Estas 5h53m de duração quebraram dois recordes. O de final mais longa da história dos Grand Slams e de partida mais longa da história do Australian Open. Até este domingo, a final do US Open de 1998, de 4h53m, entre Mats Wilander e Pat Cash, detinha a marca. Em Melbourne, o recorde era das 5h14m da semifinal de 2009, entre Nadal e Fernando Verdasco.
Com mais este feito, Nole se tornou neste domingo o quinto tenista da Era Aberta a vencer três Grand Slams de forma consecutiva - todos em finais contra Rafael Nadal, atual número 2 do mundo. A lista de campeões já incluía Rod Laver, Pete Sampras, Roger Federer e o próprio Nadal.
Vencedor em 2008 e 2011, Djokovic é também o quarto tenista da Era Aberta (a partir de 1968) a somar três títulos do Australian Open. Ele se junta a um grupo que tinha apenas três nomes até este domingo: Andre Agassi (4), Roger Federer (4) e Mats Wilander (3).
O espanhol, por sua vez, se torna uma estatística inédita - e nada agradável. Derrotado por Djokovic nas finais de Wimbledon/2011, US Open/2011 e Australian Open/2012, Nadal é agora o primeiro tenista da Era Aberta a perder três decisões de Grand Slam de forma consecutiva. Contando jogos em outros torneios, o número 2 do mundo tem sete reveses seguidos para o rival.
O jogo começou como um típico confronto entre Nadal e Djokovic. Muitas trocas de bola e muito tempo de intervalo entre os pontos. Nadal, mais seguro nos pontos iniciais, teve chances de quebra no quinto game. Djokovic escapou do primeiro graças a um erro de devolução do sérvio, mas aproveitou o segundo quando o sérvio jogou um backhand para fora.
Irritado, Djokovic trocou a camisa e jogou a raquete no chão. Aos poucos, porém, o número 1 passou a errar menos e atacar mais. No sexto game, ele teve dois break points e não converteu. No oitavo, contudo, Nadal jogou um forehand para fora e devolveu a igualdade. O jogo seguiu parelho até o 11º game, quando Nole vacilou novamente. Mais uma vez com um backhand para fora, Djokovic perdeu o serviço. Nadal, em seguida, aproveitou e fechou o set em 7/5.
A segunda parcial foi diferente - e melhor para o atual campeão. Djokovic passou a encaixar mais primeiros saques e ganhou confiança para atacar mais do fundo de quadra. Pela maior parte da parcial, Nadal teve de se defender. O espanhol salvou dois break points no segundo game, mas cedeu a quebra no quarto, quando Djokovic fez um belo voleio vencedor.
O sérvio, ainda comandando o jogo, teve um set point no saque de Nadal no oitavo game, mas não converteu. Em seguida, Djokovic chegou a 5/3 e 40/15, com dois set points no serviço, mas jogou uma direita para fora e viu Nadal encaixar uma bola indefensável em seguida. O improvável aconteceu. O número 2 venceu um ponto na rede e, depois, viu Djokovic perder o serviço com uma dupla falta. Nadal, entretanto, nem chegou a empatar o jogo. Teve duas chances no décimo game, mas foi vítima de duas ótimas devoluções do adversário. Encarando outro set point, foi a vez de Nadal fazer uma dupla falta e decidir a parcial em 6/4 a favor de Djokovic.
Aos poucos, o jogo deste domingo passou a se parecer mais e mais com os duelos de 2011. Nole tomou o controle do jogo. Sacou ainda melhor, não deixou Nadal à vontade para sacar e disparou à frente quando conseguiu uma quebra no quarto game. O espanhol nem ameaçou o serviço do sérvio, e Djokovic seguiu confirmando sem sustos até que, com uma direita indefensável, quebrou novamente o saque de Nadal e fez 6/2 na parcial.
Nadal luta e sai de buraco no quarto set
A torcida, querendo mais jogo, começou a empurrar Nadal, e o espanhol respondeu tentando atacar mais e fazendo força para impor seu saque diante dos ótimos retornos de Djokovic. O número 2 resistiu bravamente e saiu até de um grande buraco no oitavo game. Com uma direita indefensável, o sérvio chegou a três break points. Nadal salvou todos: um forehand indefensável, um ótimo saque, e um backhand no contrapé. Dois excelentes serviços depois, empatou a parcial em 4/4.
A chuva apareceu, o teto retrátil foi fechado, e a interrupção de pouco mais de dez minutos quase não mudou o jogo. Djokovic confirmou o saque com facilidade para fazer 5/4, e Nadal manteve o seu em seguida para empatar: 5/5. Dois games depois, números 1 e 2 do mundo começavam o tie-break. Nole cedeu o primeiro mini-break ao jogar uma direita para fora, mas Nadal jogou um forehand na rede em seguida, e o placar ficou em 3/3. Em seguida, uma devolução do número 1 lhe colocou à frente, com 4/3 e dois serviços por fazer.
O sérvio abriu 5/3, mas jogou uma direita para fora e outra na rede. Nadal, então, com o placar em 5/5, fez um ótimo saque e chegou ao set point. Com outra direita errada de Nole, Nadal fechou o set e forçou o quinto set.
No começo da última parcial, ficava claro que o espanhol estava fisicamente melhor. Djokovic, que jogou mais de 4h na semifinal de sexta-feira contra Andy Murray. Os ataques do sérvio já não tinham a mesma precisão, e Nadal confirmava seu serviço sem tanto drama. O número 1 tentava atacar ainda mais e encurtar os pontos, mas pagou o preço no sexto game, ao cometer dois erros seguidos e perder o serviço.
Nadal abriu 4/2 e, quando parecia rumar para a vitória, bobeou. Errou um backhand fácil que lhe daria 40/15 e perdeu os três pontos seguintes em sequência para deixar Djokovic voltar para a partida e empatar em 4/4 na sequência. O espanhol ainda viveu outro drama no nono game, quando saiu de 30/0 e cometeu dois erros para dar um break point a Djokovic. Salvou-se, contudo, com um belo saque angulado e confirmou o serviço em seguida para abrir 5/4.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Reuters
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