Os gols que iniciaram a reviravolta foram de uma dupla que (assim esperam os rubro-negros) parece disposta a se entender. O primeiro foi de Ronaldinho. O segundo foi de Vágner Love. Ambos ocorreram na etapa final, depois de o Resende abrir o placar com Marcelo Régis - até agora, o único gol levado pelo Fla no Estadual. Negueba completou o placar. Neste sábado de carnaval, diferentemente de três anos atrás, o 3 a 1 foi para o Flamengo, e não para o Resende.
O líder do Grupo A foi o Botafogo, que bateu o Macaé por 3 a 0. Seu adversário será definido ainda neste sábado. O Flamengo fechou a fase de classificação com os mesmos 15 pontos do rival, mas com saldo inferior. O Resende, com 12, foi eliminado.
O Flamengo terminou o primeiro tempo eliminado. E não haveria razões para ser diferente: nem nos eventuais lances de brilho individual de Ronaldinho Gaúcho - um pouco de luz em uma atuação novamente apagada -, nem na falta de embocadura de Vagner Love, sempre um segundo atrás da jogada. Talvez, vá lá, por uma ou outra boa tentativa de Léo Moura. Mas o assustador para a torcida rubro-negra é que o Flamengo foi, nos 45 minutos iniciais, justamente aquilo que vem sendo na largada de 2012: um time sem sal, com jogadores que parecem estrangeiros uns aos outros.
A equipe de Joel Santana dominou o primeiro tempo. Seria muito esquisito se fosse diferente. Afinal, ao Resende o empate valia o ouro da classificação. Mas a predominância rubro-negra em Volta Redonda não foi exatamente rica. Boa parte da etapa morreu no limbo do meio-campo.
Ronaldinho esteve envolvido nos principais momentos flamenguistas. Teve vitória individual, na base da técnica, e discrição tática. Ele bateu duas faltas por cima do gol adversário. E deu dois bons passes. No primeiro, pela esquerda, buscou Deivid na área. A bola passou pelo atacante e caiu nos pés de Wellington. O chute foi cortado pela zaga. No segundo, na entrada da área, voltou a encontrar Deivid, que bateu colocado. O goleiro Mauro, bem na partida, defendeu.
Mas foi em um estalo de Léo Moura que o Flamengo mais se aproximou do gol. Ele rumou em diagonal na direção da área, aos dribles, e mandou o chute - travado na hora certa por Filipe Machado. A chance só não foi a melhor dos 45 minutos iniciais porque Marcel, logo com um minuto de jogo, mandou cabeceio no travessão defendido por Felipe. Faltaram milímetros para o Resende pular na frente.
Segundo tempo de classificação
O Flamengo, com Bottinelli no lugar de Luiz Antonio, começou o segundo tempo precisando de um gol, já que o Botafogo vencia o Macaé por 2 a 0. O gol saiu. Mas para o Resende. Aos dois minutos, Marcelo Régis, com um hectare de liberdade dentro da área rubro-negra, cabeceou para o fundo da rede de Felipe. Não foi acossado por ninguém. O curioso é que o lance havia sido ensaiado um minuto antes, com Iúri tão abandonado pelos marcadores quanto Marcelo Régis - mas desta vez Felipe conseguiu espalmar.
O Flamengo precisava agir. E precisava de Ronaldinho. Pouco depois do gol, ele tentou da entrada da área, sem perigo. E em seguida marcou. Em cruzamento de Bottinelli, o camisa 10 apareceu na área para um raro gol de cabeça. Parecia centroavante: conclusão firme, certeira, fora do raio de ação de Mauro.
O gol empolgou o Flamengo, que precisava de mais um. E conseguiu encontrá-lo. Léo Moura, da direita, mandou para a área. Vágner Love se antecipou à defesa, desviou a bola e determinou a virada. Era o renascimento rubro-negro, com a marca de seu reforço de peso - mal no primeiro tempo, decisivo no segundo.
Os ponteiros do relógio mudaram de cor. Passaram a correr a favor do Flamengo. E o time de Joel Santana foi competente. Soube controlar o jogo. Levou um susto quando Marcelo Régis chegou um segundo atrasado, quase em cima da linha, mas logo garantiu a vitória. Léo Moura fez lançamento às costas da zaga. Negueba arrancou, desviou de Mauro e fez o gol.
Aí foi deixar o tempo passar. O Resende não tinha forças para reagir. E o Flamengo, pelo menos por um fim de semana, poderá sambar em paz.
==> Fonte: Globoesporte
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