Com a correria do dia a dia, as pessoas estão dando menos atenção à quantidade de exercícios físicos que o corpo necessita. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 80% dos casos de surgimento de tumores malignos estão relacionados ao nosso modo de vida, sendo o sedentarismo um dos principais protagonistas destas estatísticas.
Outro dado que reforça essa percepção vem de uma pesquisa realizada recentemente pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), que aponta que a prática frequente de atividade física pode reduzir o risco de desenvolvimento de 26 tipos de câncer, entre eles o de mama, neoplasia que mais atinge a população feminina no Brasil. Estima-se que em 2018 serão registrados 60 mil novos casos da doença, o que faz do câncer de mama o mais prevalente entre as brasileiras, correspondendo a 28% de todos os casos diagnosticados da condição.
Segundo Daniel Gimenes, oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO) - Grupo Oncoclínicas, é preciso lembrar que mesmo após o diagnóstico de câncer de mama, os exercícios físicos exercem um papel preponderante para a saúde da mulher e evolução positiva do tratamento. "O incentivo à prática constante de atividades físicas e ingestão de alimentos saudáveis surgem não apenas como iniciativas essenciais para frear os índices aumentados da doença como também forma de potencializar o processo de tratamento para mulheres com câncer de mama. Pesquisas científicas sugerem que indivíduos com esse perfil apresentam taxas de sobrevivência maior ao câncer cinco anos após o diagnóstico", diz o especialista.
O oncologista explica que é importante oferecer à paciente a oportunidade de 150 minutos de atividade física semanal, ou seja, 20 minutos por dia. "O movimento regular faz com que sejam eliminadas do sangue as moléculas de gordura, chamadas de lipídios, que servem como forma de alimento para as células tumorais. Isso significa que os exercícios dão um suporte extra para que o corpo possa combater o inimigo, reduzindo suas chances de crescimento", afirma o Dr. Daniel.
De mãe para filha
Uma análise realizada por pesquisadores norte-americanos, divulgadapelo jornal científico Carcinogenesis, lançou luz sobre mais um dos benefícios da prática de atividades aeróbicas à saúde. Segundo o estudo liderado pelo Memorial Sloan Ketterin Cancer Centre (NY), Universidade do Colorado e Universidade de Michigan, a prática constante de exercícios promove uma alteração nas células que também é transmitida de mãe para filha que leva à redução no risco de desenvolver câncer de mama. Isso significa que, mesmo sem praticar exercícios, as "herdeiras" recebem uma importante contribuição genética "fitness" que contribui para evitar o surgimento de tumores malignos.
Para chegar a essa conclusão, os especialistas realizaram testes em famílias de ratos, considerando o histórico de dois grupos: fêmeas provenientes de mães com alto desempenho nas esteiras de exercícios e fêmeas de mães com baixo desempenho aeróbico. O resultado das análises apontou que os animais cujo histórico familiar estava relacionado ao menor desempenho em atividades físicas tinham quatro vezes mais propensão a desenvolver câncer de mama e, diante do surgimento da doença, também tiveram maior número de tumores. Eles também tendiam a apresentar a condição mais cedo em comparação aos ratos de famílias 'fitness'
"O estudo considerou apenas a análise de ratos, mas as descobertas relacionadas aos benefícios dos movimentos aeróbicos como herança genética que reduz os riscos de câncer de mama não apenas para a pessoa, mas para seus descendentes diretos também, aponta para uma nova Era no entendimento do valor dos exercícios físicos. Esses efeitos sobre a herança de saúde guardada em nosso DNA", ressalta o Dr. Daniel.
Os benefícios podem ser obtidos a partir de mudanças leves na rotina com a adoção de atividades aeróbicas simples, como caminhada, corrida, bicicleta e dança, por exemplo.
==> Foto: Shutterstock / Reprodução Internet
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