Red Bull Stratos divulga últimos dados da Queda Livre Supersônica de Baumgartner

LOS ANGELES (EUA) — A queda livre supersônica de Felix Baumgartner da estratosfera, em 14 de outubro de 2012, atingiu uma velocidade ainda mais rápida do que foi estimada: Mach 1,25 (ou 1.530 km/h). A estatística faz parte das informações compartilhadas em um relatório detalhando os resultados de uma análise de três meses dos dados da missão, conduzida pela equipe científica do Red Bull Stratos e divulgada hoje (terça-feira, 5 de fevereiro de 2013).

As amplas descobertas científicas, inclusive as primeiras informações fisiológicas já compiladas de um ser humano caindo mais rápido do que a velocidade do som, também levaram a revisões nos dados iniciais do salto, que coletou informações para futuras viagens aeroespaciais ao mesmo tempo em que quebrou vários recordes. A velocidade vertical máxima da quebra de recorde de Baumgartner foi revisada para cima, para 1.357,6 km/h (Mach 1,25) de uma estimativa inicial de 1.342,8 km/h (Mach 1,24). Com a ajuda de uma análise adicional de registro de dados, a altitude do salto foi revisada levemente para baixo, para 38.969,4 metros, com relação à estimativa anterior de 39.045 metros.

A descoberta mais importante da análise da missão já era mais do que evidente para os milhões de espectadores que assistiram ao salto ao vivo, em todo o mundo. A queda livre do aventureiro austríaco demonstrou que, com o equipamento certo e o treinamento adequado, um ser humano pode acelerar de maneira segura através da barreira do som. Esse é um avanço importante para a indústria aeroespacial, que busca respostas às perguntas da tripulação e de passageiros sobre a evacuação em situações de emergência, principalmente nas futuras viagens espaciais comerciais.

“Juntos, provamos que um humano em queda livre pode romper a velocidade do som voltando da estratosfera, atravessando uma fase transônica e pousando a salvo no chão”, disse Art Thompson, o diretor do projeto técnico da missão e o fundador da Sage Cheshire Aerospace, que foi o centro de tecnologia do Red Bull Stratos.

“Essa foi uma parte importante do programa, e monitorar a missão foi um evento significativo na medicina e fisiologia aeroespacial”.

A documentação foi finalizada depois que a equipe científica da missão conduziu uma revisão por pares, o Red Bull Stratos Scientific Summit (Cúpula Científica Red Bull Stratos), no Centro de Ciência da Califórnia, em 23 de janeiro de 2013, que incluiu astronautas da NASA, oficiais da Força Aérea dos EUA e representantes de empresas aeroespaciais comerciais como Virgin Galactic, Northrop Grumman, SpaceX, XCOR, Sierra Nevada Corporation e outras. Também foram revelados os números finais submetidos a registros de aprovação – inclusive a revisão levemente para cima da velocidade supersônica de Baumgartner.

O Red Bull Stratos foi uma missão histórica até o limite do espaço, na qual Baumgartner, um paraquedista profissional, realizou um sonho de toda a vida: saltar de uma cápsula que tivesse subido 39 quilômetros acima da Terra, atada a um balão de hélio. Ele se tornou o primeiro ser humano a romper a barreira do som em queda livre, e estabeleceu vários recordes adicionais no processo. Desde o início, a missão foi concebida como um programa de teste de voo para o avanço médico e científico nos voos humanos.

A divulgação das descobertas da missão é o auge de cinco anos de desenvolvimento do programa de teste de voo ativo, e os tópicos abrangem de avanços técnicos a médicos e meteorológicos. Algumas das informações mais ansiosamente guardadas tinham a ver com os dados fisiológicos de Baumgartner, que incluem sua frequência cardíaca e respiratória em pontos vitais durante a subida e a queda livre recorde de volta à Terra.

O monitoramento fisiológico de Baumgartner forneceu à equipe mais de 100 milhões de pontos de dados – incluindo os primeiros dados fisiológicos já compilados de um humano viajando a velocidade supersônica. As informações recém-divulgadas não incluem apenas sua frequência respiratória e cardíaca, mas também indicam as forças que ele encontrou em etapas importantes durante a missão.

A frequência cardíaca de Baumgartner chegou a 185 batidas por minuto (bpm) quando saiu da cápsula, e variou de 155 para 175 bpm durante a queda livre. Baumgartner, cujos batimentos cardíacos durante o período de pré-respiração de oxigênio no pré-lançamento foram de 40 a 100 bpm, teve uma frequência cardíaca de 60 a 100 bpm durante a subida e 169 bpm quando atingiu o Mach 1,25 no pouso e 100 quando o helicóptero de resgate o transportou de volta para o Controle da Missão. Sua frequência respiratória atingiu um máximo de 30 a 43 respirações por minuto durante a queda livre.

