Foi dramático. A torcida do Fluminense compareceu ao Maracanã e torceu
muito até o fim. O Tricolor carioca precisava da vitória para tentar
fugir da zona de rebaixamento. O Criciúma venceu no sábado e aumentou a
pressão. O time pressionou por boa parte da partida os reservas do São
Paulo, mais preocupado com a Copa Sul-Americana. A maior parte dos
37.310 presentes ao estádio - 34.459 pagaram ingressos a preços
promocionais da diretoria - sofreu com as chances desperdiçadas até os
43 minutos, quando o zagueiro Gum, com uma cabeçada mortífera, fez o
estádio explodir de alegria: a vitória de 2 a 1 tirava um pouco a equipe
do sufoco.
Welliton abrira o placar para o São Paulo e assustara os tricolores.
Jean, um dos destaques da partida, levou o Flu ao empate, ainda no
primeiro tempo, e Gum selou a vitória no fim, a segunda sob a direção do
técnico Dorival Junior. Agora, o Fluminense está com 42 pontos ganhos,
fora da zona de rebaixamento - pulou, virtualmente, para a 14ª posição.
Na próxima rodada, sai para enfrentar o Santos no Prudentão, no interior
paulista. Depois, receberá o Atlético-MG no dia 1º de dezembro e
termina o Brasileirão contra o Bahia, dia 8, na Fonte Nova. O São Paulo,
que se mantém com 48 pontos, na quarta-feira enfrentará a Ponte Preta
na primeira partida das semifinais da Copa Sul-Americana, pegará o
Botafogo em casa, domingo, e depois joga contra o Criciúma fora no dia
1º de dezembro e encerra dia 8, contra o Coritiba, no Morumbi.
Na saída de campo, enquanto Cavalieri ia perto da camisa e oferecia sua
camisa de presente, Rafael Sobis era um dos mais empolgados com a
reação do time.
- Se o fim for sempre assim, não tem preço. Uma hora as coisas
mudariam, e temos batalhado muito para que mudem. É a vitória que talvez
faça a gente permanecer. Uma derrota aqui... A parte da derrota sabemos
como é, a gente joga agora fora de casa, um lugar que a gente não
conhece... É do futebol, sabe que isso dificulta. O grupo está unido,
concentrado, ninguém faz polêmica, todo mundo aceita as críticas e
trabalha.
Chances e gols
O empate por 1 a 1 no primeiro tempo acabou até modesto pela partida
bem disputada, com boas chances e o domínio sermpre mudando de lado -
ficou mais tempo com o Fluminense. Com o apoio da torcida no Maracanã, o
time sabia que teria de se lançar ao ataque logo de cara para
surpreender o São Paulo. Em dois minutos, simplesmente criou duas
chances de gol. Duas. Na primeira, Samuel se enrolou ao tentar driblar o
zagueiro. Na segunda, em centro de Igor Julião, Wagner ficou com o
grito de gol engasgado quando viu Denis fazer boa defesa.
Era a senha para o Tricolor carioca insistir. E a senha para o Tricolor
paulista tratar de corrigir a marcação. Foi só reforçar a cobertura em
Fabrício e adiantar o time que Muricy equilibrou a partida. Melhor, o
São Paulo passou até a dominar. E com Jadson rápido na armação das
jogadas e eficiente na cobrança de falta que passou perto do gol e
assustou Cavalieri. O toque de bola do meio-campo começou a encaixar. E
numa bela triangulação, que começou com o camisa 10 são-paulino, à la
Ronaldinho, olhando para o outro lado, fez a bola chegar a João Schmidt.
O toque de calcanhar foi para Welliton, que bateu no cantinho, aos 17: 1
a 0.
Mal o Flu se refazia do gol do São Paulo, levou susto com outro
Wellington, num tirambaço para boa defesa de Cavalieri. Mas, dali em
diante, o time carioca reequilibrou as ações, até porque. Jean e Wagner
estavam incansáveis. Um no combate e chegando ao ataque. O outro porque
chamava para si a responsabilidade de criar. Pela direita, pela esquerda
ou pelo meio, de onde saiu o empate: Jean explodiu bomba no travessão.
No rebote, Samuel arriscou. A bola foi na trave e contou com ajuda de
Denis para Jean, como um centroavante, não perdoar aos 25 minutos.
Depois do empate, a torcida e a equipe se inflamaram. Sobis e Jean ainda
tiveram chance de virar. Houve também um toque de mão de Fabrício na
área, considerado involuntário pela arbitragem. Osvaldo, no fim, assutou
o Flu. E o jogou seguiu empatado no primeiro tempo.
Euforia com Gum
Muricy trocou Lucas Silva por Caramelo no intervalo. Parecia adivinhar
que o Flu forçaria pelo lado esquerdo de ataque suas jogadas. E o time
carioca repetiu o roteiro da primeira etapa. Começou melhor. Rhayner, e
depois Jean, tiveram boas chances ali pela esquerda mesmo. O toque do
camisa 7 foi bonito, e passou bem perto do gol.
O São Paulo procurava os contra-ataques, explorando a velocidade de
Osvaldo. E teve também o seu lance para reclamar da arbitragem: Welliton
fez o giro e caiu na área, mas o árbitro mandou seguir. Pouco depois,
Dorival Junior cedeu aos pedidos da torcida e pôs o garoto Biro Biro no
lugar de Rhayner, ali mesmo pela esquerda. O time ficou mais aceso. Igor
Julião bateu cruzado, a torcida ficou com o grito contido mais uma vez.
Era boa a oportunidade. O São Paulo parecia desinteressado. Muricy, aos
berros, reclamava e resolveu mexer, trocando Welliton por Ademilson.
Dorival também mexeu. Tirou o apagado Samuel para arriscar com
Marcelinho. O jogo estava à feição do Flu, que não encontrava o caminho
do gol. Muricy tentava melhorar o São Paulo ao pôr Maicon no lugar de
Fabrício. O tricolor carioca pressionou até o fim. Aos 43, já sob o coro
de "À bênção, João de Deus", música que acompanha o time nas
dificuldades e nos bons momentos, a justiça foi feita para quem mais
buscou o gol: em escanteio, Gum subiu mais que todos e mandou, de
cabeça, a bola mortífera: era a virada tricolor que faltava no
Brasileirão. Depois, Cavalieri foi até a torcida e deu camisa de
presente. A festa estava completa.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Fernando Cazaes / Photocamera

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