Fla se impõe, derruba tabu contra o Cruzeiro e não larga o Corinthians

Espera aí, Corinthians. Não respire aliviado porque o Flamengo continua atrás de você, só um pontinho. Nesta quarta-feira, o líder agiu, e o vice-líder respondeu. Enquanto o Timão derrotou o América-MG e chegou aos 31 pontos (em 13 jogos), o Rubro-Negro superou o Cruzeiro por 1 a 0, fora de casa, e chegou a 30 (em 14 jogos). Na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, Deivid fez o único gol da partida, após assistência de Ronaldinho. O camisa 9, que já havia marcado contra Atlético-MG e América-MG, fez a trinca sobre os mineiros e chegou a seis gols no Brasileirão.

Em grande estilo, os cariocas encerram um incômodo jejum. Das equipes que disputam a Séria A em 2011, a Raposa era o clube que o Flamengo não derrotava havia mais tempo. Nos últimos sete jogos, havia perdido todos. A última vitória fora conquistada em setembro de 2007, no Rio.

O time de Joel Santana estacionou nos 18 pontos e caiu para o 11º lugar. Pior: foi a terceira derrota seguida, a segunda consecutiva em casa. Os 14.863 pagantes (com renda de R$ 252.659) que foram ao estádio chiaram. Nem Montillo, o craque do time, conseguiu encantar. Apesar do esforço, foi sempre bem marcado. Teve Airton e Renato como duas sombras chatas e persistentes.

O Flamengo é a única equipe invicta neste Brasileirão e passou a ser o primeiro time da era dos pontos corridos a passar sem derrota pelos seus 14 primeiros jogos. Agora corre atrás da maior série invicta desde 2003, que pertence a São Paulo (em 2008) e Atlético-PR (em 2004): 18 partidas sem perder durante o campeonato.

No fim de semana, o Flamengo recebe o Coritiba, sábado, no Engenhão, às 18h30m. No domingo, às 16h, o Cruzeiro visita o Inter, no Beira-Rio, em Porto Alegre.

Cruzeiro se encolhe, e Flamengo aproveita

Ronaldinho chegou à Arena do Jacaré com uma caixa de som tamanho família e música no volume máximo. Inspiração e ritmo para tentar repetir contra o Cruzeiro o nível de atuação que teve contra Santos e Grêmio. Ora no meio, ora bem aberto pela esquerda, Gaúcho incomodou os marcadores com dribles curtos e algumas arrancadas. Deu carrinho, orientou os companheiros e arriscou um chute da entrada da área que se perdeu pela linha de fundo.

Em casa e apoiada pela torcida, a Raposa colocou a cautela embaixo do braço e esperou a hora de atacar. Joel Santana mandou um time diferente a campo. Leandro Guerreiro e Ortigoza foram barrados; Everton entrou na lateral esquerda, Diego Renan assumiu a lateral direita, e Reis, que chegou a ser oferecido sem custos a outros clubes, ganhou a primeira chance entre os titulares com o treinador. Assim como R10, Diego Renan tentou chute de fora da área e assustou Felipe.

O Flamengo dominou as ações no meio-campo, fez a bola girar e investiu nas inversões. O lado esquerdo foi o caminho preferido. Mesmo sem Willians, suspenso, Renato e Airton demonstraram segurança na marcação e colaram em Montillo feito carrapatos. Era preciso. Sabe-se lá o motivo, mas o argentino sente um prazer incomum de jogar contra o Flamengo. É assim desde a Libertadores do ano passado, quando defendia o Universidad de Chile. O jogo celeste passa inteirinho pelo camisa 10, que não se intimida com a perseguição. Guerreiro quase solitário, ele se movimentou, virou bolas e arriscou bons dribles. O problema é que Gilberto esteve apagado, Wallyson jogou recuado demais para dar combate a Junior Cesar, e Reis deu poucas opções.

Compatriota de Montillo, Bottinelli mostrou-se disperso, perdeu bolas mesmo quando esteve livre. Apesar de mais participativo, Thiago Neves foi bem marcado e não apareceu como de costume. O Rubro-Negro cresceu nos dez minutos finais. Primeiro, com uma chance na bola parada, aos 31. Renato disparou a bomba de esquerda, e Fábio fez excelente defesa. Aos 46, no último lance da etapa inicial, Ronaldinho apareceu de novo. O craque recebeu passe de Thiago Neves pelo lado direito da intermediária, despistou a marcação de Gil com um giro de corpo e só rolou para Deivid, livre, bater na saída de Fábio.

Só Montillo não dá. Flamengo vence mais uma

Jogar futebol. Simples assim. Com a bola, atacar. Sem ela, defender. O Cruzeiro fez o básico na volta do intervalo. Sem mexer nas peças, Joel abriu mão da retranca. Diego Renan e Everton jogaram como laterais, apoiaram e arriscaram jogadas pela linha de fundo. Wallyson, atacante que é, adiantou o posicionamento e se livrou um pouco da responsabilidade de marcar Junior Cesar. A mudança de postura foi suficiente para levar o mínimo de perigo ao gol rubro-negro. Reis, Gilberto e Wallyson arriscaram alguns chutes, mas esbarraram na pontaria ruim e nos defensores.

O lado esquerdo continuou sendo a via ideal para o Flamengo. Por ali, o time desenhou alguns contra-ataques rápidos com Junior Cesar e R10, mas foi pouco efetivo. No meio-campo, Montillo continuou seguido de perto por Renato e Airton. Bottinelli e Thiago Neves também ajudaram no combate ao meia. Como depende muito do gringo, o Cruzeiro se viu sem alternativas.

Joel mudou, aos 20. A opção pelo inoperante Reis mostrou-se equivocada, e Everton não rendeu. Ortigoza e Sebá entraram para formar o trio de ataque com Wallyson, na tática do tudo ou nada. Luxa mexeu logo depois. Fierro substituiu Deivid, e Thiago Neves passou a jogar como atacante ao lado de Ronaldinho.

Foram pelo menos 20 minutos de insistência celeste, mas sem força e objetividade. Num perigoso contra-ataque, aos 40, Fierro ficou na cara do gol, tirou de Fábio, mas a bola, caprichosa que só ela, tocou as duas traves e não entrou. No minuto seguinte, Montillo, guerreiro solitário, cobrou falta, quase encobriu Felipe, mas ficou no travessão. Terceira vitória seguida do Flamengo, que continua forte na briga pelo título. Na Toca da Raposa, os próximos dias serão de cobranças. Na Arena, o primeiro alvo foi o presidente Zezé Perrella.

==> Fonte: Globoesporte

==> Foto: Agência Estado

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