Baumgartner experimentou 25,2 segundos de absoluta falta de peso durante a fase inicial de sua queda livre. Subsequentemente, ele entrou em um período de giros e voltas que atingiu uma taxa máxima de 60 rotações por minuto, deixando o austríaco de 43 anos em uma posição de “flat spin” por 13 segundos. Ele foi capaz de estabilizar sua trajetória usando suas habilidades de paraquedista. Todos os dados fisiológicos ficaram bem dentro dos parâmetros antecipados, nunca excedendo as margens de segurança (Por exemplo, o medidor G usado no pulso de Baumgartner nunca experimentou os 6 segundos continuados a 3,5 G que teriam provocado a abertura de seu paraquedas de estabilização; na verdade, a área de maior preocupação, a região do crânio de Baumgartner, permaneceu sob 2 G durante a duração de seu giro).

Baumgartner descreveu a sensação de queda livre enquanto acelerava para e através da velocidade do som: “A impressão é a de que você está flutuando no espaço, e então você ganha velocidade muito rápido – mas você não sente o ar porque a densidade do ar é tão baixa. Por quase 35 segundos, não pude sentir o ar ao meu redor porque, basicamente, não havia nenhum. Esse tipo de sentimento de desamparo é enervante como paraquedista profissional. E então, quando você finalmente entra em uma camada de ar mais compacta, você tem que se manter completamente simétrico porque, de outra forma, começa a girar, que foi o que aconteceu comigo”.

Traje espacial e Paraquedas

A missão alcançou muitos marcos importantes de inovação científica, como: o desenvolvimento e a validação do traje de pressão e inovações do equipamento de paraquedas pessoal; o desenvolvimento de novos protocolos de tratamento médico, incluindo um protocolo para embolia, antecipado para se tornar o novo padrão de tratamento; e a introdução de um sistema de paraquedas “risado” com a tarefa de recuperação de carga útil em alta altitude, oferecendo benefícios potenciais tanto para passageiros como para cargas.

O traje espacial de Baumgartner foi feito sob medida para fornecer a mobilidade necessária para a queda livre controlada, assim como modificações para aumentar a acuidade visual, rastreamento por GPS e proteção termal. “Ele poderia ter ido para a Lua naquela roupa, e ele também foi capaz de cair em posição de cabeça para baixo e ficar confortável dentro dela”, disse Mike Todd, o engenheiro de suporte à vida da Sage Chesire Aerospace, que vestiu pessoalmente Baumgartner para o salto.

Atualização de Recordes

Depois de semanas de análises pós-missão, Brian Utley, Observador Oficial do Conselho de Registros e Disputa da Associação Nacional de Aeronáutica dos Estados Unidos, foi capaz de fornecer atualizações para os números de recorde mundial atualmente sob revisão para confirmação pelo órgão da Fédération Aéronautique Internationale, ou FAI (um processo que geralmente requer um período de tempo prolongado):

Velocidade Vertical Máxima:* 1.357,6 km/h / Mach 1,25

Estimativa prévia: 1.342,8 km/h / Mach 1,24

Maior Altitude de Saída (Salto): 38.969,4 m

Estimativa prévia: 39.045 m

Distância Vertical de Queda Livre:* 36.402,6 m

Estimativa prévia: 36.529 m

*Sem âncora nem dispositivo de estabilização

Utley destacou que a altitude do salto de Baumgartner foi um “quantum” 24 por cento maior do que a mais alta altitude de saída anterior, o salto de 1960 de Joe Kittinger, de 31.333 metros. Ele também voltou a confirmar o tempo de queda livre originalmente declarado de Baumgartner: 4 minutos e 20 segundos, e observou que o balão de Baumgartner alcançou um pico de altitude de 39.068,5 metros, a mais alta subida tripulada já feita, antes de descer levemente enquanto o austríaco se preparava para saltar.

Utley observou que a categoria de Velocidade Vertical Máxima é nova para a FAI, estabelecida especialmente para acomodar a natureza pioneira do programa Red Bull Stratos.

Tour US Capsule

Milhões de pessoas inspiradas pelo Red Bull Stratos terão a chance de explorar a aventura de Felix Baumgartner de uma nova forma neste ano, com uma turnê educacional que inclui a cápsula, o traje espacial e espiadas especiais interativas na missão. A cápsula Red Bul Stratos e o traje também estarão em exibição nesta primavera no Hangar-7 de Salzburgo, na Áustria. Informações no: www.redbullstratos.com.

==> Foto: Red Bull Content Poll

0 comments:

Postar um comentário