Flu faz dois de cabeça, vira para cima do Inter e vai às quartas de final

Numa partida que teve as emoções de um grande clássico, o Fluminense derrotou de virada o Inter por 2 a 1, nesta quinta-feira, no Engenhão, e se classificou para as quartas de final da Taça Libertadores. Todos os gols foram feitos no primeiro tempo: Leandro Damião abriu o marcador para o Colorado, e Leandro Euzébio e Fred, ambos de cabeça, fizeram os do Tricolor. No jogo de ida, no Beira-Rio, houvera empate por 0 a 0.

Na próxima quinta-feira, o Flu inicia sua participação nas quartas contra o Boca Juniors, na Bombonera. Será um reencontro para os times, que se enfrentaram na fase de grupos, com vitória brasileira em Buenos Aires (2 a 1) e triunfo argentino no Rio (2 a 0).

Se não teve uma atuação empolgante como a da goleada sobre o Botafogo, o Fluminense mostrou eficiência em lances de bola parada, conseguindo seus dois gols com assistências de Thiago Neves. O Inter pressionou o adversário no segundo tempo, ficando com quatro atacantes em campo (Leandro Damião, Dagoberto, Jajá e Jô), mas não conseguiu o gol que lhe daria a vaga. Satisfeita com o esforço de seus jogadores, a torcida tricolor cantou para os guerreiros no fim da partida - que teve um público pagante de 29.430 pessoas (33.386 presentes) e renda de R$ 1.080.315.

No próximo domingo, às 16h, Fluminense e Inter tentam conquistar o título estadual. Na primeira partida da final do Carioca, os tricolores bateram o Botafogo por 4 a 1, e no Gauchão os colorados empataram com o Caxias por 1 a 1.

Inter abre o placar, cria chances, mas leva a virada

A partida começou com cara de Libertadores: muitas jogadas ríspidas de lado a lado. Fred deu um tapa no rosto de Índio fora do lance de jogo, e pouco tempo depois Rodrigo Moledo deu uma entrada violentíssima em Carlinhos na ponta esquerda, mas o árbitro Wilson Seneme só deu cartão amarelo para o zagueiro do Inter.

A equipe colorada procurava ter mais a posse de bola e impedia os avanços tricolores, com ótima marcação no meio de campo. E era mais perigosa no ataque, com Leandro Damião como alvo das jogadas. Aos 13 minutos, ele recebeu passe de Oscar, girou e chutou da meia-lua, acertando o canto esquerdo de Diego Cavalieri, que se esticou todo, mas não alcançou a bola: Inter 1 a 0.

A partir desse gol, qualquer empate era favorável aos visitantes. O Tricolor reagiu rápido: Thiago Neves cobrou falta da meia-direita, na altura da intermediária, e Leandro Euzébio se antecipou a Fred para, de cabeça, igualar o marcador, aos 15. A partida ficou mais aberta, e os times se preocuparam menos com a pancadaria e mais em buscar o gol.

O Inter continuava sendo mais objetivo em campo e, aos 29, Oscar recebeu ótimo passe de Tinga, mas - livre diante de Cavalieri - pegou mal de pé esquerdo e chutou por cima. O Flu tinha dificuldades para ameaçar o Colorado e, para piorar, na defesa Gum cometia falhas seguidas. Numa delas, entregou a bola dentro da área nos pés de Dátolo, que bateu forte, mas o goleiro tricolor salvou. Pela esquerda, explorando os avanços do lateral Fabrício, e no meio da zaga tricolor, com bom toque de bola de Tinga, o Inter apostava em Oscar e Leandro Damião e ficava mais perto do segundo gol.

Mas em jogo entre grandes nunca se pode cochilar. Mesmo não se apresentando bem, o Flu conseguia esporadicamente criar situações de gol, como num chute de Rafael Sobis, que tocou no ferro que segura a rede, no ângulo direito de Muriel, aos 38. E chegou à virada novamente em cobrança de falta: aos 45, após Fabrício derrubar Thiago Neves perto da área, na meia-direita, o camisa 7 tricolor cobrou na cabeça de Fred, que pôs a bola por cima de Muriel e saiu para comemorar com a torcida o placar que passou a interessar ao Tricolor.

Drama no fim e festa tricolor com a classificação

Apesar da vantagem, o Fluminense voltou para a segunda etapa com uma postura mais ofensiva. E a imprudência dos defensores colorados de fazer faltas próximas à sua área continuou. Logo no início, Thiago Neves cobrou uma infração da direita procurando a cabeça de Gum, mas Muriel desta vez pôde sair e socar a bola para impedir novo gol tricolor.

O Inter não retornou com a mesma qualidade do primeiro tempo, precipitando-se muito nos passes, principalmente os argentinos Dátolo e Guiñazu. Mas tinha de atacar para chegar ao empate, resultado que já lhe bastaria para ficar com a vaga. Muito pouco era criado pelo Colorado, por isso o técnico Dorival Júnior resolveu substituir Dátolo por Jajá. O atacante entrou aos 15 e um minuto depois sofreu falta de Deco na meia-lua. Uma ótima chance, mas Nei cobrou muito mal, na barreira.

Porém, agora era o Tricolor o mais perigoso em campo. Tanto que quase chegou ao terceiro em cabeçada de Fred, aos 19. O time gaúcho não conseguia concluir suas jogadas ofensivas, sempre errando o último passe. Aos 25, má notícia para a torcida do Flu: Fred pôs a mão na coxa esquerda e teve de sair, sendo substituído por Rafael Moura.

Vendo seu time com pouca efetividade no ataque, Dorival tirou o volante Guiñazu e pôs o atacante Dagoberto. O risco seria enfraquecer a marcação no meio, o destaque colorado na etapa inicial, mas não havia muito jeito. O problema é que Tinga parecia cansado, pouco ajudava no combate e na frente, e as faltas perigosas para o Flu continuavam a ser feitas pela defesa colorada. Aos 29, Thiago Neves desta vez cobrou direto e acertou a trave esquerda de Muriel.

Abel tentou proteger sua defesa, trocando Deco por Valencia. Pouco depois, Dorival tirou Tinga e pôs outro atacante, Jô. Nesta altura, o Inter tinha Damião, Dagoberto, Jajá e Jô na frente e passou a jogar na base do abafa para tentar o gol salvador. Aos 38, Jajá lançou bem na área para Dagoberto, que esticou a perna esquerda para dar um toque por cima de Cavalieri. Por muito pouco, a bola não entrou. Nos contra-ataques, o Tricolor teve a chance de matar o jogo. Pensando nisso, Abel mandou o jovem Marcos Júnior no lugar de Sobis.

A dramaticidade comum aos grandes jogos estava presente no Engenhão. A torcida do Flu tomou um susto imenso aos 41 em chute de Damião, que passou raspando o travessão. A pressão colorada era facilitada porque o meio de campo tricolor não conseguia jogar. Abel se desesperava na beira do campo pedindo ao time para segurar a bola no ataque. Dentro do campo a pressa era toda do Colorado, que também pouco jogava pelo meio, com muitas bolas alçadas na área adversária. Mas não resolveu, e o Flu ficou com a classificação.

==> Fonte: Globoesporte

==> Foto: AFP

0 comments:

Postar um comentário