Em novo dia de Love, Fla vence Bangu, mas leva sufoco no fim

Em pleno Primeiro de Abril, não era mentira. Flamengo e Ronaldinho jogavam bem no estádio Moacyrzão, em Macaé, na tarde deste domingo. O time vencia o Bangu por 2 a 0, com mais dois gols de Vagner Love, novamente inspirado, e saía do primeiro tempo com uma atuação convincente. Mas ainda tinha a segunda etapa... O clube de Moça Bonita voltou melhor, diminuiu o placar com Sérgio Junior e sufocou até o fim. Não conseguiu o empate, segue na vice-liderança no Grupo B na Taça Rio, com nove pontos ganhos, e briga para não ser rebaixado no cômputo geral dos pontos.

O Flamengo assumiu, ainda que provisoriamente - falta o clássico Fluminense x Botafogo -, o primeiro lugar do Grupo A, com 15 pontos ganhos, e agora voltará as atenções para a Libertadores. Na próxima quarta-feira, dará sequência à sua empreitada na competição sul-americana. Enfrentará no Equador o Emelec precisando de uma vitória para decidir em casa uma das vagas de seu grupo com o Lanús, da Argentina. No sábado, volta a jogar pela Taça Rio, no clássico com o Vasco. No mesmo dia, em Moça Bonita, o Bangu receberá o Macaé pela sétima rodada da Taça Rio, segundo turno do Campeonato Estadual.

Velocidade

Se no fim da partida a torcida rubro-negra fez ufa quando o árbitro decretou o apito derradeiro, não se pode dizer o mesmo no primeiro tempo. O Flamengo foi rápido, objetivo e decisivo nos primeiros 45 minutos em Macaé. Com Vagner Love, Ronaldinho e Deivid inspirados, o time fazia uma de sua melhores atuações na temporada, e não á toa saiu com a vantagem de 2 a 0. Joel, finalmente, conseguia encaixar o time, ainda que o Bangu às vezes causasse perigo.

Com as duas equipes precisando da vitória, a partida começou com dois ingredientes que agradam ao torcedor: velocidade e disposição. Sem Luiz Antônio, suspenso, Joel armou a equipe com apenas dois volantes - Muralha e Willians - e dois meias ofensivos - Bottinelli e Ronaldinho - para municiar Love e Deivid no ataque.

O Bangu também entrou aberto, na tentativa de explorar a velocidade do seu ataque. Numa saída de bola errada da defesa rubro-negra, armou contragolpe perigoso. Pela esquerda, Almir tocou rápido para Sérgio Junior. O atacante bateu com perigo, mas a bola resvalou na zaga. No escanteio, mais uma vez a defesa do Flamengo se atrapalhou na jogada aérea, mas Felipe consertou.

Daí em diante, o Flamengo acelerou. Com Willians impecável no desarme - foram nove de 16 da equipe rubro-negra no primeiro tempo - e Muralha bem na saída de jogo, Bottinelli e Ronaldinho davam velocidade às jogadas de frente. O trabalho dos meias era facilitado, é bom que se diga, pela frouxa marcação do meio-campo do time de Moça Bonita.

Gol de tabelinha

Quando não tocava de primeira para Vagner Love ou Deivid, que desperdiçou a primeira chance, R10 virava o jogo para o lado direito. Na primeira jogada de pé em pé do Flamengo, Ronaldinho tocou para o camisa 9, que lançou Léo Moura. De canhota, fraco, obrigou o goleiro William Alves a fazer a primeira boa defesa, com o pé.

Três minutos depois, aos 16, a rápida troca de passes do Flamengo acabou em gol numa linda tabelinha de Ronaldinho com Vagner Love. O camisa 10 começou fazendo o giro de primeira para o atacante, que, veloz, tocou e recebeu na frente para bater sem defesa para o goleiro: foi o nono gol do atacante em 11 partidas na temporada.

Veloz, Love levava vantagem sobre os zagueiros do Bangu também no corpo. Deivid buscava as jogadas pela direita, em parceria com Léo Moura. Numa delas, o lateral cruzou na medida para o camisa 9 cabecear. Willian Alves salvou com o pé. No rebote, Ronaldinho, livre, tocou pelo alto. Merecia, pelo lance, vestir a camisa do Inacreditável Futebol Clube.

- A bola quicou e bateu no meu tornozelo na hora que chutei - justificou R10, no fim do primeiro tempo.

Só Love na rede

Após o gol desperdiçado, o Flamengo quase foi punido quando, num contra-ataque pela meia esquerda, Renan Oliveira soltou um pancadão de fora da área que encontrou Felipe atento para espalmar. Mas, àquela altura, a equipe rubro-negra já tomava as rédeas do jogo. E, aos 33 minutos, foi a vez de Deivid bancar o garçom para Love. Numa bola esticada pela esquerda, o camisa 99 arrancou para a área e bateu de canhota, sem chances de defesa. Foi o 10º gol em 11 partidas na temporada, 8º no Estadual, 33º em 40 jogos com a camisa rubro-negra. Na comemoração, o atacante brincou de carniça com Ronaldinho e Junior Cesar.

Com os 2 a 0, o time desperdiçava algumas chances, como uma de Deivid em novo passe de Ronaldinho. Mas o Bangu levava perigo em lances isolados. André Barreto mandou o segundo petardo de fora da área. Felipe fez aí defesa mais arrojada ainda que a primeira, espalmando para escanteio.

Bangu melhor

Mal começou o segundo tempo, o goleiro rubro-negro voltou a mostrar serviço após falta cometida por Marcos González perto da meia-lua. Almir cobrou com categoria, mas encontrou a mão do goleiro e a trave no meio do caminho para estufar a rede. O susto logo no começo foi o sinal de que o segundo tempo seria diferente. O Bangu adiantou a marcação e diminuiu os espaços para o toque de bola rubro-negro. Além disso, o Flamengo entrou na segunda etapa com o jogo mais cadenciado - era vísível a falta de fôlego.

Com Gedeílson no lugar de Fabinho e Gabriel Galhardo no de Renan Oliveira, o Bangu mostrava melhora na organização das jogadas e mais velocidade pelas laterais. E foi pelo lado direito que Almir girou livre e quase deixou o seu, não fosse mais uma grande defesa de Felipe.

Joel, pouco antes, já havia trocado Muralha por Kleberson para melhorar o posicionamento do meio-campo. Mas era visível que Ronaldinho e Love já não eram os mesmos fisicamente. O Bangu, mais inteiro, dominava a partida. E, explorando o lado esquerdo do Flamengo, diminuiu o placar. Aos 29, Thiago Galhardo centrou, Marcos González não pulou o suficiente, e a bola foi na medida para Sérgio Junior, que testou sem defesa para Felipe.

Joel Santana trocou Deivid, cansado, por Diego Maurício, para tentar devolver a agressividade ao ataque. O Bangu, com os dois Galhardos, Thiago e Gabriel, além de Almir, botava o Flamengo na roda. Mas não conseguia mais criar chances, Depois, segundo o repórter Mauro Junior, da TV Globo, o técnico rubro-negro, a pedido de Vagner Love, sacou Bottinelli para pôr Magal (assista ao vídeo ao lado). No fim, o camisa 99, exausto em campo, ainda deixou escapar dos pés o que seria o terceiro gol, mas nem foi preciso. Agora, é pensar na Libertadores.

==> Fonte: Globoesporte

==> Foto: Fla Imagem

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