RENATO BORGHETTI & ARTHUR BONILLA - NO CLUBE DO CHORO DE BRASÍLIA - DIAS 31/10, 01 e 02/11

Pense bem e responda: quantos artistas gaúchos estão entre os que chegaram ao vigésimo disco, venderam centenas de milhares de cópias e são não apenas conhecidos como reconhecidos nacionalmente? Que se saiba, somente Elis Regina e Renato Borghetti. Ele toca desde os 10 anos de idade, quando ganhou sua primeira gaita-ponto do pai, na época patrão de um Centro de Tradições Gaúchas.

Cinco anos depois, o rapazote de 15 anos já era atração turística do CTG. Com 16 anos, subia profissionalmente a um palco pela primeira vez. O palco, no caso, era de um dos tantos festivais nativistas que efervesciam no Rio Grande dos anos 80. E foi justamente neles que Renato Borghetti primeiro fez sua fama. Tocava como um possuído, o que causava ainda maior impressão em quem conhecia as imensas limitações do seu instrumento, a gaita-ponto.

Além disso, ele era (e é) uma figura fascinante: alto, cabeludo, tímido e dono de uma beleza encantadora para as moças que conseguissem divisar alguma coisa debaixo daquele chapéu invariavelmente inclinado sobre seu rosto. Somado às bombachas surradas e às indefectíveis alpargatas de corda, era uma figura mista de roqueiro e gaudério, tão autêntica que demolia a resistência de eventuais inimigos vindos de ambas as frentes.

O primeiro disco foi gravado de favor, em madrugadas ociosas de um estúdio local. Quando saiu, em 1984, ninguém imaginaria que ia vender mais que mil cópias. Vendeu mais de 100 mil, transformando Borghetti não só num fenômeno como também no primeiro disco de ouro conseguido pela música instrumental brasileira. Relançado em CD, caminha pra outro recorde: 250 mil cópias e disco de platina.

O que havia ali era uma música ainda muito tradicional - principalmente se comparada a seus lançamentos posteriores - e com uma formação também bastante convencional. O diferencial estava na paixão e no fogo que faiscavam na gaita-ponto do ainda garoto. A partir de então, embora nunca tenha repetido a vendagem do primeiro disco, o prestígio e o renome de Renato Borghetti só tem crescido. Alternando trabalhos mais simples e gauchescos com momentos de maior sofisticação e acenos para o jazz e a música erudita, ele tem sabido se cercar de grandes músicos, sem nunca perder a rédea do que quer.

Já na década de 80, depois de perder a conta dos prêmios ganhos em festivais, deu canjas com gente como Leon Russel e Edgar Winter, arrebentou no Free Jazz  Festival e fez shows em cidades que vão de Munique e Stuttgart a Maceió. Entra a década de 90 tocando no S.O.B.'s de Nova York e estabelecendo uma frutífera parceria com a Orquestra de Câmara do Teatro São Pedro, que logo geraria novos trabalhos nessa fronteira erudito-folclórica com a OSPA (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre), a Orquestra Unisinos e orquestras de todo o Brasil.

Em 91, as duas primeiras mostras definitivas de reconhecimento: o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte pelo melhor disco do ano na categoria Regional  e o convite para integrar o Projeto Asa Branca, com quem vai seguir fazendo shows por toda a década, ao lado de Sivuca, Dominguinhos, Elba Ramalho e Alceu Valença, entre outros.

Entre 95 e 96, já respeitadíssimo, toca por todo o país como representante sulista no projeto Brasil Musical, de igual para igual com gente como Paulo Moura, Hermeto Pascoal, Wagner Tiso e Egberto Gismonti. Também começa a estabelecer uma ponte consistente com o Uruguai e a Argentina, tocando e armando parcerias com artistas de ambos os países. Assim como tem cada vez mais sucesso em investidas européias, chegando a gravar e lançar por lá discos seus e participações em trabalhos de outros artistas.

Arthur Bonilla
As notas rápidas, a forma firme de tocar e a precocidade são características marcantes de Arthur Bonilla, tido por muitos como um virtuoso do violão brasileiro. Fez seu primeiro acorde com apenas 3 anos e meio de idade – segundo seu Pai, um Sol maior com todos os dedos errados, mas o som certíssimo – e desde então jamais parou de tocar.
Teve como principal referência as orientações e o estilo forte e veloz do 
grande violonista argentino Lúcio Yanel, radicado no Rio Grande do Sul desde os anos 80. Outra característica marcante de Arthur Bonilla é a capacidade de desempenhar solos rápidos e duetados, como se fosse mais de um violão, habilidade que desenvolveu ainda menino. 

O contato com a música latino-americana, sobretudo do Uruguai, que usava muito os trios ou quartetos de violões, com um violão mais grave (chamado Guitarrón) de base e dois ou três solos duetando, e o acompanhamento de cantores como Alfredo Zitarrosa, Amalia de La Vega e Nora Galán, o levaram a criar uma forma muito particular de execução: enquanto o Pai (que, por vezes, o acompanhava) fazia o violão base, Arthur Bonilla fazia os dois (às vezes três) solos duetados, copiando o arranjo original. Muitas vezes eram frases rápidas e de difícil execução para um único instrumentista, numa só vez.

Seguindo o caminho da música como profissão, logo começou a acompanhar cantores de expressão na música regional gaúcha (a exemplo de João de Almeida Neto, com quem toca até hoje) e a participar dos festivais nativistas do RS. Inúmeras vezes premiado como melhor instrumentista nos mais importantes festivais gaúchos, Arthur Bonilla dedica-se a música instrumental, apresentando trabalho solo ou com outras formações, tendo, no repertório, composições de autoria própria, clássicos da MPB, Choro e música gaúcha, com breve passagem pela música erudita.

Tem dividido o palco com grandes nomes da música instrumental do Brasil, como Dominguinhos, Hamilton de Holanda, Arismar do Espírirto Santo, Alessandro “Bebê” Kramer, Oswaldinho do Acordeom, Yamandu Costa e Renato Borghetti, tendo, com este último, trabalho de duo que realiza freqüentes apresentações por todo o Brasil e também no exterior, em países como Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Itália, Portugal e Canadá.

As apresentações acontecem dias 31.10, 01 e 02 de Novembro de 2012 – Quarta, Quinta e Sexta-Feira a partir das 21:00 horas. 
Ingressos a R$20,00(inteira) e R$10,00 (meia).
Informações: Tel.: 3224.0599. Ingressos: Clube do Choro de Brasília – SDC BLOCO “G” - Funcionamento da bilheteria: 2ª a 6ª feira: 10:00 às 22:00 horas. Sábado a partir de 19:00 as 21:30 horas, ou através do site: www.clubedochoro.com.br                                      

O Clube do Choro de Brasília fica entre a Torre de TV, o Centro de Convenções e o Planetário.
Produção: Marco Guedes (0xx-61-3225-1199 / 0xx-61-7816-5341-ID 97*-50701).
Contato artista: Oxx-51-8123-8956
Não recomendado para menores de 14 anos

==> Foto: Marcos Borghetti

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