeiros pontos na Taça
Libertadores e complicou a situação do Verdão, que só não está na
lanterna do Grupo 2 porque tem melhor saldo que os argentinos.
A classificação do Grupo 2 fica assim: Libertad, que empatou com o
Sporting Cristal, por 2 a 2, nesta quarta, lidera com sete. O Sporting
tem quatro. Verdão e Tigre têm três. O saldo da equipe brasileira é de
menos dois; os argentinos têm menos três.
Brasileiros e argentinos voltarão a se enfrentar no dia 2 de abril,
desta vez no estádio do Pacaembu, em São Paulo. A delegação alviverde
terá pouco tempo para descansar, já que, no próximo domingo, terá o
clássico contra o São Paulo, pelo Campeonato Paulista, no estádio do
Morumbi..
Primeiro tempo muito ruim em Tigre
Um jogo de baixo nível técnico, com poucas emoções e com as duas
equipes mostrando claras limitações. Esse é o resumo do primeiro tempo.
Nem o Palmeiras nem o Tigre - muito menos ainda - conseguiram jogar com a
bola no chão, organizar jogadas e criar algo de destaque.
O Verdão, que iniciou a partida com Kleber e Valdivia como novidades,
começou o jogo muito nervoso, errando praticamente tudo que tentava e
cometendo faltas demais. Kleber, logo aos sete minutos, recebeu cartão
amarelo. No banco, Gilson Kleina pedia a todo instante para o time se
acalmar e entrar no ritmo da partida.
A partir dos 20, o Verdão finalmente conseguiu controlar seus ânimos. O
problema é que, com exceção do zagueiro Henrique, que mostrou firmeza
nos desarmes e arriscou subidas ao ataque, todos pareciam sem um pingo
de inspiração. Weldinho e Marcelo Oliveira pouco apoiaram, Valdivia foi
uma figura extremamente apagada, e Kleber foi bem controlado pelos três
zagueiros argentinos. A única chance veio aos 41, em cabeçada de
Maurício Ramos, defendida por Cousillas.
O Tigre, atuando no 3-4-2-1, chegou três vezes com perigo. Duas em
jogadas aéreas, sua principal arma, e uma em chute de fora da área, bem
defendido por Fernando Prass. Da equipe comandada por Nestor Gorosito,
merecem destaque apenas os meias-atacantes Botta e Garcia. O resto tem
muita vontade, mas pouca qualidade.
Verdão cresce, domina, mas não marca
O Palmeiras voltou do intervalo mais organizado. Sem alterações, Gilson
Kleina conseguiu ajustar as peças, e o jogo da equipe fluiu. O time
passou a contar com o apoio de Weldinho pela direita. Vinicius, mais
ambientado ao jogo, começou a dar trabalho para Paparatto pelo lado
esquerdo. Aos quatro minutos, Kleber assustou Cousillas em lance pelo
alto, após cruzamento do lateral-direito alviverde.
Percebendo o crescimento adversário, Gorosito agiu no Tigre e fez duas
alterações, sacando Garcia e Santander para colocar Janson e
Leguizamón. Kleina respondeu na sequência, com Maikon Leite na vaga de
Vinicius, que não merecia sair. Em seu primeiro lance, o atacante
estragou um ótimo contra-ataque, ao avançar com a bola em vez de tocar
para Wesley, que estava livre para marcar.
Aos 18, ocorreu um princípio de confusão, após Valdivia ser acertado
por Galmarini. Os palmeirenses cercaram o juiz equatoriano Omar Ponce,
que só advertiu o capitão Henrique por reclamação. O Tigre só foi levar
perigo aos 22, em chute de Leguizamón, que assustou Fernando Prass.
O jogo estava sob controle do Verdão, que tinha espaço para jogar e
enfrentava um adversário desorganizado e desesperado pela necessidade de
vencer. Com Patrick Vieira, o time alviverde ampliou o seu domínio, mas
seguia sem conseguir balançar as redes. Que o diga Valdivia, que,
dentro da área, só não marcou porque Echeverría salvou quase em cima da
linha.
Perto do apito final, Vilson fez falta dura no meio de campo e foi
expulso. O Verdão, porém, seguia em cima. Já aos 47 minutos, Kleber
arrancou livre pelo meio, corria com a bola rumo ao gol da vitória. Era
só chutar. No entanto, ele preferiu arriscar um drible e acabou
desarmado. O castigo veio rápido. Peñalba, aos 48, completou cruzamento
da direita e decretou a derrota do Verdão.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: AFP


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