Exposição “Ícones – Outras Palavras” na galeria Fayga Ostrower, em Brasília

O artista plástico Jair Correia, radicado em Ribeirão Preto, foi um dos contemplados com o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2012 – Atos Visuais Funarte Brasília – e fará a abertura da exposição Ícones – Outras Palavras na Galeria Fayga Ostrower, no Complexo Cultural Funarte, nesta quinta-feira (23/08), a partir das 19h.

Por meio deste trabalho, Jair Correia transforma a informação simbólica cotidiana em arte e provoca o olhar do público para esta percepção e seus significados.

Durante quatro anos, Correia colecionou signos impressos em embalagens de produtos diversos. Signos que traduzem informações como “frágil”, “este lado para cima”, “perigo”, “inflamável”, etc., impressos em produtos variados, desde alimentos, equipamentos, instrumentos, produtos de alta periculosidade, entre outros. Estes pequenos sinais gerados para traduzir significados, em função da globalização econômica, são vistos por pessoas de diversas culturas e de diferentes classes sociais, como também de diferentes graus de instrução e educação.

O questionamento matriz que gerou a coleção é se o sinal produzido é compreensível para todas as pessoas do mundo. Afinal, diferentes produtos são exportados para diversos países, línguas e culturas. Como são imaginados os símbolos que informam as formas adequadas de transporte e conservação e o que transmitem os alertas e as informações pertinentes aos produtos?

Embora uma convenção exista para atender às múltiplas culturas, a falha da comunicação pode ocorrer, e isto suscitou o mote para a composição desta coleção de pinturas criada e executada por Jair Correia para comemorar os seus 40 anos de atividades artísticas.

Qualquer cidadão do mundo, ao pegar uma caixa, tem a informação se o que carrega é um produto frágil ou algo contagioso, por meio dos seus sinais. Seremos nós também identificados e desnudados na intimidade? Seremos alertados de com quem nos relacionamos? São questionamentos cujas respostas só o tempo dirá, mas que servem como ponto de partida para o desafio pictórico.

Para a realização deste projeto foram utilizados, como suporte, materiais que têm história própria, como madeira de demolição, cuidadosamente trabalhados de forma a receber os desenhos em baixo-relevo. Neste baixo-relevo foram aplicadas folhas de ouro, prata e tinta de urucum estabelecendo uma organicidade de tons e cores de forte presença visual. São quadros de grande formato para suscitar forte impacto.

Jair Correia

Nasceu em São Paulo, em 1956, e tem um caminho artístico nitidamente marcado pela qualidade de seu trabalho e seriedade de suas propostas: começou a expor aos 14 anos, trabalhou em jornais como ilustrador e editor de arte até ingressar no cinema, envolvendo-se praticamente em todas as áreas desta arte até receber o prêmio de Melhor Diretor de Cinema de 1982 pela APCA - Associação Paulista de Críticos de Arte, com o filme Duas Estranhas Mulheres.

Tem do mais ferrenho crítico cinematográfico da época, Ruben Biáfora, do jornal O Estado de São Paulo, os maiores elogios pelo seu talento como diretor e artista. Dirigiu também os longas Retrato Falado de Uma Mulher Sem Pudor (82) e Shock (83), que lhe valeram outros prêmios.

Nas artes plásticas, desenvolve uma obra pessoal e está presente nos principais salões de arte do país, inclusive sendo o único artista plástico do interior do Estado de São Paulo a participar da 21ª Bienal Internacional de São Paulo em 1991.

Instalado em Ribeirão Preto desde 1984, atua diretamente na produção cultural da cidade. No Atelier 253, juntamente com outros artistas, produziu dezenas de obras, difundindo conceitos de arte contemporânea.

Presidiu o 17º Salão de Arte Contemporânea de Ribeirão Preto, participou como membro de Júri de outros salões e faz a concepção visual do Grupo Fora do sériO desde 1992.

Com Donato Sartori, considerado o principal mascareiro vivo do mundo ocidental, aprendeu a metodologia da confecção de máscaras. Participou do Seminário Internacional de Máscaras no Rio de Janeiro em 1995 onde aprendeu técnicas de máscara em cartapesta. Na sequência, aprendeu técnicas de máscara em couro no Seminario Laboratorio Internazionale, no Centro Maschere e Strutture Gestuali em Pádova, na Itália, em 1996 e 1998.

Pesquisou durante um ano a história deste rico objeto, sua influência na trajetória da humanidade e suas complexidades para executar o vídeo-documentário Viagem ao Mundo da Máscara (99). Em 2003, pelo seu trabalho no espetáculo Auto da Barca do Inferno, foi indicado foi indicado ao Prêmio Shell de Teatro Brasileiro na categoria Figurino – Concepção Visual e Máscaras. Em 2008, Jair Correia concluiu o curso de treinamento do software Maya® recebendo o certificado da Autodesk Authorized Training Center (ATC®), tornando-se um profissional de computação gráfica. Em 2010, expôs Ícones - Outras Palavras no MARP – Museu de Arte de Ribeirão Preto, em comemoração aos seus 40 anos de atividades profissionais.

Atualmente, é diretor da Casa da Arte Multi Meios, onde desenvolve trabalhos com mídias modernas e oferece oficinas específicas sobre seu trabalho para viabilizar um verdadeiro entendimento da criação artística. É professor de ‘Cenografia e Indumentária’ e ‘Interpretação para Cinema’ do Curso de Teatro do Centro Universitário Barão de Mauá em Ribeirão Preto.

Atualmente, dedica-se à produção e direção do longa-metragem em animação 3D Metamorphosis e à direção de uma série de episódios humorísticos para televisão.

Recentemente, foi selecionado no Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2012 e levará a Brasília sua exposição Ícones- Outras Palavras.

Serviço

Exposição Ícones – Outras Palavras de Jair Correia
Abertura: 23 de agosto de 2012, às 19h
Exposição: 24 de agosto a 1º de outubro de 2012
De segunda a domingo, das 9h às 21h
Local: Galeria Fayga Ostrower – Complexo Cultural da Funarte
Eixo Monumental – Setor de Divulgação Cultural (entre a Torre de TV e o Centro de Convenções)
Brasília (DF)

Informações: (61) 3322-2076 / 3322-2029
www.funarte.gov.br

visuaisbsb@funarte.gov.br

Entrada franca

Projeto contemplado com o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2012 – Atos Visuais Funarte Brasília

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