Chip para indicar se bola entrou ou não é testado de olho na Copa de 2014

Uma inovação tecnológica promete tornar a vida dos árbitros de futebol mais fácil. Está sendo testado, na Inglaterra, um sistema que acopla sensores à bola e permite determinar se ela entrou ou não totalmente no gol. Com o recurso, dizem os especialistas, o juiz será capaz de incrementar a análise a olho-nu ao interpretar corretamente lances nos quais a redonda quica rapidamente sobre a meta. A tecnologia pode ser usada na Copa do Mundo de 2014, no Brasil. O árbitro seria avisado se a bola passou ou não da linha do gol por meio de um alerta sonoro no relógio. A responsável pelo teste em Londres, no estádio do Southampton, foi a mesma que criou a tecnologia de computador que sinaliza se uma bola foi dentro ou fora no tênis.

O teste foi realizado no estádio do Southampton, em Londres. Um disparador automático foi levado ao gramado para disparar bolas em direção a uma placa, que simulava um goleiro ou jogador. Quando ela atingia o alvo, dados eram colhidos para análise e enviados para um relógio, que apontava se a circunferência havia passado completamente sobre a linha do gol.

Na próxima quarta-feira, no mesmo estádio de Southampton, a tecnologia será testada com bola rolando na final do "Hampshire FA Sénior Cup". O detalhe é que os árbitros não poderão anular ou validar um gol com o que for indicado com os sensores. Ainda haverá mais uma rodada de testes em Nuremberg (Alemanha), e em outro jogo, provavelmente de um time da primeira divisão da Dinamarca.

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, já disse que quer utilizar a tecnologia no Brasil durante a Copa do Mundo. Duas empresas já foram aprovadas para a fase final de testes da nova tecnologia. Segundo o diretor Steve Carter o recurso pode ser usado somente em situações específicas da partida.

- Se a tecnologia funcionar, a International Board poderá licenciá-la em 2 de julho, em sua reunião especial. Depois disso, ela estará totalmente à disposição das Ligas, da Liga Inglesa, da Fifa, ou de qualquer outra confederação. Será deles a decisão de quando querem implantar essa tecnologia - disse o dirigente, que vê possibilidade da tecnologia ser usada na Copa de 2014, no Brasil.

- Sim, há tempo suficiente. Se a Fifa quiser implantar - estou certo de que haverá tempo de usar essa tecnologia no Brasil em 2014 - afirmou.

Polêmicas no passado

A tecnologia poderia ter mudado o resultado da Copa de 1966, quando Inglaterra e Alemanha se enfrentaram na final. Na ocasião, quando o jogo estava empatado em 2 a 2, o inglês Hurst aumentou o placar em um lance no qual a bola, após o chute, acertou o travessão e quicou sobre a meta. Mesmo polêmico e difícil de marcar, o juiz suíço Gottfried Dienst acabou validando o gol. O mesmo jogador fez o quarto e último tento, garantindo o primeiro título de seu país em Mundiais. Derrotados, os alemães reclamaram que a decisão do árbitro mudou a sorte da partida.O mesmo lance voltou a ocorrer na Copa de 2010, quando Alemanha e Inglaterra voltaram a se enfrentar, dessa vez pelas oitavas de final. Os alemães deram o troco e venceram por 4 a 1. Os ingleses, contudo, reclamaram de um tento anulado equivocadamente pelo juiz uruguaio Jorge Larrionda. No lance, o meio-campo Frank Lampard, à semelhança do lance de 1966, acertou um chute no travessão. A bola, no entanto, quicou visivelmente dentro do gol.

- Na visão da Fifa, o uso da tecnologia deve ser voltado para decisões definitivas, como se a bola cruzou ou não a linha do gol. Isso é um ponto bem claro. Por exemplo, desenvolver uma sofisticada tecnologia para o impedimento seria muito difícil porque existe interpretação humana dentro dessa decisão. Por exemplo, se o jogador está participando da jogada ou não - declarou.

No último domingo, mais uma polêmica veio a reforçar o coro pela adoção do novo recurso de arbitragem. Na final da Copa da Inglaterra, o Liverpool protestou após um gol não marcado em uma cabeçada de Andy Carroll, nos minutos finais. O tento empataria a partida, que terminou em 2 a 1 para o campeão Chelsea.

==> Fonte: Globoesporte

==> Foto: Reprodução / FIFA

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