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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

JOÃO DONATO - NO CLUBE DO CHORO DE BRASÍLIA - DIAS 21, 22 e 23 de NOVEMBRO

Dando sequência ao Projeto Meu Caro Amigo Chico Buarque, o Clube do Choro de Brasília apresenta nos dias 21, 22 e 23 de novembro o espetáculo João Donato Jazz, que traz o compositor, pianista e arranjador JOÃO DONATO com seu trio formado por Robertinho Silva (bateria), Luiz Alves (contrabaixo) e tem como convidado o trombonista Marlon Sette. Todos falando a língua do jazz com sotaque brasileiro e pitadas de temperos latinos e afrocubanos, o que traduz a sonoridade singular de mais de 65 anos de carreira do pianista, compositor e arranjador acreano.

No repertório, Donato confronta suas referências. Mistura temas próprios, como a precursora e inoxidável “Minha saudade”, gravada ainda em 1955, muito antes da eclosão da bossa nova e de receber a letra de João Gilberto, também parceiro em “Glass beads (No coreto)”. Da parceria com o caro amigo Chico Buarque, Donato e seu trio apresentam “Cadê Você”, ensaiada com um arranjo especial para o show no Clube do Choro de Brasília. Outros temas, como “Bye, bye, Brasil” (de Chico e Roberto Menescal) e “Essa moça tá diferente” (de Chico), e “Anos Dourados” (de Chico e Tom Jobim), compõem o momento homenagem ao homenageado do ano.

As clássicas “Bananeira” (Donato e Gil), “The Frog” (Donato e Caetano) e “Gaiolas Abertas” (Donato Martinho) não poderiam faltar. Afinal, entre os muitos idiomas estéticos do poliglota musical João Donato está o jazz fluente. Ele fez um curso intensivo nos fã-clubes que surgiram no Rio, no após-Guerra, como o Sinatra/Farney, fundado em 1949, num porão de uma casa na Tijuca. “A gente se reunia para escutar os raros discos que chegavam, trazidos por parentes que viajavam aos EUA ou por comissários de bordo. Trocávamos muita informação, íamos ao cinema várias vezes para assistir ao mesmo filme, porque era o cinema que antecipava as gravações que chegariam muito tempo depois pelos discos”, rebobina Donato.
         
      Havia também o Dick Haymes/Lucio Alves Fã Clube, no Flamengo, rival do anterior e igualmente freqüentado por Donato, que tinha ainda especial interesse pelo Progressive Clube, também na Tijuca, devotado à discografia do big band leader do Kansas, Stan Kenton (1912-1979). O laboratório sonoro do maestro americano incorporava conquistas da vanguarda fora dos padrões normativos do jazz, incluindo audácias de Stravinsky, com quem ele estudou, e o impressionismo do erudito francês Claude Debussy, cujos estudos e manuscritos, viraram livros de cabeceira do aplicado Donato. E enquanto a bossa nova fervilhava no Brasil, o acordeonista, pianista e (também!) trombonista nascido no Acre, mas criado no Rio, foi fazer seu doutorado ‘in loco’, nos EUA, no começo dos anos 60. Além da ala latina do jazz (Cal Tjader, Mongo Santamaria, Tito Puente), Donato tocou com um dos integrantes da orquestra de Kenton, o saxofonista Bud Shank (1926-2009), com quem gravou em 1965, “Bud Shank and his brazilian friends”. Dividiram shows, e voltariam a se encontrar em 2004, para um disco e um DVD.
          
