Líder do Brasileirão. Do primeiro turno, que acabou neste domingo. Os 15
pontos de vantagem que tinha sobre o adversário antes da partida já
eram o sinal de superioridade do Cruzeiro sobre o Flamengo, no encontro
no Mineirão entre os times que se digladiaram nas oitavas de final da
Copa do Brasil. E a proeza rubro-negra de ter despachado a Raposa no
duelo eliminatório de ida e volta na outra competição foi posta à prova
no campeonato de pontos corridos. Aí, normalmente, vence quem tem melhor
time, melhor elenco, melhor conjunto, melhor esquema, melhores jogadas
ensaiadas... Não só vence, mas domina. Foi o que aconteceu. E o placar
de 1 a 0 foi pouco. O gol solitário de Ricardo Goulart foi muito pouco
para mostrar a superioridade de 18 pontos na tabela.
Pelo menos, a torcida celeste saiu do estádio vingada da eliminação da
Copa do Brasil. E certa de que o time tem totais condições de manter a
boa campanha no returno para se sagrar campeão brasileiro. Os
rubro-negros terminam o primeiro turno fora do Z-4, mas muito
preocupados. A equipe está ali por perto, em 15º lugar, com 22 pontos, e
mostra muita instablidade, com muita limitação técnica e tática, com
poucas jogadas ofensivas. O técnico Mano Menezes precisa trabalhar, e
muito, para melhorar o Flamengo.
No início do returno, na 20ª rodada, o time celeste vai ao Serra
Dourada encarar o Goiás, na próxima quarta-feira. A equipe rubro-negra
receberá o Santos na quinta-feira, no Maracanã.
Raposa melhor
O Cruzeiro entrou sem Julio Baptista, poupado de última hora com dores
musculares. Mas o time nem sentiu falta do camisa 10. Dominou
inteiramente a primeira etapa. O trio Éverton Ribeiro-Willian-Ricardo
Goulart explorava a habilidade com toques rápidos e boa movimentação.
Sorte do Flamengo que essa pressão não foi capaz de criar tantas chances
de gol. Com Paulo Victor atento no lugar de Felipe, também poupado com
dores no tornozelo direito, e três volantes - Cáceres, Luiz Antônio e
Elias - bem ligados, a defesa rubro-negra era facilitada pelo jogo
centralizado da equipe celeste.
Esse foi o maior problema da Raposa. E por isso o primeiro tempo virou
sem gols. Ceará e Egídio pouco chegavam à linha de fundo. Na única vez
que deu certo, o camisa 6 obrigou Samir a dar uma cabeçada salvadora
para escanteio. Na cobrança do lateral, Nilton testou no travessão. Isso
aos 44 minutos. Antes, a bola mais perigosa da primeira etapa foi pelo
meio mesmo, aos 30, num belo chute de fora área, bem longe, de Éverton
Ribeiro. E defesa sensacional de Paulo Victor salvou o Flamengo, que viu
o camisa 17 da equipe mineira soberano. Seu único erro foi não ter
devolvido bola para Ricardo Goulart em jogada pela direita aos 39.
Tentou bater por cobertura, mas a bola subiu.
E se o jogo centralizado do Cruzeiro nem possibilitou Borges de ter
chance de gol, o Flamengo bem que tentava abrir o jogo, ora com Rafinha
e Léo Moura pela direita ou Gabriel pela esquerda. Mas a jogada não
funcionava. E Hernane ficava isolado, lutando sozinho contra Dedé e
Bruno Rodrigo. Resumo da ópera. Exceto centros para a área, o time não
conseguiu uma jogada com perigo em 45 minutos.
Pressão e gol
Veio o segundo tempo, e Marcelo Oliveira mexeu na lateral. O técnico
celeste trocou Egídio por Mayke. Ceará, de touca desde que se chocou com
Borges no primeiro tempo, foi para o lado esquerdo. Aos dois minutos,
houve jogada polêmica de ataque por aquele lado. Ricardo Goulart caiu
após a saída de Paulo Victor, mas o árbitro não viu pênalti. Nem o
comentarista de arbitragem da TV Globo, Renato Marsiglia. O camisa 31
cruzeirense ganhou ainda cartão amarelo por simulação.
O Flamengo viu que precisava agredir. Na primeira boa trama de ataque,
Rafinha tocou para Hernane, mas o pé salvador de Dedé tocando para
escanteio evitou o pior. Àquela altura, seria tremendamente injusto a
equipe rubro-negra abrir o placar. E foi o que ficou bem claro pouco
depois. Aos oito minutos, Mayke centrou na medida para Ricardo Goulart. O
camisa 31 deu a cabeçada e a bola ainda tocou em sua coxa antes de ir
para o gol. Paulo Victor deu um tapinha, a bola tocou na trave e sobrou
livre para ele novamente, Ricardo Goular, tocar para as redes. A sorte
acompanhou o bom jogador, para delírio da torcida celeste.
Daí em diante, o domínio cruzeirense continuou, e por pouco Willian não
ampliou o placar, mas a trave novamente salvou o Flamengo, que tentava
nos contra-ataques o empate. Elias, sem boas condições físicas, se
esforçava para tentar criar. Hernane, após a entrada de Nixon no lugar
de Rafinha, até que participava mais. Mas sem receber a bola na medida
para concluir. Com isso, ficava difícil a equipe chegar ao empate.
Com Dagoberto no lugar de Borges, a ideia era aumentar a velocidade do
ataque celeste. E o camisa 11 tocava rápido para Ricardo Goulart e
Éverton Ribeiro, com o camisa 17 fazendo jogadas de efeito para delírio
dos cruzeirenses. Mano tentoui dar sangue novo, Com Carlos Eduardo e
Bruninho nos lugares de Luiz Antônio e Gabriel, a briga foi inglória. No
fim, até tentou o empate, mas no desespero. Seria muito injusto para o
Cruzeiro e o futebol.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Washington Alves / Vipcomm
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