**Jeitinho brasileiro é o mote do bem
humorado filme dirigido por Paulo Pélico.
**Adriane Galisteu, Ana Maria Braga, Beatriz Segall e Odilon Wagner estão entre as personalidades que dão depoimento sobre o assunto.
“É a média do joga
fora, então, 20 centímetros é a média do que se joga fora em cada
ajuste”.
A costureira Magda dos Santos a respeito do desperdício no setor da confecção.
“Aqui no Brasil tem que passar pelo provador, se não você vai acabar tendo problema em casa. Eu provo tudo que eu quero comprar aqui, tem que provar!”
Adriane Galisteu falando a respeito de sua experiência na compra de roupa.
“...
de cada dez clientes,
em quatro não serve.”
O travesti Mirela Becker a respeito do descompasso anatômico entre a população masculina e os 400 milhões de preservativos distribuídos anualmente pelo Ministério da Saúde de forma gratuita.
Estreia em março nos cinemas das principais capitais, o documentário FORA DO FIGURINO-AS MEDIDAS DO JEITINHO BRASILEIRO, de Paulo Pélico. Rodado ao longo de quatro anos no Brasil e EUA, o filme é uma produção da Casa Jabuticaba com distribuição da Raiz Filmes e conta com depoimentos de pessoas com dificuldades para encontrar produtos brasileiros adequados à sua numeração e também de profissionais que trabalham na fabricação de roupas, calçados e outros produtos que usam tabelas de medidas.
JEITINHO BRASILEIRO
Frequentemente associado à nossa criatividade e capacidade de adaptação, o chamado jeitinho brasileiro, às vezes, parece nos distinguir como povo e fortalecer o orgulho nacional. Porém, esse mesmo traço da identidade brasileira é repetidamente apontado, por nós mesmos, como causa importante de velhos problemas do país que nos faria adiar soluções e perenizar dificuldades.
É nessa ultima perspectiva que o jeitinho brasileiro é examinado nesse documentário. Evitando a abordagem meramente conceitual, o filme aponta a câmera para casos reais nos quais o Brasil frente a desafios preferiu a aparente facilidade da improvisação, o que acarretou consequências onerosas para a sociedade.
O ponto de partida do documentário é a questão do levantamento antropométrico, estudo científico realizado periodicamente nos países desenvolvidos para manter atualizado um banco de dados sobre as medidas corpóreas da sua população, referências indispensáveis na indústria para fabricação de produtos.
No Brasil, surpreendentemente, tal estudo jamais foi realizado, mesmo possuindo um dos maiores mercados internos do mundo e apresentando elevada diversidade étnica, o que, naturalmente, agrava o quadro.
Ao invés de investir na pesquisa e no estudo da sua população o país optou pela adoção de tabelas de medidas estrangeiras para a fabricação de roupas, calçados, equipamento de proteção individual, máquinas, móveis e até louças sanitárias.
O resultado é uma incômoda inadequação da população com o meio que a cerca, gerando enormes dificuldades no cotidiano das pessoas, consequências negativas na economia e até alguns problemas de saúde pública. Além, é claro, de uma coleção de situações insólitas com certa comicidade involuntária.
DIRETOR
Paulo Pélico é dramaturgo, produtor de teatro, cinema e vice-presidente da APTI (Associação de Produtores de Teatro Independente). Coproduziu os espetáculos Cocoricó Uma Aventura no Teatro(2008); Liberdade, Liberdade (2005); O Quebra Nozes (2001) e Honra (1999 a 2001), além de Viva o Demiurgo-Notícias de Um Artista do Terceiro Mundo, texto de sua autoria com direção de Bibi Ferreira. Ministrou cursos e palestras sobre legislação cultural e financiamento da produção artística na PUC, FAAP, SESC e BOVESPA. Foi produtor associado do longa-metragem Sábado (1995), de Ugo Giorgetti e, atualmente, desenvolve os documentários CLASSE EMERGENTE, sobre o fenômeno da expansão da classe média no Brasil, e DEVOÇÃO, que trata da surpreendente relação dos jovens guatemaltecos com a fé religiosa. Fora do Figurino é seu primeiro longa-metragem como diretor.
SINOPSE
O filme mostra que nunca houve um levantamento antropométrico capaz de apontar as medidas brasileiras médias, ao contrário de países desenvolvidos. Diversos segmentos da indústria brasileira não têm outra opção senão empregar tabelas estrangeiras de medidas e apresentam dificuldades de adaptação com enormes prejuízos econômicos, problemas de saúde pública e mesmo de competitividade econômica para o país. As numerosas e frustradas tentativas de se resolver a questão na base do improviso levaram a resultados que ficaram entre o cômico e o constrangedor.
FICHA TÉCNICA:
Roteiro e direção: Paulo Pélico
Câmera e Direção de
Fotografia: Fernanda
Riscali
Direção de Produção:
Juliana Munhoz Grangieri
, Maria Laura César
Direção Musical:
Tunica
Música Original:
“Amanheceu” de Itamar
Vidal
Edição: Luíz Fernando Castiglioni, Bruno
Lasevicius
Edição de som:
Mirian
Biderman
Produção: Casa
Jabuticaba
Distribuição: Raiz
Filmes
==> Foto: Divulgação
==> Foto: Divulgação
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