Dinossauros estréia noTeatro Eva Herz - 03 de novembro

O espetáculo que inaugurou o Espaço Cena, em Brasília, que promoveu a estreia do autor argentino Santiago Serrano no Brasil, que deu origem ao grupo Cena e que já foi encenado em vários estados brasileiros e no exterior volta a Brasília para uma longa temporada. DINOSSAUROS, destaque em todos os festivais dos quais participa, poderá ser visto no Teatro Eva Herz da Livraria Cultura do Shopping Iguatemi, de 3 a 25 de novembro, sempre de sexta a domingo – sexta e sábado, às 20h30, e domingo, às 19h. Classificação etária: 12 anos.

Um banco, uma luz e dois atores. Isso é o suficiente para criar a atmosfera de DINOSSAUROS, que tem encantado o público de várias cidades com sua simplicidade e singeleza. Sob direção de Guilherme Reis, estão em cena Carmem Moretzsohn e Murilo Grossi, na pele de dois solitários desconhecidos que, na madrugada de uma grande cidade, se encontram e aos poucos estabelecem uma relação que vai do medo ao companheirismo, chegando sutilmente a uma situação de intimidade entre si e com o público. As angústias, as crises, as irrecuperáveis quedas, a tensão dos tempos e das gerações, a convivência desencontrada de cada um de nós, anjos caídos que somos, comovem e emocionam.

DINOSSAUROS marcou a estréia no Brasil da obra do dramaturgo argentino Santiago Serrano. Desde então, a peça vem participando dos mais importantes festivais do país, como Festival Internacional de Londrina, Festival Brasileiro de Teatro de Itajaí, Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto, Festival Nacional de Teatro de Recife, Festival Nacional de Teatro de Vitória, Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (FIAC Bahia) e o Festival Internacional de Teatro de Dourados. Além disso, fez temporadas no Espaço SESC, no Rio de Janeiro, no SESC de Araraquara (SP) e no Espaço CPFL, em Campinas (SP). Recentemente se apresentou em Goiânia, Buenos Aires, na Argentina, Fortaleza, Belo Horizonte, São João del Rei e Ribeirão Preto, sempre com excelente público – em 2013, já tem convite para o Festival de Havana, em Cuba.

Ao longo de sua carreira, Dinossauros tem recebido críticas sempre elogiosas por parte de alguns dos mais importantes críticos teatrais do País, como Kil Abreu, Beth Néspoli, Edelcio Mostaço, dentre outros.  

TEATRO DO ATOR

O espetáculo inaugurou a proposta de trabalho que vem sendo desenvolvida pelo Grupo Cena desde 2005. Coletivo de pesquisa e encenação teatral, a companhia tem criado montagens que conquistam o público pela sensibilidade e verdade alcançadas pela interpretação dos atores, sem recorrer a muitos recursos cenográficos e técnicos. Um dos fundamentos do Grupo Cena é concentrar sua atenção no ator. O diretor, Guilherme Reis, evita os recursos cenográficos para construir narrativas focadas no texto (em sua maioria obras inéditas no País) e na interpretação.

Considerada uma das mais originais do teatro brasileiro contemporâneo, a companhia realizou seis montagens ao longo de seus sete anos de existência. A mais recente, Bagatelas, marcou a estreia da obra da autora norte-americana Susan Glaspell no Brasil e conquistou Brasília, com um texto completamente envolvido nos debates contemporâneos de gênero. O espetáculo deve começar a viajar pelo Brasil já em 2013. Em breve, o Grupo Cena levará ao palco seu novo espetáculo, Inventários – Histórias que guardei pra você, texto também inédito no País, assinado pelo francês Philippe Minyana.


