Quando encontrou Fernandão no primeiro turno, o Botafogo não deve ter
gostado nada das boas-vindas. Foi do atacante os dois gols da derrota (2
a 1) no Batistão. Quando Obina era do Flamengo, também andou
incomodando o lado alvinegro do Rio de Janeiro. E neste domingo vão dar
muita, mas muita dor de cabeça aos torcedores do vice-líder do
Campeonato Brasileiro. Com dois gols de cabeça, eles marcaram na virada
de 2 a 1 do Bahia, pela 23ª rodada, no Maracanã - Edilson descontou, de
falta. Mas há de se destacar que, no segundo gol tricolor, Obina estava
em posição irregular. Mas também há que se destacar que o time de
Cristóvão Borges foi superior.
O apito final mostrou claramente o que o resultado representava.
Botafoguenses com as mãos na cabeça, incrédulos, e tricolores em clima
de título, vibrando, se abraçando. Não é para menos: o Glorioso agora
está oito pontos atrás do líder Cruzeiro - 42 a 50. Já os baianos, com
31, deixam o Z-4 mais distante, e o sonho do G-4 fica mais perto. No
segundo turno, aliás, nenhuma derrota - dois empates e duas vitórias.
Não dá para descansar: no meio de semana as equipes vão para o
mata-mata. Na quarta-feira, às 21h50m (horário de Brasília), o Botafogo
encara o clássico com o Flamengo, pelas quartas de final da Copa do
Brasil, no Maracanã. O Bahia tem uma viagem longa até a Colômbia para
pegar o Nacional de Medellím, pelo jogo de ida das oitavas de final da
Copa Sul-Americana. O jogo acontece na quinta, às 21h50m.
O que vale é bola na rede
Um toque errado, um domínio não executado... Os desencontros de Seedorf
com a bola pareciam algo isolado, fruto de uma tarde pouco inspirada do
meia. Mas, não. O desempenho abaixo do esperado foi generalizado.
Trapalhada na defesa, saídas equivocadas, meio de campo travado e,
consequentemente, atacantes sem muitas opções. Os gritos dos torcedores
pareciam não ter acordado o Botafogo.
O Bahia é que estava inflado, tamanho era o volume de jogo. Com
Wallyson no banco, Cristóvão Borges optou por Marquinhos Gabriel, peça
importante no time. Algumas triangulações, toques de bola e uma pressão
inversa ao que se esperava no Maracanã. Foram os baianos que dominaram.
Arriscaram, chutaram muito mais vezes no primeiro tempo: 13 a 2. Em duas
delas Fernandão e Barbio passaram bem perto.
Mas o futebol não é lógico. Premiado mesmo é quem acerta a rede. E
bastou uma falta sofrida por Rafael Marques para o princípio de vaias
virar cantos de “Fogo, eu te amo”. A força com que Edilson acertou a
cobrança foi a mesma que os alvinegros usaram para comemorar o gol. Era
uma bola defensável, mas a sorte vestia preto e branco.
A virada é de cabeça
Não só sorte. A competência de Oswaldo de Oliveira ao sacar Seedorf no
intervalo e lançar o jovem Hyuri também contou. É como se tivesse
desfeito um nó no time. O Botafogo se soltou mais. O técnico aproveitou
que o Bahia precisava se expor e partir para o ataque e, pela direita,
Hyuri usou e abusou da velocidade, driblou, perdeu duas chances claras.
Alex, que substituiu Elias, lesionado, também esquentou o clima do jogo.
Passou perto de marcar. O problema é que Marcelo Lomba se recuperou da
falha na falta de Edilson e fez três grandes defesas.
Cristóvão gostou da brincadeira tática e resolveu mudar peças também.
Wallyson entrou no lugar do lateral Madson. Aí os tricolores foram para
cima. Teve desvio na zaga adversária, Jefferson salvando, salvando e
salvando, quase uma repetição dos 45 minutos iniciais: muito chute e
nenhum na rede. Saiu Barbio, entrou Obina. Dois centroavantes para
acabar com o que parecia uma mandinga debaixo das traves dos cariocas.
E os centroavantes souberam fazer direitinho o trabalho certo. Com a
cabeça feita. Fernandão e Obina, que entrou durante o jogo, marcaram em
jogadas aéreas e mudaram a cara do jogo. Viraram a partida. O de Obina,
porém, em impedimento claro, validado pela arbitragem. Ao apito final
muita, mas muita comemoração. E dor de cabeça do outro lado.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Vítor Silva / SSPress
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