Odete Lara, Atriz de Cinema

Durante duas décadas, Odete Lara iluminou as telas dos cinemas com talento e beleza marcantes. Ela atuou em 32 longa metragens, desde sua estreia, em 1956, em O Gato de Madame, ao lado de Mazzaropi, até O Princípio do Prazer, de Luiz Carlos Lacerda, de 1978. Odete estrelou de produções populares e sucessos de bilheteria a obras sofisticadas e exigentes, foi dirigida por alguns dos maiores cineastas como Anselmo Duarte, Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos, Bruno Barreto e Walter Hugo Khoury. Para rever a trajetória dessa atriz que abandonou a profissão e, aos quase 50 anos de idade, refugiou-se num sítio da serra fluminense, onde dedica-se a escrever e traduzir obras budistas, os CCBBs do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília apresentam a mostra ODETE LARA, ATRIZ DE CINEMA, com 16 dos mais significativos filmes da carreira de Odete Lara.


Odete Lara, nasceu Odete Righi Bertoluzzi, no bairro da Bela Vista, São Paulo, em 1929. Teve a infância repleta de dificuldades, inclusive com o suicídio dos pais, e cedo começou a trabalhar como secretária e datilógrafa para sobreviver. Iniciou a carreira artística como modelo e garota-propaganda na extinta TV Tupi e logo tornou-se uma requisitada atriz de teatro e televisão. Ela também gravou discos, fez shows musicais e colaborou na imprensa alternativa dos anos 70.

Filmes confirmados

Absolutamente Certo, de Anselmo Duarte (Brasil, 1957).
Operário paulistano, dono de prodigiosa memória, decora todos os nomes de uma lista telefônica e participa de um programa de televisão. Mas uma quadrilha tenta atrapalhar seus planos.Elogiado primeiro filme de Anselmo Duarte e um dos quatro títulos em que Odete Lara atuou no ano em que estreou no cinema.

Boca de Ouro, de Nelson Pereira dos Santos (Brasil, 1963).
Repórter tenta fazer o perfil de um famoso bicheiro carioca entrevistando sua ex-amante que fornece três versões diferentes da personalidade do contraventor.
Bem sucedida adaptação da peça teatral homônima de Nelson Rodrigues com uma inesquecível Odete Lara como Guigui.

Bonitinha mas Ordinária, de Billy Davies (Brasil, 1963).
Segunda adaptação para o cinema de uma peça de Nelson Rodrigues onde Odete Lara encarna a virtuosa personagem Ritinha, envolvida numa trama que reúne estupro e perversões: Maria Cecília, filha do patrão do noivo de Ritinha, é uma moça rica que fica obcecada ao ler num jornal a notícia de uma curra.
Algumas fontes creditam a direção a Jece Valadão, produtor e ator da película

Câncer, de Glauber Rocha (Brasil, 1972).
Segundo Glauber Rocha, “Câncer não tem história. São três personagens dentro de uma ação violenta”.Envolvida com dois assaltantes (Hugo Carvana e Antonio Pitanga), Odete Lara faz a personagem feminina classe média desta experiência radical do cineasta baiano.

Copacabana me Engana, de Antonio Carlos Fontoura (Brasil, 1969).
Típico garotão do bairro carioca se envolve com a bela vizinha mais velha, amante de um senhor casado. Mas seu ajuizado irmão maior também se interessa pela moça.
Elogiada estréia nos longas-metragens de Fontoura, com quem a atriz foi casada.

O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha (Brasil-França-Alemanha, 1969).O pistoleiro Antonio das Mortes, de Deus e o Diabo na Terra do Sol, é contratado para matar o chefe de bando de cangaceiro que se diz a reencarnação de Lampião.Um dos pontos altos do filme é a interpretação de Odete Lara como a esposa adúltera de um coronel. Prêmio de Melhor Diretor no Festival de Cannes.

Em Família, de Paulo Porto (Brasil, 1972).
Casal de idosos é despejado e pede ajuda aos filhos. Odete Lara faz a bem sucedida Neli que, em crise com o marido rico, não tem como ajudar.
Título pouco divulgado do cinema brasileiro, Em Família envolve nomes de destaque em sua produção sendo o longa de estréia do ator e produtor Paulo Porto na direção.

Um Filme 100% Brazileiro, de José Sette (Brasil, 1986).
Recriação alegórica da viagem ao Brasil que o poeta francês Blaise Cendrars fez ao Brasil nos anos 20.Título pouco visto que conta com Odete Lara numa participação especial.


A Estrela Sobe, de Bruno Barreto (Brasil, 1974).
Veterana cantora de rádio (Betty Faria) relembra seu passado, inclusive uma relação amorosa que teve com uma colega de profissão (Odete Lara).Baseado no romance de Marques Rebelo, a interpretação de Odete Lara lhe rendeu vários prêmios na época.


O Gato de Madame, de Agostinho Martins Pereira (Brasil, 1956)
Engraxate se envolve com uma quadrilha ao encontrar um gato perdido cuja proprietária oferece uma gratificação a quem devolvê-lo.Veículo para divulgação do cômico popular paulista Mazzaropi, O Gato de Madame é o primeiro filme de Odete Lara.

Moral em Concordata, de Fernando de Barros (Brasil, 1959).
Jovem pobre (Odete Lara) é abandonada pelo marido violento e procura ajuda da irmã que tem uma vida luxuosa sustentada pelo amante rico.Adaptação da peça de Abílio Pereira de Almeida onde Odete repete o papel que fez no teatro.

Noite Vazia, de Walter Hugo Khoury (Brasil, 1964).
Dois amigos contratam dupla de prostitutas para passar a noite mas o encontro acaba revelando as frustrações e angústias de cada um..Clássico do cinema brasileiro que conta com interpretação memorável de Odete Lara e Norma Bengell, Noite Vazia representou o país no Festival de Cannes.

O Princípio do Prazer, de Luiz Carlos Lacerda (Brasil, 1979).
Em Paraty, na década de 30, rapaz vai trabalhar numa fazenda decadente onde moram quatro irmãos que escondem um segredo.Odete Lara vive a irmã mais velha em seu último papel no cinema. Após O Princípio do Prazer, a atriz só voltaria às telas em participações especiais.

A Rainha Diaba, de Antonio Carlos Fontoura (Brasil, 1974).
Travesti chefe de uma quadrilha de traficantes de drogas da Lapa, Rio de Janeiro, se envolve com jovem bandido que é sustentado por cantora de cabaré.Odete Lara se inspirou na cantora Maysa para compor seu personagem neste que é uma de suas mais elogiadas interpretações.

SERVIÇO:

ODETE LARA, atriz de cinema
Produção e Realização: Centro Cultural Banco do Brasil
Curadoria: João Juarez Guimarães
bb.com.br/cultura

Brasília: -17 a 29 de maio, de terça a domingo

Centro Cultural Banco do Brasil

SCES, Trecho 2, Conjunto 22 - (61) 3310-7087

Ingressos: R$ 4,00 e R$ 2,00 (meia)

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