FGV: IBRE lança livro sobre crise econômica e dilemas da política fiscal

A crise econômica que atingiu o mundo em 2008 obrigou as nações a definir estratégias para sua política monetária, a fim de passar pelo período turbulento. A maioria dos países optou por reduzir a taxa básica de juros com o intuito de estimular a economia, mas essa não foi a única medida adotada. Os caminhos seguidos por Estados Unidos, Inglaterra, Irlanda, países da zona do euro e pelo Brasil, estão retratados na obra Política Fiscal e Ciclos Econômicos: Teoria e a Experiência Recente, que será lançado no dia 13 de setembro, às 19h, pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV, na Livraria Cultura Casa Park, Zona Industrial.

O livro, que tem como autor o economista e pesquisador do FGV IBRE Manoel Pires, retoma o debate sobre a política monetária e fiscal, trazendo uma análise das várias experiências adotadas no mundo.

"Há duas posições aceitas. A primeira é que os países deveriam fazer expansão fiscal para estimular a demanda agregada, que é a visão mais tradicional. E há alguns economistas que acreditam que, ao optar por uma contração fiscal, a confiança na economia cresce e os juros caem, gerando um estímulo ainda maior do que só baixar os juros pela via da política monetária – tese da contração fiscal expansionista", detalha o autor, explicando o debate central do livro.

Algumas das medidas contracionistas são: definição de teto de gastos e reformas econômicas. Já a expansionista prevê aumento de investimentos. Segundo Pires, a análise de cada caso mostrou que a estratégia adotada teve mais a ver com o contexto econômico pelo qual vivia o país do que com uma decisão deliberada de política econômica.

"Muitos países que adotaram a contração fiscal expansionista tinham um problema de endividamento muito alto e, nesse caso, a estratégia foi quase uma imposição. A política de contração fiscal tende a ser mais bem-sucedida quando o país tem outras válvulas de escape para o crescimento, como as exportações, e determinadas pré-condições, como uma trajetória de redução de juros. É importante criar as condições para a política fiscal ser anticíclica", avalia o pesquisador, que foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda.

A obra procura sistematizar essas experiências, oferecendo ao leitor documentos, leituras analíticas, evidências empíricas e teóricas acerca do debate das políticas fiscais.

Trecho da Orelha:
Depois da crise financeira de 2008, vários países adotaram medidas de expansão fiscal como forma de estimular a recuperação econômica e tirar essas economias da mais grava crise da história do capitalismo desde, pelo menos, a depressão de 1929.

Em um segundo momento um conjunto de países adotou uma série de medidas de contração fiscal, para obter o mesmo objetivo: estabilizar a economia. O efeito de todas essas ações foi muito controverso e gerou um enorme debate digno das grandes controvérsias existentes na macroeconomia, com grande dissenso entre os economistas.

Qual o efeito dessas políticas expansionistas e contracionistas? Por que políticas opostas foram utilizadas para alcançar o mesmo propósito? Por que algumas experiências foram mais bem-sucedidas do que outras? Responder a questões desse tipo é o principal objetivo deste livro.

(Luiz Guilherme Schymura, diretor do FGV IBRE)

Sobre o Autor
Manoel Pires é pesquisador da área de Economia Aplicada da FGV IBRE desde 2016. Foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento. É doutor em economia pela UnB. Desenvolve pesquisa na área de macroeconomia aplicada e finanças públicas.

Lançamento:
Local: Livraria Cultura - CASA PARK - SGCV - Sul, Lote 22 - Piso 2 - Loja 4 - Zona Industrial - 71215-100
Data: 13 de setembro (quarta-feira)
Horário: das 19h às 22h


SERVIÇO:

Política Fiscal e Ciclos Econômicos: Teoria e a Experiência Recente
Páginas: 192
Preço: R$ 69,90
Editora: Elsevier
Formato: 152cm X 22cm

==> Foto: Divulgação

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