OS ATORES

Carmem Moretzsohn
Carmem Moretzsohn iniciou sua carreira como atriz em 1980. Além do teatro destaca-se também como jornalista e assessora de imprensa especializada na área cultural. No teatro, são 25 anos sem deixar de subir ao palco um único ano. Trabalhou com diretores como Guilherme Reis, Fernando e Adriano Guimarães e Hugo Rodas. Participou da Companhia dos Sonhos dirigida por Hugo Rodas. Em 2005, apresentou o espetáculo Rosa Negra – uma saga sertaneja, onde foi autora do texto e atriz. Em cinema, participou dos filmes Celeste & Estrela (2005), The Book is On the Table (1999), O Cego que Gritava Luz (1997), Doces Poderes (1997), A República dos Anjos (1991), Césio 137 (1990) e Círculo de Fogo (1990). Participou da montagem da peça Os Demônios, dirigida por Antonio Abujamra e Hugo Rodas, apresentada em Brasília e no Rio de Janeiro. Recentemente atuou em Cabaré das Donzelas Inocentes, de Sérgio Maggio, e Bagatelas, de Susan Glaspell..


Murilo Grossi
Ator que trabalhou com os principais diretores de Brasília, dentre eles Hugo Rodas, Adriano e Fernando Guimarães, Fernando Vilar, Alexandre Ribondi e diretores do Rio e São Paulo, como Naum Alves de Sousa e Hamilton Vaz Pereira. Entre os espetáculos destacam-se Cartas de Um Sedutor, O Olho da Fechadura e Shakespeare in Concert. Em 1995 começa a trabalhar em cinema, sendo ativo participante do cinema brasiliense, bem como um dos atores representativos da chamada retomada do cinema brasileiro, com filmes como Canudos, Doces Poderes, Mauá, Brava Gente Brasileira, entre outros.  A extensa produção cinematográfica do ator Murilo Grossi, com 12 longas e 16 curtas, inclui trabalhos com prestigiados diretores como Rui Guerra, Sérgio Rezende, Lúcia Murat e José Eduardo Belmonte. Na televisão atuou em importantes novelas e seriados, entre eles O Clone, Um só coração, Carga Pesada, Escrito nas Estrelas e a recente Amor eterno amor, todas da TV Globo.


O DIRETOR

Guilherme Reis
Como ator participou de inúmeras montagens teatrais, entre as quais destacam-se: Os Saltimbancos, O Noviço, A Vida É Sonho, O Exercício, Pequenos Burgueses, Um Grito Parado no Ar, Caça aos Ratos, Mão na Luva, Valsa Americana, Vestido de Noiva, Arlequim Servidor de Dois Amos e Álbum Wilde. Recentemente atuou em Os Demônios, de Dostoievski, com direção de Hugo Rodas e Antonio Abujamra.

Trabalhou com diretores como Hugo Rodas, Antonio Abujamra, Zeno Wilde, B. de Paiva, Fernando e Adriano Guimarães, entre outros. Dirigiu os espetáculos A Revolução dos Bichos (1980), Chapeuzinho Amarelo (1981), Pedro e o Lobo (1983 e 1994), A Hora do Pesadelinho (1991), Reta do Fim do Fim (Prêmio Villanueva de Melhor Espetáculo Estrangeiro de 1997 em Cuba), Movimentos do Desejo (1998), Reveillon (1999), Dinossauros (2005), Varsóvia (2008)

Em cinema atuou em O Sonho Não Acabou, de Sérgio Resende; A República dos Anjos, de Carlos Del Pino; Louco Por Cinema, de André Luiz Oliveira; O Cego Que Gritava Luz e O Tronco, ambos de João Batista de Andrade e “Sagrado Segredo, também de André Luis de Oliveira. Foi co-roteirista e diretor de elenco de Araguaya, A Conspiração do Silêncio, de Ronaldo Duque. 

Criou e é diretor do Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília.

 

O AUTOR

Santiago Serrano

Autor e diretor argentino, nasceu em 12 de maio de 1954. Iniciou sua carreira de dramaturgo em 1978, estudando no Conservatório Nacional de Arte Dramática. Realizou estudos teatrais com Néstor Raimondi, Inda Ledesma, Manel Barceló (Espanha), Williams Wilcox Horme (EUA), Enrique Buenaventura (Colômbia) e Aristides Vargas (Equador). Escreveu seu primeiro texto teatral "La Revuelta", em 1984, que estreou em Buenos Aires, onde permaneceu em cartaz durante três anos. Foi encenada depois pela Comédia Nacional Uruguaia. Em 1991, dirigiu sua obra "Dinossauros", que recebeu o Prêmio de Melhor Original e Menção Especial de Melhor Espetáculo no Festival de Teatro do Centro Cultural Gral. San Martín, de Buenos Aires. En el 2000, a peça foi representada em Quebec (Canadá), em castellano e posteriormente traduzida para o inglês, é encenada em Indiana (USA). Santiago é autor ainda de outros textos como "Entre Nos", "Carne Gaucha", "Emperador Nicandro", "Yocasta, el hueco oscuro", etc. En 1987, o autor e diretor criou o Grupo Teatral Encuentros, com o qual vem trabalhando até os dias atuais. Santiago Serrano é também licenciado en Psicología, pela Facultad de Psicología de la Universidad de Buenos Aires.

