Era o primeiro jogo do Santos após a venda de Paulo Henrique Ganso para
o São Paulo. Mas a ausência mais sentida pelo Peixe foi a de sempre:
Neymar. Carente de seu maior craque, suspenso, o time foi presa fácil
para a Portuguesa. A Lusa impôs seu jogo, dominou e fez 3 a 1 até com
certa facilidade - o time do Canindé ainda teve um gol, marcado por
Rodriguinho, anulado pela arbitragem, em lance bem discutível. O
goleador Bruno Mineiro, duas vezes, e Léo Silva fizeram os gols da
Portuguesa; André descontou para o apático Alvinegro.
Mesmo ausente, Neymar foi lembrado pelos santistas com faixas, em um
movimento para defender o craque das vaias sofridas na Seleção. Dentro
de campo, o futebol do Peixe mostrou porque time e fãs sentem tanto a
falta do jogador. Sem Neymar, o Santos disputou 51 pontos neste
Brasileirão e só ganhou 18: aproveitamento de 25,49%. Para se ter uma
ideia do que isso significa, o lanterna Atlético-GO conquistou 26,7% dos
pontos. Com a derrota, o Peixe fica com 33 pontos, momentaneamente na
11ª posição.
A Lusa, que não tem nada com os problemas do Santos, aproveitou o jogo
para se reabilitar no Brasileirão e seguir como "pedra no sapato" dos
quatro grandes paulistas. Agora, são sete jogos, com três vitórias, três
empates e só uma derrota. Sua torcida, em minoria no Pacaembu,
comemorou a vitória com gritos de "olé" e "festa na padoca". O time do
Canindé, com 32, está em 12º.
Agora, o Santos volta suas atenções para a Recopa Sul-Americana. O time
enfrenta o Universidad de Chile, nesta quarta-feira, às 19h30m, no
Pacaembu, para decidir o título da competição internacional. No
Brasileiro, a equipe enfrenta o Grêmio no próximo domingo, no estádio
Olímpico. Já a Lusa recebe o Atlético-MG, no sábado, no Canindé.
Lusa é prejudicada, mas abre vantagem
O Santos começou se impondo sobre a Lusa, trocando bons passes e
chegando ao ataque. Com a camisa 11 de Neymar, Victor Andrade bem que
tentou imitar o ídolo e amigo. Pela esquerda, fez linda jogada e deu
passe na medida para Pato Rodriguez. O argentino furou e a bola sobrou
livre para André, que perdeu de forma incrível aos 6. Em vez de
finalizar de esquerda, o centroavante preferiu ajeitar o corpo para o pé
direito e isolou.
A pressão inicial santista ainda provocou um lance discutível. Aos 9,
Gerson Magrão arrancou em contra-ataque e se encaminhava para a área até
ser parado com falta por Valdomiro, quase na grande área. Os santistas
pediram cartão vermelho, considerando que o jogador da Lusa interrompeu
de forma ilegal um lance claro de gol a favor do Peixe. No entanto, o
árbitro Raphael Claus optou pelo cartão amarelo.
A partir desse lance, a Portuguesa começou a se animar. Percebendo a
fragilidade da zaga alvinegra, Moisés, Rodriguinho e Bruno Mineiro
passaram a articular boas jogadas. A pressão deu resultado já aos 32
minutos, quando Rodriguinho recebeu na área e fuzilou para a rede, mas o
árbitro Raphael Claus assinalou impedimento bastante duvidoso - o
atacante Lusa parecia estar na mesma linha da zaga alvinegra.
A persistência da Lusa foi recompensada. Sua pequena torcida presente
ao Pacaembu já mostrava revolta com a arbitragem, quando o time abriu o
placar. Em escanteio da esquerda, Marcelo Cordeiro cruzou, Luis Ricardo
desviou e Bruno Mineiro, livre, fez, aos 37.
A Portuguesa sequer deu tempo para o Santos respirar e logo ampliou.
Cinco minutos depois, em bonita troca de passes, o volante Léo Silva
recebeu de Rodriguinho e só deslocou Rafael, para irritação dos
torcedores do Peixe, que perderam a paciência e vaiaram o time no fim do
primeiro tempo. O número de desarmes da etapa inicial, 23 da Lusa
contra oito do Alvinegro, mostrava a superioridade do visitante no
clássico.
Portuguesa segue melhor e amplia
Muricy Ramalho voltou para o segundo tempo como o meia Bernardo no
lugar do lateral-esquerdo Juan, que foi vaiado pelos santistas na etapa
inicial. Com isso, Gerson Magrão foi deslocado do meio para a lateral
esquerda. As mudanças não alteraram o panorama da partida. A Lusa
continuou em cima para liquidar o clássico.
Em lance digno de Neymar, Moisés fez linda jogada. O camisa 10 da Lusa
roubou a bola no meio de campo, passou entre os zagueiros Bruno Rodrigo e
Durval, driblou Rafael, mas na hora de completar para o gol vazio,
acertou a trave. Isso com apenas dois minutos de jogo.
Perdido, o Santos praticamente só assistia à partida. E a Lusa
continuava assustando. De falta, Marcelo Cordeiro obrigou Rafael a fazer
boa defesa. Também em bola parada, a Portuguesa chegou ao terceiro
e acabou com qualquer chance de virada alvinegra. Bruno Mineiro, sempre
ele, aproveitou levantamento na área e completou para o gol, aos 17
minutos.
O Peixe até chegou a descontar aos 29 minutos, com André. O
centroavante desviou de cabeça para a rede de Dida o cruzamento de
Bernardo, em jogada de bola parada. Mas nada que evitasse as vaias dos
santistas. O Peixe voltou a mostrar sua preocupante dependência de
Neymar. Melhor para a Lusa.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Evelson de Freitas / Agência Estado
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