Na arquibancada do Serra Dourada, em alguns pontos, era possível ver
mensagens para Walter. A torcida do Goiás não esquece o seu ídolo. Mas,
machucado, ele não pôde atuar. E fez falta. O Flamengo, que não teve o
goleiro Felipe, viu Paulo Victor ajudar a segurar a pressão. E viu
também Paulinho ter outra boa atuação, marcar um bonito gol e Chicão
fazer de falta o seu segundo com a camisa rubro-negra (novamente no
Serra Dourada). Vítor chegou a empatar, mas o placar de 2 a 1 para o Fla
nesta partida de ida da semifinal da Copa do Brasil dá boa vantagem
para os cariocas na volta, no Rio de Janeiro, na próxima quarta-feira -
até uma derrota por 1 a 0 garante a vaga na final.
O time de Jayme de Almeida, depois de construir a vantagem na primeira
etapa, precisou se defender: o placar de finalizações, que era de 5 a 4
para os rubro-negros até o intervalo, terminou 14 a 5 para os
esmeraldinos ao final do jogo. Isso mesmo: o segundo tempo teve dez
finalizações do mandante e nenhuma dos visitantes.
- A vantagem é importante, mas não tem nada decidido. A gente vai ter a
vantagem diante do nosso torcedor e, quando a torcida apoia nossa
equipe, é quase imbatível no Maracanã. Esse calendário não ajuda, né.
Dava para tentar mais, mas o time cansou no segundo tempo - avaliou
Elias, que foi desarmado na defesa no lance que originou o gol do
adversário.
Alguns jogadores do Goiás cercaram o árbitro Wilson Luiz Seneme, reclamando de um pênalti em Welinton Junior no segundo tempo.
- O juiz chega para roubar, a gente vai reclamar, e ele fala que tem
outro jogo. Então tem que dar um pênalti para a gente lá também -
afirmou William Matheus.
Antes de a bola rolar, o público de 37.555 presentes (35.112 pagantes)
fez a festa. Eram balões nas cores do Goiás, rubro-negros que, mesmo em
minoria, gritavam alto... Parecia fazer falta apenas um personagem.
Faixas pediam Walter na Seleção, e torcedores cantaram "ah, eu vou
deitar e rolar", em referência a um vídeo publicado durante a semana com
uma declaração do atleta que gerou polêmica.
O Goiás recebe outro carioca no fim de semana. Na luta para entrar no
G-4 do Campeonato Brasileiro, recebe o Botafogo no domingo, às 17h, no
Serra Dourada. O Flamengo tem o clássico contra o Fluminense, às 19h30m,
no Maracanã.
A falta e o escorregão
Parecia o Flamengo em casa. A torcida incomodava. Bastava Paulinho
dominar bem uma bola, e os rubro-negros vibravam. O Goiás, nervoso,
chegou a 20 minutos de bola rolando com 12 passes errados contra três do
adversário. Eduardo Sasha e Roni trocavam constantemente de lado,
tentavam arrumar alguma coisa pelas pontas e nada. Júnior Viçosa,
substituto de Walter, passou a maior parte do tempo fora da área.
Faltava espaço para a criação de uma chance mais clara. Aí Paulinho deu
um passo mais à frente para cair nas graças da torcida. Fez tabela
bonita com André Santos, deu drible curto em Rodrigo e um toque por
baixo de Renan: 1 a 0. Mas Elias foi desarmado ao sair jogando aos 38
minutos, e Viçosa, agora muito útil fora da área, tocou para Vítor
empatar.
O Flamengo voltou a ficar em vantagem em lance polêmico. Hernane caiu
junto com Rodrigo perto da área, e a falta - que era a favor do Goiás -
foi marcada para o outro lado. Chicão marcou novamente um gol de falta
no Serra Dourada, assim como na sua estreia, contra o mesmo adversário. O
goleiro Renan escorregou, olhou para o gramado, fez cara de decepção,
mas era tarde. Hugo ainda quase empatou de cabeça. E o jogo chegou a
ficar paralisado por causa de um sinalizador aceso na parte destinada
aos rubro-negros.
Pressão, pressão, mas nenhum gol
O Goiás voltou mais calmo, disposto a mudar o placar. A saída pelas
pontas passou a funcionar, e Paulo Victor, a trabalhar com mais
intensidade. O Flamengo parecia apenas esperar o momento ideal para
avançar em contra-ataque. Mas sua maior arma em lances de velocidade
sentiu dores. Paulinho levou a mão à coxa esquerda, caiu no gramado e
pediu substituição. Nenhum adversário jogou a bola pela lateral, e houve
discussão. Hugo e Chicão levaram cartão amarelo, e o primeiro está
suspenso para a partida de volta.
Junior Viçosa, apagado, saiu para entrada de Paulo. Welinton Junior
entrou na vaga de Eduardo Sasha. E deu trabalho. Welinton Junior, por
duas vezes, teve a chance clara de empatar. A bola não entrou. Houve
ainda pedido de pênalti, ignorado pelo árbitro. No fim, os jogadores
deixaram o campo reclamando muito do que consideraram erros da
arbitragem.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Rafaela Felicciano / Agência Estado
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