O GRUPO

O Grupo Cena nasceu em 2005, em Brasília, quando atores e diretores que já trabalhavam juntos há mais de 25 anos, decidiram se juntar para a pesquisa de novas dramaturgias e a montagem de espetáculos que têm em comum o foco no trabalho do ator. Em sua curta trajetória, a companhia vem demonstrando uma inegável vitalidade: foram seis montagens ao longo de sete anos, sempre apresentando textos nunca antes encenados no País.

Inicialmente a companhia se dedicou a pesquisar textos inéditos da dramaturgia latino-americana, resultando em três espetáculos, todos com obras de autores argentinos e direção de Guilherme Reis: Dinossauros e Fronteiras, de Santiago Serrano e Varsóvia, de Patrícia Suárez. Em 2007, o grupo produziu, para o Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília e do Rio de Janeiro, o espetáculo Os Demônios, de Fiodor Dostoievsky, com direção de Antônio Abujamra e Hugo Rodas.

E em 2010, apresentou suas duas novas criações: Bagatelas, da norte-americana Suzan Glaspell e Heróis, O Caminho do Vento, do francês Gerald Sibleyras. O espetáculo Heróis, o Caminho do Vento (2011), da obra Gerald Sibleyras, esteve no festival Janeiro dos Grandes Espetáculos, em Recife e no projeto Mambembão 2012, da Funarte, no Rio de Janeiro, fez circulação com o Prêmio Myriam Muniz e integrou a programação do Porto Alegre em Cena, sempre merecendo as melhores críticas.

Este repertório vem despertando a atenção da mídia, de programadores de outras cidades e do público, que prestigiam suas produções e o consideram como um dos mais originais e bem sucedidos grupos teatrais do Brasil surgidos nos últimos anos.

Desde 2011, o Grupo Cena iniciou um trabalho de difusão de seu repertório para outros países da América Latina o que já resultou em participação no Festival de Otoño (na cidade de Parana) e em programação do Centro Cultural General San Martin (Buenos Aires), ambos na Argentina, além de convites para apresentação em Cuba e Miami em 2013.

Atualmente o grupo prepara uma nova montagem - Inventários, Histórias Que Guardei Para Você, do francês Philippe Minyana, que estreará em fevereiro de 2013.

Integram a companhia os atores Adriana Lodi, André Deca, Bidô Galvão, Carmem Moretzsohn, Chico Sant’Anna, Guilherme Reis, João Antonio, Sérgio Fidalgo, Sérgio Sartório e William Ferreira.

CRÍTICAS | DINOSSAUROS
 
Escrito nas estrelas
Sérgio Maggio - Correio Braziliense
“A harmonia de Dinossauros parte do texto do argentino Santiago Serrano, um achado do diretor Guilherme Reis. De construção humanista, a peça ergue personagens que ultrapassam o arquétipo do solitário urbano. E se sustenta completamente na essência do casal, delineada a cada palavra. É uma peça cuja ação dramática está na conexão das ideias. Não dá para perder um artigo, uma vírgula”.


DELICADEZA

Edelcio Mostaço - 23/7/2006
“Todo o interesse dramático está no estudo dos caracteres. Ela é tímida, introspectiva, produto de uma existência pouco ousada, colocada num momento de crise em função da doença da mãe. Ele é casado, perspicaz observador das atitudes alheias, aberto às novas emoções e se descobre capaz de interessar-se por ela. É o quanto basta – dois atores, um tablado e uma paixão – para ensejar este pequeno estudo de psicologia efetuado, essencialmente, em cima das reações que um provoca no outro. Nesse sentido, a direção de Guilherme Reis mostra-se enxuta, interessada em guiar os intérpretes ao encontro dos gestos mais adequados, das inflexões mais ajustadas, ajudando-os a desenhar os perfis que, pelo acúmulo de pormenores, vão desvendando as duas criaturas ao espectador.

