Arpilleras da Resistência Política Chilena

A Biblioteca Nacional de Brasília (BNB) vai sediar no período de 22 a 29 de março, a exposição itinerante Arpilleras da Resistência Política Chilena. A mostra traz 27 arpilleras - trabalhos têxteis de bordados em pano rústico, medindo em média 60x60cm - relacionadas com a resistência política no Chile na época da ditadura militar. O público vai poder conferir a exposição de segunda à sexta-feira das 9h às 20h45 e nos finais de semana das 9h às 17h45, no salão de exposições (2º andar). A abertura oficial está programada para o dia 23, sexta-feira, às 18 horas. A entrada é franca.

Durante a ditadura militar chilena, que durou de 1973 a 1989, muitas denúncias sobre os problemas políticos e sociais enfrentados no país eram feitas por mulheres por meio de arpilleras. Clara Politi, produtora da exposição, conta que as arpilleras desta coleção nasceram das mãos de mulheres que estiveram presas, ou cujos maridos ou filhos tinham sido presos, torturados ou assassinados durante a ditadura. Inicialmente uma obra de artesanato popular, estas peças acabaram tendo não só valor artístico como serviram para ajudar financeiramente estas mulheres que se uniam em grupos de trabalho, comunidades artesãs ou entidades da sociedade civil. "Desta maneira, além da tentativa de denunciar dentro do próprio país e também para os estrangeiros as situações de falta de liberdade e privações pelas quais estavam passando essas mulheres conseguiam reforçar o sustento da família com o que elas confeccionavam", explica a produtora.

Algumas delas ilustram, por exemplo, a determinação das mulheres diante da repressão policial às suas reivindicações (Hornos de Lonquén, de 1979), o senso de comunidade e a força política e social que elas conseguiam manter nesse cenário (Corte de Agua, de 1980) e o terrorismo praticados pelos soldados carabineiros chilenos, a polícia local (Represión a Vendedores Ambulantes, de 1983). Depois de Brasília, a mostra segue para Porto Alegre (10 a 17 de abril), Curitiba (7 a 14 de maio), Belo Horizonte (18 a 24 de maio), e, por fim, Rio de Janeiro (29 de maio a 5 de junho).

As arpilleras que serão exibidas pertencem à pesquisadora chilena Roberta Bacic, curadora da exposição. Nascida em 1949, ela já montou mais de trinta exposições de arpilleras pelo mundo, em países como Japão, Estados Unidos e França. A primeira delas foi realizada em 2008, na Irlanda do Norte, onde a curadora reside desde 2004. A exposição foi contemplada pelo edital "Marcas da Memória", patrocinado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.


Serviço
Arpilleras da Resistência Política Chilena
Hall de exposições da Biblioteca Nacional de Brasília - Setor Cultural Sul, lote 2, 2º andar
De 22 a 29 de março. De segunda a sexta, das 9h às 20h45min. Sábado e domingo, das 9h às 17h45min
Entrada franca
Classificação não informada

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