Quem esperava um confronto equilibrado, deve ter deixado o estádio
surpreso e impressionado. Com grande atuação de Barcos, o Grêmio deu uma
verdadeira aula de marcação e eficiência na noite desta quarta-feira,
no Engenhão, e venceu com tranquilidade o Fluminense por 3 a 0, gols do
Pirata (Bruno fez contra, mas arbitragem deu o gol para o argentino),
André Santos e Vargas. O atacante chegou ao Rio apenas na noite de
terça-feira, após passar alguns dias em Buenos Aires, onde prestou
assistência à família após a morte de seu cunhado num acidente
automobilístico.
Com o resultado, o Grêmio embolou de vez o Grupo 8, após a vitória por 3
a 1 do Caracas sobre o Huachipato, no Chile. Todos os times agora têm
três pontos, mas o Tricolor gaúcho é líder pelo saldo de gols (2), e o
clube carioca virou lanterna, também pelo cirtiério de desempate (tem
-2). Curiosidade, os quatro jogos da chave até o momento tiveram
vitórias dos visitantes.
A partida no Rio teve 22.151 torcedores presentes (18.947 pagantes),
para uma renda de R$ 747.550. Insatisfeitos, os do Flu, que tiveram de
aguentar os gritos de "olé" dos gremistas na reta final da partida, não
pouparam os laterais Bruno e Carlinhos das vaias.
- Quem joga melhor ganha 90% das vezes. Eles jogaram melhor e mereceram vencer - disse o atacante Fred.
Grande nome do jogo, ao participar diretamente nos três gols, Barcos foi humilde ao comentar o resultado.
- Sabíamos que seria um jogo muito difícil, mas só dependiamos de nós. Ganhar de meio a zero na Libertadores já é importante.
O Fluminense enfrenta o Huachipato na próxima quarta-feira, às 22h (de
Brasília), no estádio CAP, em Talcahuano, no Chile. Antes disso, no
entanto, tem compromisso pelo Campeonato Carioca: enfrenta o Madureira,
às 16h, em Moça Bonita, e precisa da vitória para garantir sem sustos a
vaga na semifinal da Taça Guanabara. O Grêmio só volta a campo pela
Libertadores no dia 5 de março, quando recebe o Caracas na Arena. Agora,
as atenções estão voltadas para o clássico contra o arquirrival
Internacional, neste domingo, às 16h, no Centenário, em Caxias do Sul,
pelas quartas de final do primeiro turno do Gauchão.
Equilíbrio, muita marcação e gol contra
O clima quente no estádio se refletiu na partida desde o início. O tiro
curto da competição, somada à derrota gaúcha na estreia, deu ares de
decisão. No primeiro minuto, Souza perdeu a chance ao cabecear por cima,
entregando um cartão de visitas que se confirmaria durante a etapa, na
qual o time gaúcho foi mais efetivo e calou os tricolores em alguns
momentos.
Houve muitos erros de passe, causados pelo nervosismo e, em especial,
pela marcação ríspida. Aos 13, Wellington Nem se estranhou com Cris após
ter a bola roubada e reclamar de pênalti. O mesmo atacante, antes,
ergueu o pé sobre Souza e o atropelou. Apesar da maior posse, o Flu se
irritava com a falta de espaço e cedia cada vez mais contra-ataques.
Quando teve uma brecha, Fred não acreditou. Aproveitando-se de uma
saída errada de Pará, Jean tocou de primeira para o camisa 9, que,
sozinho, simplesmente parou ao receber a bola, pensando que estava
impedido. Mas o próprio Pará dava condição, em suas costas.
E foi de um escanteio do lado esquerdo de ataque, aos 32, que o Grêmio
abriu o placar. Elano bateu, e Barcos subiu para cabecear. Mas foi o
lateral Bruno, mais preocupado em segurar o argentino, quem desviou para
o fundo da rede, tirando de Diego Cavalieri, que também saltou muito
mal. Porém, o árbitro assinalou gol do Pirata. A resposta dos cariocas
surgiu logo depois, num chute de longe de Jean - o único que acertou o
alvo nos 45 minutos iniciais. Nada que assustasse Dida, que encaixou no
centro da meta.
Baile gremista sem reação carioca
Na volta do intervalo, Abel Braga tirou Wagner e para a entrada de
Deco, na tentativa de oferecer mais criatividade ao meio-campo. Embora o
camisa 20 tenha participado bastante do duelo, o efeito prático foi
nulo. Aos nove, Barcos foi lançado na área, deu belo drible em Bruno e
chutou para a defesa parcial de Cavalieri. Em posição irregular, André
Santos aproveitou o rebote para, com um chute sem força, ampliar o
placar: 2 a 0 Grêmio.
Ainda mais desorganizado, o Fluminense não era capaz de pressionar. Os
jogadores pareciam muitos distantes uns dos outros. Os torcedores
pediram Thiago Neves e foram prontamente atendidos. Costumeiro desafogo,
Nem foi o escolhido para sair. Na sequência, Sobis foi substituído por
Samuel. Mas o domínio continuava gaúcho. Zé Roberto parou na ponta dos
dedos de Cavalieri, mas no lance posterior, aos 23, Vargas bateu cruzado
após passe em profundidade e venceu o goleiro, transformando a grande
atuação em um desempenho histórico no Rio: 3 a 0.
Diante de um adversário apático, sem reação, Elano carimbou a trave de
longe depois de bola rolada por Barcos. Com o cenário amplamente
favorável, Luxemburgo poupou sua equipe e fez duas mudanças. Marco
Antônio e Adriano entraram nos lugares de Elano e Souza,
respectivamente, para passar o tempo e evitar abrir mão do saldo de gols
construído, que alçou o Grêmio à ponta. Como um último suspiro, Fred
deu sua única cabeçada certeira, mas Dida defendeu. Fim de papo, e os
jogadores foram saudar os gremistas que comemoravam a bela vitória atrás
de um dos gols.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
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