Donato também recebeu influencias do toque suingado de Horace Silver, descendente de caboverdianos, o pai do piano jazz funky (não confundir com o funk de James Brown, nem com o posterior Miami Bass, que originaria o nosso batidão dos bailes). Outra de suas admirações foi o trompetista de vanguarda Shorty Rogers (1924-1994), cuja “Paradise found” funciona para Donato como um paradigma do tema de jazz. Muitos, aliás, atribuem à bossa nova forte influencia do estilo cool do trompetista cantor Chet Baker (1929-1988). E eis que Baker tornou-se um integrante do grupo de Donato, em San Francisco. Mas numa briga de rua em que perdeu parte dos dentes, o trompetista americano ficou sem lugar na banda, onde acabou substituído pelo supra citado Bud Shank. Mestrado, doutorado, aclamado pelo melhor show do Free Jazz de 2000, e ganhador do Grammy de melhor álbum de jazz latino, por “Sambolero”, em 2010, é este Donato que se apresenta agora em toda a sua pujança de instrumentista que domou o gênero americano _ ao qual só se refere abrasileirando o sotaque, como “jás”.  É o Donato que em 2001, como convidado especial da Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo, gravou um CD inteiro com suas composições.
      
João Donato Jazz

Robertinho Silva (bateria)- É, sem dúvida nenhuma, um dos artistas brasileiros mais significativos das últimas décadas. Sua arte é tocar bateria e percussão. Carioca e autodidata, descobriu a potencialidade da bateria ainda menino e teve influência dos principais bateristas do Samba Bossa Nova (Edson Machado, Milton Banana e Dom Um Romão) e dos bateristas de Jazz norte americanos (Art Blakey, Philly Jo Jones, Elvin Jones, Tony Willians e Max Roach). Destacou-se com o grupo “Som Imaginário” junto de Wagner Tiso e Luiz Alves. E desde o início de sua carreira, no final dos anos 60, até hoje, participa de gravações e concertos com grandes nomes da música nacional e internacional.

Luiz Alves (contrabaixo) - Estudou na Escola Nacional de Música com o professor Sandrino Santoro (técnica do contrabaixo). Trabalhou com Paulo Moura e Egberto Gismonti.  Em 1970, formou, com Wagner Tiso, Robertinho Silva, Tavito, Laudir de Oliveira e Zé Rodrix, o grupo Som Imaginário, com o qual acompanhou Milton Nascimento, Elis Regina e Fafá de Belém. Com o grupo, gravou ao vivo o disco "Milagre dos peixes", com a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal de São Paulo. Em seguida, viajou para Los Angeles, onde atuou com Aírto Moreira, Hermeto Pascoal e George Duke, entre outros. Em 1978, participou do I Festival Internacional de Jazz de São Paulo e do Free Jazz Festival, ao lado de João Donato. Na década de 1980, atuou com Luis Eça e Robertinho Silva, formando O Triângulo. Ao longo de sua carreira, acompanhou, em shows e gravações, diversos artistas como Tom Jobim, Dori e Nana Caymmi, Gal Costa, Sivuca, Chico Buarque e Milton Nascimento, entre outros.

Marlon Sette - Natural do Rio de Janeiro, iniciou profissionalmente aos treze anos na Orquestra do trombonista Raul de Barros. Daí em diante acompanha tanto em estúdio como em shows vários artistas (Gilberto Gil, Caetano Veloso, Jorge Benjor, João Donato, Fito Paes, Paralamas do Sucesso, Vanessa da Matta, Kassim, Bossacucanova, Paula Morelembaum, Mano Chao e mais vários outros). É integrante da Orquestra Imperial e da Banda instrumental Paraphernalia, Banda do Zé Pretinho (Jorge Benjor) e participa do projeto A Bad Donato do histórico disco de João Donato.

As apresentações acontecem dias 21, 22 e 23 de Novembro de 2012 – Quarta, Quinta e Sexta-Feira a partir das 21:00 horas. Ingressos a R$20,00(inteira) e R$10,00 (meia).
Informações: Tel.: 3224.0599. Ingressos: Clube do Choro de Brasília – SDC BLOCO “G” - Funcionamento da bilheteria: 2ª a 6ª feira: 10:00 às 22:00 horas. Sábado a partir de 19:00 as 21:30 horas, ou através do site: www.clubedochoro.com.br                                      
O Clube do Choro de Brasília fica entre a Torre de TV, o Centro de Convenções e o Planetário.
Produção: Marco Guedes (0xx-61-3225-1199 / 0xx-61-7816-5341-ID 97*-50701).
Contato artista: Oxx-21-8885-9575
Não recomendado para menores de 14 anos

==> Foto: Simone Portellada

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