De uma das tribunas do estádio do Pacaembu, o ex-goleiro Marcos assistiu
ao jogo do Palmeiras nesta quinta-feira, contra o Sporting Cristal,
pela primeira rodada do Grupo 2 da Libertadores. O ídolo alviverde pode
até ter sentido falta daquele Verdão de 1999, campeão da América, mas
certamente deixou o local satisfeito com a entrega de um time
recém-rebaixado à Série B e que busca retomar o caminho do sucesso. Isso
não faltou na vitória por 2 a 1 sobre os peruanos, com gols de Henrique
e Patrick Vieira.
O pentacampeão Marcos era apenas um entre os 18.433 presentes (para uma
renda de R$ 680.550,47) que ficaram apreensivos com a insegurança vista
em diversos momentos na equipe de Gilson Kleina. Algo que permitiu ao
Sporting Cristal ameaçar o gol do Verdão por diversas vezes. O time
peruano, no entanto, é tecnicamente limitado e não aproveitou com
eficiência os espaços dados pelos palmeirenses.
Mas o que importa para o torcedor, nesse caso, é que a ansiedade pela
estreia na Libertadores passou. E passou com vitória, construída mais na
base da raça do que na técnica. Talvez esse seja o caminho do Verdão no
torneio sul-americano. Com o resultado, o time salta na frente no Grupo
2, com três pontos. Tigre, da Argentina, e Libertad, do Paraguai,
estreiam no dia 21, em duelo no estádio Monumental Victoria, na
Argentina.
O próximo jogo do Palmeiras é o clássico contra o Corinthians, pelo
Campeonato Paulista, no domingo, às 17h, também no Pacaembu. Pela
Libertadores da América, os comandados de Gilson Kleina voltam a jogar
no dia 28, contra o Libertad, em Assunção, no Paraguai.
Cabeçada certeira
O Palmeiras iniciou sua estreia na Libertadores da América de forma
acelerada. Mas pouco eficiente. Ao mesmo tempo que pressionou o Sporting
Cristal em seu campo de defesa, a equipe brasileira errou muitos passes
e ficou vulnerável no setor defensivo. Mesmo assim, o Verdão foi quem
deu início aos lances mais perigosos.
Logo aos cinco minutos, Patrick Vieira apareceu bem colocado no ataque,
recebeu em profundidade e chutou cruzado. Empolgada, a torcida
alviverde empurrou o time para cima dos peruanos. Tanto que três minutos
depois o Verdão quase marcou. Souza lançou para Wesley na grande área.
Mas o chute passou por cima do gol.
Muito embora estivesse melhor em campo, o Palmeiras, mais uma vez,
ficou refém dos seus próprios erros. Precipitada, a equipe perdeu
algumas bolas bobas no meio de campo, errou outros passes e permitiu ao
adversário criar chances no ataque. Mas nada que preocupasse muito a
torcida alviverde.
Quando deixava a afobação de lado, o time de Gilson Kleina era
perigoso. Insistente muitas vezes. E foi assim que o Palmeiras chegou ao
gol, aos 39 minutos. Wesley bateu o escanteio da direita, Henrique
subiu na grande área e marcou de cabeça. A defesa do Sporting Cristal
ainda tentou tirar em cima da linha, mas o arremate foi forte. Na
arquibancada, a torcida do Verdão, tensa com a partida, fez a festa e
gritou o nome do autor do gol, que apareceu com oportunismo para colocar
o Verdão em vantagem.
Susto e alívio
A etapa final não começou bem para o Palmeiras. Logo de cara, aos seis
minutos, o Sporting Cristal empatou a partida. Lobatón foi derrubado na
grande área por Marcelo Oliveira e o árbitro uruguaio Martín Vazquez
marcou pênalti. Na cobrança, o próprio Lobatón acertou o canto esquerdo
do goleiro Fernando Prass: 1 a 1.
Na base da raça, da dividida e da vontade, então, o Palmeiras foi em
busca do segundo gol. Mas a vulnerabilidade da defesa não permitia ao
Verdão arriscar muito. Toda vez que saía demais ao ataque, o time
brasileiro sofria com os contra-ataques peruanos. Afinal, o Sporting
Cristal, recuado, jogava para surpreender dessa forma.
Com a intenção de colocar o Palmeiras mais à frente, Gilson Kleina
sacou Márcio Araújo aos 15 minutos e colocou o atacante Caio. O problema
é o que o volante substituído é, certamente, um dos jogadores mais
entrosados com o time em 2013. Mas o técnico preferiu manter em campo o
improvisado zagueiro Vilson no setor.
De qualquer maneira, a ideia de partir para o ataque deu certo. Aos 22
minutos, Patrick Vieira mostrou oportunismo ao receber ótimo passe de
Caio. A jogada começou com cruzamento de Marcelo Oliveira da esquerda.
Caio, de costas para o gol, tentou o domínio, errou, mas acabou
ajeitando para o autor do gol encher o pé.
Voltar a ficar em vantagem no placar deu mais segurança ao Palmeiras e
calou o princípio de pressão do time peruano. Deu também mais ânimo à
torcida, que coloriu o Pacaembu com faixas verdes, brancas e vermelhas e
cantou orgulhosa: "Chiqueiro, chiqueiro, festa no chiqueiro". A
primeira vitória na Libertadores foi conquistada, mas com muito sufoco e
graças a Fernando Prass, que fez duas belas defesas no fim, salvando o
Verdão.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Reuters
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