Brincadeiras entre amigos e paixão pela corrida dão o tom à Meia do Rio

Dia nublado, acizentado, mas, de repente, um tom forte de rosa chama a atenção. O par de meias esticadas até perto do joelho são da advogada Andrea Folegatti. A corredora está pronta para participar de sua 13ª edição seguida da Meia Maratona do Rio. A prova, realizada domingo pela manhã, tem sua largada em São Conrado e a chegada no Aterro do Flamengo, com 21km no total.

A Meia do Rio é a quinta prova de Andrea com essa distância apenas neste ano, sendo que, em duas delas, a corredora venceu entre as amadoras. Bem treinada, tênis, uniformizada e cabelo preso, mas não só isso:

- Nós somos meninas. Eu corro forte mesmo, mas não posso perder o charme: brinquinho, base no rosto e meia rosa. No dia nublado de hoje tem que botar uma cor. Cor traz alegria, anima. – disse Andrea, enquanto se aquecia para a largada.

Ânimo, pelo visto, é algo que não falta à corredora. Ela está na fase final da preparação para a Maratona de Berlim, que será dia 25 de setembro, e vem treinando grandes distâncias, de 32 a 34km. E Andrea está longe de ser estreante em maratona. Será a sexta prova nessa distância que vai disputar. A Meia do Rio, perto de tanto esforço e tantos treinos longos por semana, diz ela, aparece mais como momento de lazer que pode curtir com os amigos.

Assim também foi a decisão de Rodrigo Damasceno, Rodrigo Siqueira e Eduardo Sá. Os três vieram juntos para participar da Meia, mas cada um no seu ritmo. Eles, assim como Andrea e vários outros corredores, participaram do pelotão do GLOBOESPORTE.COM. Eduardo era o que tinha a expectativa de correr em menor tempo. O dia nublado, segundo ele, favoreceria a corrida, mas já a chuva poderia ser um fator negativo.

Para Rodrigo Siqueira, estreante na prova, a ansiedade maior era com a chamada “voltinha maldita”, momento em que os participantes já conseguem ver a chegada, no Aterro do Flamengo, mas ainda precisam correr mais 5km para alcançá-la. Quando resolveu pegar dicas com seu xará, acabou ouvindo uma piadinha:

- Quando passar pela chegada vou fazer questão de apontar e mostrar para ele (Siqueira) e dizer “olha a chegada ali”, só para atrapalhar – ria Rodrigo Damasceno.

Arquiteto, designer e engenheiro de produção, os três dividem espaço com a advogada Andrea e com tantos outros corredores que se dedicam ao esporte como um segundo emprego. Andrea acorda todos os dias às 5h da manhã. Ela é disciplinada e diz que nunca vai parar de praticar exercício físico. Mas, quando questionada se é possível se dedicar tanto assim sem atrapalhar o trabalho como advogada, explica a diferença entre amadores e elite:

- Já pedi para os amigos me esperarem na chegada da Maratona de Berlim com uma caneca de chope. Essa é a vantagem de não ser profissional.

Nas ruas, Andrea impõe seu ritmo e chega com o tempo, marcado no seu cronômetro, de 1h25m40s, apenas 14 minutos a mais do que a recordista mundial. Bem humorada e satisfeita com o resultado, ela conta que como corre muito rápido, divide o momento da chegada com muitos homens e, acreditem, não há cavalheiros nessa hora:

- Os homens não querem perder para mulher. Tomei algumas fechadas e bati boca com uns três.

Seu amigo, Ronaldo Motta, logo reforça o coro:

- Eu não gosto de perder para mulher.

A brincadeira entre os amigos continua e Andrea se diz feliz por ter feito 40s a menos que o amigo, mas Ronaldo não se entrega:

- Se eu a tivesse visto correr e soubesse que vinha nesse ritmo, tinha marcado ela. O segredo é a meia rosa. Se eu tivesse uma meia assim, teria vencido a disputa.

Andrea explica que a meia é para compressão e que só a usa em provas longas, já que nas curtas não faz tanto efeito. As meias colaboram para recuperação mais rápida e ajudam na circulação sanguínea. Em Berlim, quando for para participar da maratona, ela irá comprar várias outras, de diversas cores. Pelo visto, a animação e os ótimos resultados da corredora vão ficar ainda mais chamativos e coloridos.

Os três amigos também estão satisfeitos com os seus tempos e creditam ao clima a possibilidade de realizar uma corrida tão boa. O estreante do grupo, Rodrigo Siqueira, no entanto, confirma a dificuldade com os últimos quilômetros da prova:

- Maldita mesmo essa volta. Parecia que eu não ia chegar nunca.

Rodrigo Siqueira, Rodrigo Damsceno, Andrea, Ronaldo, Eduardo Sá e outros tantos milhares de corredores aproveitaram e aprovaram a Meia do Rio. E você? Completou a prova?

==> Fonte: Globoesporte

==> Foto: Alexandre Durão / Globoesporte

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