Depois de um mês na Áustria, no comando do clube Hypo Nö, o técnico da
Seleção Feminina de Handebol, Morten Soubak, já pode avaliar de forma
bastante positiva a experiência com a equipe, que possui no elenco oito
brasileiras. Este foi um período muito intenso de trabalho, que trouxe
também um enorme ganho para todos. Em um ano tão importante para a
Seleção, que disputa em dezembro o Campeonato Mundial, na Sérvia, ter o
treinador acompanhando grande parte do elenco durante esses meses é um
ganho imensurável.
"Estamos indo muito bem, fazendo treinos pesados e tendo vários
amistosos. Em agosto fizemos 11 jogos, o que é um volume bem pesado. O
nosso grande desafio com o clube será a disputa da Champions League e
estar entre os oito melhores da Europa", revelou o dinamarquês. "Temos
ainda mais um mês de trabalho antes da estreia no dia 4 de outubro. De
cara, vamos pegar o atual campeão, que é o húngaro Gyori, da armadora
Duda Amorim", completou.
Quando assumiu o Hypo, Morten levou duas novas atletas, a pivô Carolline
Dias Minto e a central Franciele Gomes da Rocha, que entraram no lugar
da central Mayara Moura e da armadora Karol Souza. As duas são jovens
talentos da modalidade, que estão tendo a primeira oportunidade em um
clube internacional e se juntaram às pontas Alexandra Nascimento e
Fernanda França, à armadora Deonise Cavaleiro, à central Ana Paula
Rodrigues, à goleira Bárbara Arenhart e à pivô Fabiana Diniz, a Dara.
Todas elas integram o time por meio de um convênio com a Confederação
Brasileira de Handebol (CBHb), com o apoio do Ministério do Esporte.
"Para essas novas atletas, é um mundo totalmente diferente. Nunca
tiveram treinamentos tão intensos e tantos amistosos em um curto
período. Elas estão se esforçando muito. Entraram bem no grupo, mas
temos que dar tempo para elas se acostumarem e pegarem o ritmo."
Outro ponto positivo na ida do treinador para o clube austríaco é também
a proximidade com atletas brasileiras que atuam em diferentes clubes
europeus. "Sem dúvida isso facilita muito. Estou aqui justamente para
estar mais próximo delas. Estou tendo a possibilidade de acompanhá-las
melhor e de ter contato com outros profissionais que trabalham com o
handebol da Europa. Isso vai facilitar para que mais jogadoras possam
vir para clubes europeus. Sem contar que, assim, posso observar melhor
os nossos adversários do Mundial", acrescentou Morten.
Com todos esses fatores somados, o trabalho do dinamarquês à frente da
Seleção Feminina é cada vez mais reconhecido internacionalmente. Pelo
segundo ano consecutivo, ele foi eleito o segundo melhor técnico do
Mundo, em eleição promovida pela Federação Internacional de Handebol
(IHF). Para ele, isso só veio como combustível para procurar fazer um
trabalho ainda melhor.
"Estou muito feliz, não somente pelo resultado, mas também pelo nosso
handebol, pelo reconhecimento que a modalidade está tendo. A escolha da
Alexandra como melhor jogadora do Mundo foi um ápice. A campanha que as
Seleções Masculinas fizeram o ano todo é a melhor da história, com as
categorias Adulta, Júnior e Juvenil nos Mundiais. As seleções nos dois
naipes estão trabalhando muito bem e voltando os olhos dos europeus para
o Brasil. Daqui para a frente, cada vez mais, vamos ver atletas, tanto
do feminino quanto do masculino, com ofertas para jogar na Europa."
Para Morten, o País está em pleno crescimento e pode chegar muito longe
na modalidade. "O Brasil se tornou um País que tem plenas condições e
nível para brigar com os melhores do Mundo. Temos muito a comemorar e a
agradecer a todos que nos apoiam", concluiu.
==> Foto: Cinara Piccolo / Photo&Grafia
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