Projeto “Clube do Choro do Brasil” Esta semana JOÃO DONATO

Que a música de João Donato é plural e transversal no tempo e nos gêneros, já está mais do que provado ao longo de uma carreira de 62 anos.

Mas a sua capacidade de se reinventar surpreende. Ao ser convidado para participar da mais recente edição do Rock in Rio, como uma atração do Palco Sunset, não hesitou: "Vamos fazer o meu mais barulhento álbum: A Bad Donato". O público e a crítica gostaram. "Com sua túnica de paetês psicodélicos multicoloridos, com seus músicos, Donato mostrou genialidade a uma platéia calmamente envolvida, em músicas como "Café com pão", "The frog" e "Bananeira". Dizer que ele criou ali alguns dos melhores momentos do festival não seria favor", escreveu Leonardo Lichote no O Globo.

A Bad Donato é um álbum essencial, em meio aos mais de 40 de sua discografia. Considerado pela Rolling Stone brasileira um dos cem melhores discos de todos os tempos, foi gravado em Los Angeles, em 1970, período em que Donato morava lá, a convite de Bob Krasnow, um dos sócios da gravadora Blue Thumb, que depois de escutar Donato no Japão, no conjunto Brasil 66, e Sérgio Mendes, lhe deu total carta branca. "Faça o que você quiser. Entra no estúdio, aluga os instrumentos que achar interessantes, grava o que você quiser..."

O desejo de Krasnow foi seguido à risca. Inspirado pelos discos de James Brown e pela cena musical da época, o sujeito que inventou os acordes singelos da bossa nova junto com João Gilberto não só foi seduzido pelo piano elétrico, como colocou duas baterias nas gravações, com ninguém menos que Dom Um Romão e Paulinho Magalhães por trás, acompanhados por Oscar Castro Neves no violão, Bud Shank na flauta, Jimmy Zito, veterano trompetista da banda de Tommy Dorsey, os irmãos Pete e Conti Candoli, da orquestra de Stan Kenton e arranjos feitos com o auxílio luxuoso de Eumir Deodato. O resultado da liberdade total para criar e misturar sons se transformaria em uma obra antológica, carregada de funk e psicodelia em meio ao jazz e bossa nova - quando então ainda não se falava sobre isto - que viraria objeto de desejo entre aficionados por música e referência entre artistas de todo o mundo.

Mais de quarenta anos depois, além dos músicos que o acompanharão no palco – Robertinho Silva (bateria), Luiz Alves (contrabaixo), Ricardo Pontes (sax/flauta), Westonny (trompete) - muito da parafernália usada nas gravações será substituída pelos efeitos e programações do filho Donatinho. "Nos ensaios chegamos à conclusão que já está tudo pronto e é só aplicar a tecnologia de hoje. A cabeça é a mesma de sempre: uma boa dose de suingue, outro tanto de balanço e uma porção farta de animação. A ideia é não repetir a sonoridade da época do disco, e sim criar a partir da gravação", descreve Donato com sua capacidade inesgotável de inventar.

No show, o repertório do disco é revisto por inteiro, a começar por The Frog, um dos maiores sucessos de Donato. Cadê Jodel? ou The Beautiful One, de acordo com o título original da obra na sua versão instrumental, tem um ar de infinitude nas jam sessions em que se transformaram os ensaios. Outras pérolas, como Celestial Shower, Bambu, Lunar Tune, Debutante’s Ball e Straight jacket, fazem parte de um repertório menos conhecido de Donato. "As minhas músicas só começaram a ser cantadas quando ganharam letras, com a gravação do ‘Quem é Quem’, em 1973”, explica o compositor. "Malandro, do disco, virou Nana das Águas com letra de Geraldo Carneiro, e está no show".

Quem for ao show será brindado com temas que não estão no disco, mas que, nas palavras de Donato, cabem no viés "funk psicodélico" da gravação original: No fundo do mar (Donato/Joyce), Emoriô, (Donato/Gilberto Gil), Nagoya, (Donato/Fernanda Takai/John Ulhoa), Balança (Donato/Marcelo D2), Paradise found (Shorty Rogers), Black Orchid (Cal Tjader), Cala a boca menino (Dorival Caymmi) e muitos outros que Donato lembrar ou inventar na hora.

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As apresentações acontecem dias 30 de Novembro, 01 e 02 de Dezembro 2011 – Quarta, Quinta e Sexta-Feira a partir das 21:00 horas. Ingressos a R$20,00(inteira) e R$10,00 (meia).

Informações: Tel.: 3224.0599. Ingressos: Clube do Choro de Brasília – SDC BLOCO “G” - Funcionamento da bilheteria: 2ª e 3ª feira: 13:30 às 20:30 horas – 4ª a 6ª feira: 13:30 as 22:30 horas. Sábado a partir de 19:00 as 22:30 horas, ou através do site: www.clubedochoro.com.br

O Clube do Choro de Brasília fica entre a Torre de TV, o Centro de Convenções e o Planetário.

Produção: Marco Guedes (0xx-61-7816-5341).

Contato artista: Oxx-21-8885-9575 – 0xx-21-2541-9577

Não recomendado para menores de 14 anos

==> Foto: Alvinho Duarte

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