Velocidade, toque de bola envolvente, golaço... Quantas vitórias do
Santos foram descritas dessa maneira ao longo do Paulistão? Algumas,
certamente. Mas neste domingo quem venceu assim foi o Ituano. Pequeno,
mas com mania de grandeza, tradição da cidade, o time do interior fez 1 a
0 no Pacaembu, na primeira final (o público total foi de 29.203
pessoas, para uma renda de R$ 1.459.355,00).
O experiente Cristian, que aos 34 anos disse antes do jogo saber o
caminho para o Ituano ser campeão, foi o autor do golaço que deu a
vitória ao time rubro-negro. Mas todos os outros jogadores do Galo foram
igualmente importantes neste triunfo. Foram bem na defesa, no meio e no
ataque. Bem diferente do Santos.
Frágil na defesa, confuso no meio e sem ímpeto ofensivo, o Peixe se
livrou de derrota ainda pior. Poderia até ter empatado, mas Cícero
perdeu pênalti. E agora, no próximo domingo, às 16h, também no Pacaembu,
quem joga pelo empate é o Ituano. O Santos precisa de dois gols de
diferença, porque um leva para os pênaltis.
Sem essa de zebra
Não é à toa que o Ituano está na final do Paulistão. Não cabe,
portanto, dizer que a presença do time do interior na decisão é uma
zebra. Quem teve a chance de ver o duelo deste domingo rapidamente
percebeu isso. Com forte marcação e ótimo toque de bola, a equipe do
técnico Doriva dominou os primeiros minutos.
Dominou mesmo. Tocou daqui, tocou dali. Desarmou, criou, chutou. Fez
tudo o que um finalista deveria fazer, obrigando o Santos, favorito ao
título, resumir-se às jogadas de contra-ataque. Perigosos, é verde, mas
presas fáceis para o bom sistema defensivo do Ituano. Melhor em campo, o
time rubro-negro saiu na frente.
Aos 20 minutos, Rafael Silva tocou para Esquerdinha. De calcanhar, ele
deixou Cristian na cara do gol. Chute preciso. Um golaço! Na base da
pressão, o Santos tentou a reação. Chegou com perigo em quatro cobranças
de falta em menos de dez minutos, mas teve mesmo sua melhor chance em
pênalti.
A mão de Josa na bola poderia ter sido fatal contra o Ituano. Mas não
foi. Cícero chutou mal e mandou por cima do gol. O Peixe, porém, não
desistiu e ficou na pressão até o final. Sem sucesso. E ainda teve de
contornar desentendimento de David Braz com os rivais – o zagueiro
chutou a bola em um deles.
Sem reação
Oswaldo de Oliveira olhava no relógio, observava o campo, conversava
com alguns jogadores à beira do gramado... O técnico do Santos procurava
uma solução para a atuação abaixo da média do forte Santos. Era muito
pouco para quem chegou à decisão como o melhor time do Campeonato
Paulista.
O Peixe só não ficou em situação ainda pior na partida porque Aranha
fez grande defesa aos 14 minutos. Rafael Silva recebeu ótimo passe na
grande área. Ao optar por chutar em vez de tocar para Esquerdinha, ele
parou no goleiro do Peixe, que, assim como no primeiro tempo, tinha nas
bolas paradas suas melhores chances.
Com o passar dos minutos, o Santos parecia mais nervoso com o insucesso
de uma reação. E o Ituano, em vantagem, valorizava cada parada do jogo.
Em nenhum momento, porém, o time do interior abriu mão do seu estilo.
Seguiu até o fim com forte marcação e toque de bola consciente.
A vitória merecida do Ituano até poderia ter sido melhor, mas não foi.
De qualquer maneira, o Santos precisa melhorar muito para a grande final
se quiser o título.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Marcos Ribolli

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