Valeri Rozov cruza estreito tártaro - Jumper do Himalaya voa para Sacalina

KHABAROVSK (Rússia) – As condições climáticas não permitiram o salto imediato, e Valery teve que esperar até 8 de setembro para que os céus clareassem e os ventos diminuíssem um pouco sobre o Estreito. De 4.000 metros acima do mar, Valery fez um base jump em seu novo traje de voo e plainou na posição horizontal por cerca de 8 km de distância. Um lugar de aterrissagem tinha sido marcado perto do farol no vilarejo de Pógibi, que fica na ponta oeste da ilha.

“A ideia do projeto era atravessar o mar aberto em uma queda livre, e não há nada novo nisso”, disse Valery Rozov, “mas o que é realmente difícil de fazer é voar sobre o Estreito da Tartária. As condições meteorológicas, principalmente as mudanças de vento, são perigosas: em altitudes diferentes, ventos fortes sopram em direções diferentes. Então há um risco real de não alcançar a margem oposta. E pode-se afundar facilmente aqui porque a água é muito fria mesmo no verão e também porque o traje e o paraquedas se enchem rapidamente de água. Por isso, aterrissar na água aqui se transforma em uma ameaça de morte real. Mas estou realmente feliz que tudo tenha saído bem e que conseguimos fazer tudo o que foi planejado”.

O Estreito da Tartária separa a Ilha Sacalina da Rússia continental, e une o Mar do Japão ao Mar de Okhotsk. Há apenas 7,3 km de distância na parte mais estreita do Golfo, e este fato geográfico costuma inspirar os aventureiros como Valery a buscar projetos sobre ou na ilha. Os primeiros projetos foram desenvolvidos no final do século 19, e em 1950 Stálin propôs a ideia para a construção de um túnel subterrâneo que incluiria a Ilha Sacalina à rede de estradas de ferro do Extremo Oriente. O projeto não chegou a ser concretizado, e até hoje a distância entre a ilha e o continente é feita por balsas. Valery Rozov resolveu a questão à sua própria maneira – sua viagem para a ilha foi feita por ar.

Ao lado de um BASE jump do pico da Shivling (uma das montanhas icônicas nos Himalaias que Valery conquistou em 25 de maio de 2012), este projeto tornou-se outra oportunidade para testar o novo modelo de roupa de voo antes da expedição para o Everest. Esse projeto importante para o pico mais alto do mundo, planejado para 2013, exige uma pesada preparação física e técnica. O principal desafio para Valery e o traje de voo na expedição de maio ao Himalaia era o ar descarregado, e o voo sobre o Estreito da Tartária foi mais um teste de força em condições de vento extremas.

==> Foto: Danil Kolodin, Denis Klero

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