Em um dos vários depoimentos que concedeu às vésperas de seu
septuagésimo aniversário – comemorado no dia 26 de junho de 2012 –, Gilberto Gil
declarou que era metade gente e
metade ente. Subtraindo-se os dois
termos, tem-se a letra g:
representação gráfica de um "radar", símbolo perfeito para essa que é uma das
mais dinâmicas e abrangentes personalidades criativas nascidas no Brasil durante
o Estado Novo de Getúlio.
A exposição "GIL70", concebida e organizada pelo poeta e designer
gráfico André Vallias (1963) com a colaboração do pesquisador e ensaísta
Frederico Coelho (1974), reúne obras dos mais variados gêneros, realizadas por
criadores de quatro gerações, para celebrar, no espírito heterogêneo e livre das
revistas marginais dos anos 70, os 70 anos de Gilberto
Gil.
Depois de encantar um grande público no Rio de Janeiro – no Centro
Cultural dos Correios – e em São Paulo – no Itaú Cultural, que viabilizou sua
ida à Brasília –, a mostra chega ao Museu Nacional do Conjunto Cultural da
República, numa realização do Ministério da Cultura, Secretaria de Cultura do
Distrito Federal e Museu Nacional, com o patrocínio do Itaú, apoio da Cetip e
SulAmérica Seguros, Previdência e Investimentos, através da Lei
Federal de Incentivo à Cultura.
São ao todo 23 trabalhos – entre pintura, grafite, vídeo, fotografia,
escultura, poesia visual e instalação interativa – inspirados em canções de Gil
ou dedicados a ele, distribuídos numa área de ca. 600 m2. O conjunto
é acompanhado por uma linha do tempo ricamente ilustrada com fotos e capas de
disco; por 18 displays interativos que dão acesso ao áudio, letra e comentários
de 70 de suas mais emblemáticas composições; e 4 totens multimídia que reúnem
depoimentos de Gil sobre todas as fases de sua vida.
Participam da exposição 27 artistas, poetas, videomakers, músicos,
cineastas, programadores e designers:
Carlos Adriano, Ricardo Aleixo, Arnaldo Antunes, Lenora de Barros,
Vivian Caccuri, Adriana Calcanhotto, Augusto de Campos, Ivan Cardoso, Antonio
Dias, Eduardo Denne, Bené Fonteles, Lula Buarque de Hollanda, Alex Hornest,
Jarbas Jácome, Gabriel Kerhart, Raul Mourão, Carlos Nader, Antonio Peticov,
Gualter Pupo, Omar Salomão, Daniel Scandurra, Ariane Stolfi, André Vallias,
Caetano Veloso, Andrucha Waddington e Luiz Zerbini.
Gillberto Gil, que colaborou musicalmente na feitura de uma das
instalações interativas, não interferiu na curadoria da exposição. Mas fez
questão de manter uma antiga tradição: a de jogar o I Ching, para associar o projeto a um
dos 64 hexagramas do milenar oráculo chinês. Obteve o de número 29 – k'an / o abismal:
"A água flui ininterruptamente e chega à sua meta: a imagem do abismal repetido. Assim o homem superior
caminha em constante virtude e exerce o magistério".
A exposição "GIL70" tem ainda um desdobramento digital que inclui uma
antologia de textos escritos por Gilberto Gil – entre manifestos, artigos,
discursos e entrevistas – e uma coletânea de crônicas escritas especialmente
para a ocasião por:
Rita Lee, José Miguel Wisnik , Marisa Alvarez Lima, Hermano Vianna,
Jerusa Pires Ferreira, Carlos Rennó, Fernanda Torres, Andre Midani, Inês
Pedrosa, Arto Lindsay, Bernardo Oliveira, Francisco Bosco, Jorge Mautner, Evando
Nascimento, DJ Dolores e Paquito.
Exposição
"GIL70"
Local: Museu Nacional do Conjunto Cultural da República
Setor
Cultural Sul, Lote 02, Esplanada dos Ministérios
70070-150 Brasília –
DF
Inauguração: 12 de março, às 19h30
Visitação: 13 de março a 28 de
abril;
terça a domingo, das 9h às 18h30
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