
Se não deu para dar o troco após o trauma da derrota por 6 a 0 na Copa do Brasil, a equipe de Luiz Felipe Scolari mostrou que aprendeu a jogar contra o rápido Coritiba. O resultado leva o Palmeiras aos 26 pontos, e o time segue no G-4, em quarto lugar. No entanto, pode perder uma posição para o São Paulo, que soma 25 e enfrenta o Bahia nesta quinta-feira, no Morumbi.
Com 18 pontos, o Coxa segue na zona intermediária da tabela, em décimo lugar. Na quarta-feira passada, também jogando em casa, o time levou de 4 a 3 do São Paulo, após estar perdendo por 4 a 0. A sua torcida voltou a sair insatisfeita do Couto Pereira.
As duas equipes voltam a campo no próximo sábado, às 18h30m (de Brasília). O Palmeiras recebe o Grêmio no Canindé, e o Coritiba enfrenta o Flamengo no Engenhão.
Já vi esse filme...Uns falarão do fator psicológico, outros vão citar o nervosismo, e até o frio pode ser culpado. Fato é que o início deste Coritiba x Palmeiras foi idêntico ao de três meses atrás. Na arquibancada, o “Green Hell” estava pronto para assombrar novamente, e o time de Felipão sentiu a pressão. Com muitas falhas defensivas e certa passividade na marcação, o Palmeiras deu campo para o Coxa. E, com o time rápido que tem, o dono da casa aproveitou. Foi após um escanteio, motivo de tanta dor de cabeça para Felipão, que Marcos fez milagre em cabeçada de Emerson, mas não evitou o gol de Jéci - ironia do destino, um ex-palmeirense. O time da casa voava, e tudo isso com oito minutos de jogo.
A lembrança dos 6 a 0 ficou viva na memória. “O Coxa vai golear, caiu na rede é peixe”, cantavam os coxas-brancas em uníssono no Couto Pereira, que recebeu 17.818 pagantes (com renda de R$ 295.190). Bill quase fez o segundo em um contra-ataque, especialidade da equipe de Marcelo Oliveira, líder do quesito no Brasileirão. Visivelmente nervoso, o Palmeiras levou três cartões amarelos no intervalo de um minuto, para Kleber, Valdivia e Luan. O árbitro Célio Amorim aplicou duas das advertências por reclamação.
O cenário piorava, até uma falta para o Palmeiras na entrada da área, no bico esquerdo, local preferido de Marcos Assunção. Aos 19 minutos, a bola voou como sempre, à meia altura e no primeiro pau, certeira. Léo Gago desviou contra a própria rede, tirando um peso do tamanho do Couto Pereira das costas dos jogadores palmeirenses: 1 a 1 no placar, para esfriar o ímpeto do “Green Hell”.
O gol mudou o ritmo do jogo, que ficou mais equilibrado e com chances para os dois lados. O Coritiba ainda manteve mais posse de bola, mas o Palmeiras já havia recuperado a confiança. O ataque tentou dribles, armou jogadas mais pensadas e viu a sua torcida acordar. Aos poucos, o Coxa recuou e começou a errar passes simples - o aspecto psicológico mudara de lado. O árbitro Célio Amorim inverteu faltas, deixou de dar cartões, viu a revolta dos visitantes em um suposto pênalti não marcado em Luan e, principalmente, causou uma unanimidade: todo mundo saiu reclamando dele no intervalo.
O Palmeiras foi inteligente e amarrou o jogo no início da segunda etapa, para evitar uma blitz semelhante à do primeiro tempo. Felipão pediu cadência no meio-campo e foi prontamente obedecido por Valdivia, que prendeu mais a bola e irritou a marcação. A baixa temperatura em Curitiba já contagiava a partida, que ficou gelada do jeito que o time visitante queria.
Foi por isso que Marcelo Oliveira ousou em sua primeira substituição: tirou o volante Léo Gago e lançou Anderson Aquino no ataque. Ele caiu pelo lado esquerdo, Rafinha ficou na direita, e Bill centralizou na área, apenas esperando para finalizar a gol. O clássico esquema com três atacantes, mais Marcos Aurélio na armação, melhorou o volume de jogo do Coxa e trouxe a torcida da casa de volta à partida.
O Palmeiras deu sua contribuição para o ambiente ficar novamente favorável ao rival. Nervoso, Maurício Ramos errou passes demais, e um desses equívocos provocou a expulsão de Thiago Heleno, que teve de derrubar Bill quando ele já estava de frente para Marcos. Com um a menos na defesa, Felipão promoveu a estreia de Henrique e colocou todo mundo atrás da linha da bola. Deu para segurar a pressão e sair de Curitiba com um empate graças a Marcos, que salvou o Alviverde em pelo menos duas oportunidades. Para o Coxa, sensação amarga. Para o Palmeiras, lucro: um ponto a mais na tabela, jogo consistente fora de casa e a diminuição do trauma daqueles 6 a 0.
==> Fonte: Globoesporte
==> Foto: Agência Estado
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