Carmem Moretzsohn imprime à jovem total credibilidade e densidade, numa composição dramática perfeitamente adequada em seus gestos e inflexões. São sempre encantadoras suas atitudes diante das descobertas, dos inesperados, da sucessão de incidentes que, ao longo da trama, a deslocarão da introspecção à entrega sensível. Murillo Grossi incumbe-se da figura masculina, aliando em sua pessoa dois traços significativos: a simpatia e o comedimento. Eles vão se revelar essenciais para que sua criação não ultrapasse os limites entre a vitalidade existencial e a falta de compostura diante de uma mulher que encontra pela primeira vez”.


provocação e reflexão
Beth Néspoli – Estado de São Paulo
“Aparentemente singelo e despretensioso, Dinossauros, dueto de dois ótimos intérpretes, Carmem Moretzsohn e Murilo Grossi, foi outro destaque na reta final do FIT. O encontro de dois desconhecidos que dividem um banco, de madrugada, numa cidade, começa por um estranho atrito entre o aparente realismo do texto e a inverossimilhança da situação. Mas aos poucos a fabulação, já presente no cenário indefinido, vai se mostrando e a montagem alcança o raro feito de retratar algo pelo seu oposto: a aridez do espaço urbano e sua interferência nas relações humanas se revela no comportamento improvável do casal de 'dinossauros', que faz até piquenique em banco de praça. Realizado pela prefeitura de Rio Preto e pelo Sesc São Paulo, com patrocínio da Petrobrás, o FIT Rio Preto mais uma vez mostrou que surgiu com fôlego para permanecer e inteligência para fazer diferença”.


INGENUIDADE
Luiz Paulo Vasconcellos, 19/11/2007
“Dinossauros, texto do argentino Santiago Serrano, direção de Guilherme Reis e produção da Espaço Cena, de Brasília, comove pela simplicidade, pela economia de meios, pela ingenuidade. Um espetáculo sintético, direto, sem firulas, como se diz, muito bem iluminado e com bons atores. O que, às vezes, é melhor do que muita invencionice desnecessária que anda grassando por aí”.

Os Dinossauros, nossos irmãos
Kil Abreu, 23/7/2006
“Os Dinossauros de Santiago Serrano, autor argentino revelado no FIT pelo pessoal de Brasília, são sujeitos antes de tudo vitimados por paixões tristes. O apelo dramático da peça, costurada com os fios de um lirismo comovente, é justo o de mostrar delicadamente as feridas abertas de cada um – que podem ser as nossas próprias – e, com esperança indisfarçada, pôr sobre elas o bálsamo que lhes diminui a dor. (...)

A montagem dirigida por Guilherme Reis encontra os caminhos acertados para valorizar tanto o material dramatúrgico quanto o trabalho dos atores. Não se preocupa em referenciar o palco com imagens outras que não venham através da palavra. Um banco e um fundo azul é solução cenográfica que esvazia propositalmente as circunstâncias espaciais para que a cena seja mantida concentrada em uma espécie de suspensão poética. O artifício é muito feliz.

O trunfo principal, porém, está na dupla de atores brasilienses. Carmem Moretzsohn e Murilo Grossi cumprem com a tranqüilidade dos veteranos, em desempenhos comoventes, as nuances que vão do sentimento de trágico abandono às tentativas, por vezes cômicas, de respiro das personagens. Pequena grande jóia, a montagem reafirma a potência de um teatro econômico nos recursos materiais e valioso no resultado artístico”.


Dinossauros
Walter Lima Torres
“A proposta de direção que Guilherme Reis aplica ao texto, com sua direção sensível à escuta da palavra do autor, pavimenta o caminho para atuação serena dos atores. A direção potencializa a relação do casal de desconhecidos emoldurando-a sob um foco de luz que tem como suporte, ao fundo, este azul da madrugada com um leve toque cinematográfico. A partir deste recorte visual, a direção se detém em trabalhar nos pequenos detalhes deste encontro inusitado: a respiração, o olhar, o gesto, o tempo.

O casal de atores, Carmem Moretzosohn e Murilo Grossi, explora com um equilíbrio muito delicado as nuanças destes comportamentos impressos no par Silvina e Nicolas. A dificuldade de dar credibilidade à história de cada um desses dois solitários é facilmente superada a partir dos jogos infantis. Os atores nos mostram por meio de uma atuação emocionada que Silvina e Nicolas são estes adultos de hoje por conta da criança que foram no passado. O jogo dos atores é inteligentemente alimentado por este vai e vem entre a espontaneidade da criança e a dura couraça do adulto. Reféns da criança que foram, Silvina e Nicolas não podiam ser adultos diferentes do que são mostrados em cena. E é daí que emana, da dupla de atores, este estado de comoção permanente do espetáculo que se mantém vivo do início ao fim da encenação”.

O Amor Nunca Morre
Márcio Marciano
Dramaturgo e diretor teatral. Atuou como crítico do Zona de Transição, Festival Internacional de Teatro e Dança, promovido pelo Theatro José de Alencar, em Fortaleza (2012)
“Dinossauros, montagem do Grupo Cena, de Brasília, levado ao palco principal do TJA nesta quinta-feira nasce da convicção de seus criadores de que o teatro pode ser uma extraordinária máquina de maravilhas. E para isso não é preciso mais do que um refletor, uma sanfona e uma garrafa de bom vinho, desde que se tenha à mão um casal de atores com pleno domínio de sua técnica (Carmem Moretzsohn e Murilo Grossi), um diretor capaz de ouvir o silêncio (Guilherme Reis) e uma dramaturgia que faz dançar as palavras no grande salão das entrelinhas (Santiago Serrano). Da labuta sensível desses artistas e dos demais parceiros da viagem surge um poema cênico que encanta pela simplicidade e emociona pela generosa compreensão das vicissitudes humanas.

O espetáculo narra o encontro fortuito de um par de enjeitados, homem e mulher comuns, num banco de praça madrugada adentro. O que farão, o que dirão, o que terão a revelar de si um ao outro, senão o lamentável espetáculo de suas misérias? Como os dinossauros, animais inaptos e desproporcionais, vagueiam à procura de uma lógica para seus desenganos. São representantes falhados de um mundo extinto. Estão fora do lugar, perdidos num deserto onde as relações sensíveis cederam lugar ao pragmatismo dos resultados, a sinceridade passou a ser índice de tolice, e o outro deixou de ser fim para tornar-se meio.

Contudo, apesar de carregarem na testa a marca negra do fracasso, mantêm a improvável certeza de que tudo pode melhorar, afinal, como “o amor nunca morre” a felicidade pode estar vagando sob a débil luz de um poste perdido no meio da noite escura. Eis o mistério revelado: é preciso celebrar a vida! Relembrar as coisas boas do passado, descobrir no outro a diferença, comungar a estranheza do ato impensado, a pureza do gesto espontâneo, a coragem de reconhecer que a vida poderia ser outra, mas não foi. E rir, e dançar, e brincar como criança num sonho, antes que o dia amanheça como um cão raivoso, presas à mostra, a rosnar a mesquinha exigência de estar de acordo.

Dinossauros nos faz ter a certeza de que enquanto houver teatro, o que ainda temos de humano não será extinto.”

FICHA TÉCNICA
DINOSSAUROS
com Carmem Moretzsohn e Murilo Grossi
Texto: Santiago Serrano
Direção e Iluminação: Guilherme Reis
Operação de luz e som: Guilherme Reis / Israel Ferreira
Produção: Nalva Sysnandes / Grupo Cena

SERVIÇO
Temporada de 3 a 25 de novembro de 2012
Sexta e Sábado às 20h30 E Domingo às 19h
Teatro Eva Herz - Livraria Cultura (Shopping Iguatemi)
BILHETERIA: DE QUINTA A SÁBADO, DAS 12H ÀS 21H E DOMINGO, DAS 14H ÀS 19H 
INGRESSOS A R$ 40,00 E R$ 20,00
INFORMAÇÕES: 61 2109-2700

==> Foto: Leonardo Prado

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